O meia Cleisson (foto), 37 anos, anunciou hoje, 30/7, que encerrou a carreira e vai estudar para ser treinador de futebol. A decisão foi comunicada à imprensa no momento em que o jogador nem sequer aparece no banco de reservas. Não foi somente o peso da idade que o levou a encerrar a carreira: a morte do pai, no final do ano passado e, sobretudo, não estar mais disposto a engolir "sapos" influenciaram .
O atacante Luiz Carlos ficou emocionado e chorou pelo amigo. Logo ele que acabara de perder a posição de titular para Rogerinho - um exemplo de "sapo" no futebol. Às lágrimas, Luiz Carlos disse que "Cleisson ainda corre como um menino. Além disso, ele é como um irmão".
Cleisson chegou ao Fortaleza no dia 20 de março, jogou 13 vezes, se machucou e não foi mais aproveitado. Nos bastidores, costumava defender algumas posições que iam de encontro aos seus superiores. Cansado de treinos e concentrações, com a situação financeira resolvida e sem disposição para conviver com problemas que só cabem na cabeça de um iniciante, o jogador decidiu parar e partir para uma nova etapa em sua vida.
A morte do pai foi o empurrão para o fim da carreira. "Depois que meu pai faleceu eu fiquei muito chateado. Meu pai era muito importante para mim. Perdi a alegria de treinar e concentrar. Era pra ter parado quando fui campeão pelo Fortaleza. A decisão já estava pensada", confessou resignado e convicto.
Dos dirigentes do Fortaleza, Cleisson recebeu o convite para assumir as categorias infantil e juvenil. Ele reconhece que tem condições para "ser um grande treinador" e quer começar pelo curso oficial. Cleisson sonha mais alto e toparia até começar pela Série B. Sei lá, até pelo Fortaleza mesmo. Não duvidem do que são capazes os dirigentes.
Para os mais novos, o veterano Cleisson deixou uma mensagem sincera: "Quando eu não era evangélico (10 anos atrás), não fazia noitadas, mas saía até a terça-feira. Daí em diante, treinava muito e se fosse diferente não teria aguentado jogar tanto". O atacante Luiz Carlos, com quem jogou no Ceará, foi o mais sensibilizado com a decisão e ouviu atento as despedidas.
MUDANÇAS E "SAPOS"
No campo de treino, o técnico Giba observou as três mudanças que fez na equipe: Silvio no lugar de Edson (suspenso), Guto no lugar de Jaílson (suspenso) e Rogerinho no lugar de Luiz Carlos (por opção técnica). Assim que terminou o treino, enquanto os jogadores faziam trabalhos técnicos, Luiz Carlos desceu para o vestiário, visivelmente chateado com a reserva e engolindo "sapos".
Com as alterações, o time ficou assim: Alexandre Fávaro; Maisena, Amarildo, Silvio e Guto / Júlio, Kiko, Coutinho e Cristian / Marcelo Nicácio e Rogerinho. Pode não ser esse o time para enfrentar o Bahia. Parece um time com mais qualidade técnica, mas que tal o Rogerinho na meia ao lado do Cristian, independente de quem seja o companheiro de Nicácio? A verdade é que o Leão do Pici precisa melhorar em campo e amadurecer nos bastidores.
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