Os números do futebol cearense dão a falsa idéia de que estamos no paraíso da bola. Ceará e Fortaleza somam mais de 80 jogadores, a média de público nos jogos locais está entre as melhores do País, alguns salários são comparados aos oferecidos por grandes clubes e, por último, os investimentos anunciados para subsediar a Copa do Mundo/2014 são bilionários.
A comissão técnica do Ceará consome cerca de R$ 100 mil; a do Fortaleza cerca de R$ 60 mil. O teto salarial dos jogadores dos dois clubes chega a R$ 25 mil. O público médio nos jogos locais do Ceará, em 2008, foi de 6.273 torcedores; nos jogos do Fortaleza foi de 8.360 torcedores. Só para comparar, no mesmo período, o futebol carioca teve média de 7 mil torcedores por jogo.
Os números são bons, mas os resultados são fracos: campanhas que não empolgam na Copa do Brasil nem no Campeonato Brasileiro, divisões de base que não revelam craques e dirigentes que não se entendem. Com esse cenário, os importantes investidores não são atraídos e as perspectivas são cada vez mais sombrias.
A turbulência mais recente ocorreu na diretoria do Ferroviário, que mantinha uma parceria com a AAFAC - Associação dos Amigos do Ferroviário Atlético Clube, principal colaboradora do presidente Paulo Wagner. Falta de prestação de contas foi o motivo apresentado pelos dirigentes da entidade que se afasta.
As divisões de base não recebem investimentos, mas é comum saber que Ceará, Fortaleza e Ferroviário negociam logo suas revelações. Recentemente, o Fortaleza negociou o atacante Osvaldo para o Oriente Médio e o Ferroviário exportou um time inteiro. Longe dos olofotes da mídia, o Icasa negociou o atacante Leozinho para o Curitiba. E as prestações de contas?
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