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    sexta-feira, 30 de outubro de 2009

    DUAS MANEIRAS DE MORRER NO FUTEBOL

    A morte de Everton Coelho Lima (de camisa amarela), aos 21 anos, vítima de acidente de veículo, na manhã dessa quinta-feira, reacende o debate sobre o fosso criado pelo calendário nacional nas atividades da maioria dos times profissionais do Brasil. Times como o Horizonte Futebol Clube, da cidade de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, que só disputam o estadual, empurram seus jogadores para a várzea no restante dos meses do ano.

    O zagueiro Tom-Tom, embora de boa qualidade técnica, não foi aproveitado por nenhum time das quatro divisões especiais. Estava disputando a 3ª divisão cearense pelo Clube Atlético Pacajus, também da RMF. Como em outras profissões mal remuneradas, Tom-Tom, Jr. Cearense, Kiko, Romarinho e Jr. Moura viajavam para fazer um bico (jogo amistoso), em Mombaça, a 296 km de Fortaleza.

    Jr. Cearense nega excesso de velocidade e confessa que derrapou o veículo numa curva, o que provocou o capotamento. Tom-Tom foi o único que não colocou o cinto de segurança, o único que morreu. Claro que a falta de um calendário uniforme não justifica o acidente, mas o acidente mostra como vivem os profissionais que não fazem parte da "elite" do futebol.

    FORTALEZA "MATA" UM ÍDOLO

    Infelizmente, existem inúmeras maneiras de morrer. Felizmente, o ex-volante, Daniel Frasson, morreu para alguns dirigentes tricolores, apenas, na memória. Em mais um capítulo das trapalhadas, os representantes do clube que estavam no Pici, na tarde dessa quinta-feira, não foram capazes de reconhecer Frasson como um ídolo da torcida, mas, como um espião vascaíno.
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    O gerente, Sérgio Papelin, tentou explicar que houve falha da portaria e uma visita inoportuna de Frasson. Bem que ele poderia recorrer a outros argumentos para tentar justificar a indelicadeza cometida com o ex-jogador que tirou o Fortaleza de um jejum de sete anos. Relembrando: em 2000, no estádio do Junco, em Sobral, Fortaleza 1 x 0 Ceará, gol de Daniel Frasson. Eu estava lá e lembro ainda.
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    O atual treinador, Roberto Fernandes, não tem obrigação de saber disso, mas Sérgio Papelin tem. O nobre gesto de pedido de licença seria melhor compreendido até mesmo por um espião que fosse. A indelicadeza e o constrangimento "matam", na memória do clube, um ídolo vivo na memória da torcida.
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    Não dá para acreditar que o treinador do Vasco, Dorival Junior, dependa da "espionagem" de Daniel Frasson para enfrentar o Fortaleza, amanhã, no estádio Castelão. Também não dá para acreditar que o treinador tricolor, Roberto Fernandes, tenha preparado tantas surpresas sssim para liquidar o adversário. Senhores, exageraram na dose de mais uma trapalhada.