A primeira rodada do Torneio Clausura, em La Paz, na Bolívia, parecido com o nosso antigo Torneio Início, mereceu destaque da imprensa mundial pela ousadia do treinador do Aurora, Julio César Baldivieso, conhecido como o ídolo Imperador. O Aurora (de camisa azul) perdeu para o La Paz por 1 a 0, num jogo pobre tecnicamente, com muitos erros do árbitro José Jordán, mas ganhou destaque na imprensa por ter lançado o jogador mais jovem da América do Sul: Maurício Baldivieso, 12 anos, filho do treinador, entrou aos 39'/2º t, vestindo a camisa 10.
Mesmo sem demonstrar qualidade técnica que lembrasse o pai, Baldivieso agradou. Ficou apenas seis minutos em campo. Recebeu entrada desleal do adversário Jenry Alara, que merecia ter sido expulso de campo, mas não foi. Baldivieso, o treinador, disse ter ficado feliz e garantiu que só colocou o fillho porque vê qualidades nele, não por ser seu pai. Os adversários criticaram a decisão do Imperador e revidaram as críticas às jogadas desleais com a frase: "Futebol é para Homem. É irreponsabilidade colocar um menino na Primeira Divisão".
O recorde anterior era de Fernando Garcia que, aos 13 anos e 11 meses, defendeu o Juan Aurich, no Peru, em 2001. Quando Maurício Baldivieso Ferrufino nasceu, 22 de julho de 1996, o pai dele era jogador do Bolívar. Anotemos esse nome. Até agora, não se tem notícia de filho que tenha superado no futebol, tecnicamente, o pai. A herança do nome, muitas vezes, já começa a ser um peso que atrapalha. O goleiro Edinho, o filho de Pelé, foi o último dos exemplos.
E aqui, por que espera-se tanto para lançar os garotos bons de bola? Quando lançam, deixam de dar o suporte ideal e as promessas não viram realidade. Em outros casos, vendem os direitos federativos de futuros craques por cifras irrisórias. Como pode o futebol da Bolívia ter estrutura para lançar um time inteiro, com média de 22 anos, e não dar vexame, enquanto nós (do lado de cá) temos que nos contentar com times fracos, formados por jogadores veteranos.
Por falar em garotos de futuro, depois de negociar Osvaldo, o Fortaleza já está negociando os direitos federativos de Bambam, Bismarck e Eusébio. Os valores que entram nunca são revelados. Comenta-se, apenas, que o diretor de futebol, Renan Vieira, tem um crédito de caixa superior a R$ 1,5 milhão. O que se pode concluir é que a negociação servirá para o velho "tapa-buraco" do futebol.
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