Francamente, duas situações que não estão causando preocupação a mim: a campanha da seleção brasileira na Copa 2010 e a saída do treinador PC Gusmão do Ceará. Sabem o porquê?
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Começo pela seleção do Dunga. Dos onze jogos realizados, até agora, vi um futebol competitivo da Alemanha; um futebol razoável da Argentina e um futebol "locomotiva" da Holanda. Nada que possa causar tanto desassossego a nós outros. Dessas que citei, a Alemanha é a melhor com sobras. Falta ver Espanha e Portugal.
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Olha que não estou enaltecendo o futebol que gostaríamos de ver. Estou realçando o futebol força, competitivo dos alemães. Os argentinos não apresentaram, na estreia, o futebol arte/competitivo que conhecemos. França, Inglaterra e Itália produziram um futebol abaixo da expectativa.
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Ainda bem que temos na retina, a fotografia do bom futebol, que nunca mais veremos ser jogado. O futebol também virou escravo do mercado, que cobra resultados, que descarta a arte para atender as tendências. O nosso futebol, hoje, infelizmente, não foge à regra. Até a bola rolar, não temos certeza do que vai acontecer, mas acredito que podemos superar a mediocridade do futebol jogado na Copa da África do Sul.
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Lembram-se da Copa das Confederações? O lateral Daniel Alves (foto) terminou aparecendo como a grata surpresa. São as "sombras" do futebol. Que sejamos supreendidos, positivamente, mais uma vez. A seleção do Dunga terminou sendo uma "caixa preta" porque ele (Dunga) e parte da imprensa não conseguem se entender. Tomara que eu não esteja enganado.
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Sai PC Gusmão; entre Estevam Soares
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Mais cedo ou mais tarde, o treinador PC Gusmão deixaria o Ceará. A mesma expectativa deve ser mantida em relação a alguns jogadores, principalmente se o time continuar em alta no Brasileirão. O que eu não esperava era que a saída seria tão rápida, assim. O PC não resistiu à primeira tentação.
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Todos estão lembrados que PC Gusmão deixou o Ceará logo após o acesso à 1ª divisão, porque não acertou valores financeiros, apesar do esforço dos dirigentes para atender aos números inflacionados que ele apresentou em nome dos auxiliares. Renê Simões foi contratado, PC seguiu desempregado. A curta passagem de Renê foi tumultuada e PC voltou.
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Coisas estranhas aconteceram. Até dizem que PC manteve-se em sintonia constante com dirigentes próximos ao presidente Evandro Leitão, cavando seu próprio retorno. E retornou. Por tudo isso, aliado à boa campanha do time, esperava que ele valorizasse o trabalho. Ao contrário, valorizou a tentação. Agora, não há dúvidas quanto ao sentimento do treinador.
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Conheço Estevam Soares (foto) desde que era zagueiro do Esporte Clube Vitória, em 1988, já no fim da carreira. O chamávamos de "capitão". Era o treinador dentro de campo e o real representante dos jogadores junto à imprensa e aos dirigentes. Era um líder nato. Bom caráter, trabalhador e cheio de empatia com a torcida.
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A carreira de Estevam Soares começou em 1992, como treinador, e nunca mais parou. Já esteve no exterior, enfrentou tempos de crise no Palmeiras e, por último, assumiu um Botafogo em crise sem medo de ser feliz. Espero que Estevam possa dar sequência ao trabalho que está dando certo, contando com a lealdade dos jogadores e o apoio dos dirigentes.
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Boa sorte! O mínimo que posso desejar.