Leiam o recado como foi postado (ipsis litteris) no meu e-mail:
- Falando nisso, meu camarada, convoco vc para mais um artigo na nossa Tá na Área. O tema é justamente a Copa em Fortaleza. Estarei trazendo, agora em junho, uma cobertura bem crítica sobre os desafios que a nossa capital enfrentará para receber o Mundial. Aguardo teu artigo, vc tem liberdade total. Fechamento da revista: quarta-feira (17/6). Abraços, Pepo Melo.
Respondi ao dileto amigo-jornalista-editor, Pepo Melo, com as seguintes linhas:
Você é contra ou a favor da realização da Copa do Mundo, em 2014, no Brasil?
Claro que eu não sei qual é a sua resposta, caro leitor, mas imagino quantos questionamentos esta pergunta pode provocar. A cada dia que ficamos mais próximos da Copa surgem novos e desconfiados debates.
Mas, por que isso?
Como contestar um evento que vai gerar dinheiro?
Até agora só ouvimos falar nos investimentos bilionários, mas é preciso lembrar que esses investimentos vão gerar ganhos, também, depois do período da Copa. Em Fortaleza, por exemplo, serão investidos R$ 9,4 bilhões em obras de infra-estrutura, abrangendo diversos setores da cidade.
Segundo o governador, Cid Gomes, mais da metade do dinheiro já está assegurada. A iniciativa privada irá absorver boa parte dos investimentos, principalmente, nos setores de turismo, transporte e hotelaria.
A verdade é que não precisamos construir outro Brasil ou as 12 subsedes, como queiram. Precisamos, sim, construir obras básicas, como transporte urbano mais ágil e confortável, estradas de verdade e complexos esportivos.
Essas obras já existiriam se esse País fosse levado a sério. Do mesmo jeito, não precisaríamos melhorar hospitais, delegacias, aeroporto, escolas, áreas de lazer e moradias populares. Lamentável é saber que tudo isso pode ser feito em nome da Copa do Mundo.
E qual é o pecado que a Copa nos traz?
O pecado é a desconfiança. Historicamente, o povo aprendeu a desconfiar dos políticos brasileiros. O que mais incomoda, na verdade, é saber que muita gente não perderá a oportunidade de fazer farra com o dinheiro público. E o pior. Nada acontecerá depois.
Nenhum país deixou de realizar Copa do Mundo por causa da pobreza ou da corrupção. São dois extremos que merecem ser tratados com justiça e rigor. É bom lembrar que a Fifa - Federação Internacional de Futebol não exige luxo; exige segurança, conforto e praticidade - condições básicas em qualquer lugar.
Tomemos como exemplo o que disse John Kennedy, em 1961, quando tomou posse como presidente dos Estados Unidos da América: Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país.
Que venha a Copa. Que eles (governos, investidores e CBF) não envergonhem o Brasil. E, se o time político estiver fraco, teremos duas oportunidades (outubro/2010 e outubro/2012) para mexer. Aí, sim, como aconselhou John Kennedy, faremos a nossa parte.
Ficou curioso? Mande-me um recado por e-mail e receberás o slide com a brincadeira.
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