A zebra não parou de rondar os arredores da Copa das Confederações. A seleção dos Estados Unidos venceu o primeiro tempo por 2 a 0, mas não suportou o talento dos brasileiros, no segundo tempo, e perdeu o jogo por 3 a 2. Mais de 50 mil torcedores, no estádio Ellis Park, em Johannesburgo, viram dois gols de Luis Fabiano e um gol de Lucio acabarem o sonho dos norte-americanos.
Ninguém entendia como eles (EUA) fizeram 2 a 0 no Brasil, com gols de Dempsey e Landon Donovan. Tudo até os 26 minutos iniciais. Quem leu o que escrevi, dias atrás, sobre a evolução do futebol (soccer) norte-americano, após o Mundial de 94, começou a entender. Eles podem não ter talento, mas sabem aplicar bem os fundamentos do futebol.
No intervalo, o técnico Dunga agiu com simplicidade, isto é, aplicou o "feijão com arroz" do futebol: a marcação foi o tema mais abordado. "Falei no vestiário que estávamos bem e só precisávamos corrigir detalhes de posicionamento. Conseguimos corrigir a marcação do cruzamento e o posicionamento na área", resumiu Dunga.
Um dos pedidos do treinador foi para que as linhas de marcadores fossem adiantadas para atrapalhar a saída de bola dos Estados Unidos. "Ele corrigiu algumas falhas básicas de marcação e falou que precisávamos encostar mais lá na frente", comentou Luís Fabiano. Nada mais óbvio. Sofremos dois gols por erro de marcação.
Agora, são três conquistas: 1997, na Arábia Saudita; 2005, na Alemanha; 2009, na África do Sul. Agora, o desafio da seleção brasileira é quebrar a escrita de que jamais o campeão da Copa das Confederações foi campeão no Mundial seguinte. Em 98, perdemos a Copa para a França. Em 2006, ficamos em quinto lugar.
Também já falamos sobre a demora da Fifa em usar recursos que melhorem o desempenho dos árbitros. Caso o zagueiro Lucio não tivesse feito o terceiro gol, o assunto em pauta seria o gol de Kaká não validado, aos 15min / 2º t. A bola já havia passado da linha quando o goleiro Howard defendeu. O árbitro Martin Hansson e o auxiliar Henrik Andren não deram o gol.
A superior qualidade técnica dos brasileiros, a aplicação tática do segundo tempo, a tradição e a largura (gíria-sinônimo de sorte no futebol) do técnico Dunga foram alguns ingredientes que apimentaram a conquista brasileira. Apesar das críticas ao Dunga, nós estamos sofrendo menos que nas épocas de Zagallo, Parreira e Felipão. Que assim seja até o final da Copa 2010.
Ficha Técnica: Estados Unidos 2 x 3 Brasil
Estados Unidos - Howard; Spector, DeMerit, Onyewu e Bocanera; Dempsey, Feilhaber (Kjestan), Clark (Casey) e Donovan; Davies e Altidore (Bornstein).
Técnico: Bob Bradley.
Brasil - Julio Cesar; Maicon, Luisão, Lúcio e André Santos (Daniel Alves); Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires (Elano) e Kaká; Robinho e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga.
Gols - Dempsey aos 9 e Donovan aos 26 do primeiro tempo; Luís Fabiano, a 1 e aos 28, Lúcio aos 38 do segundo tempo.
Cartões amarelos - Bocanegra; Felipe Melo, André Santos, Lúcio
Estádio - Ellis Park, em Johannesburgo (África do Sul)
Árbitro - Martin Hansson (Suécia)
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