O futebol tem todo direito de ser louco dentro de campo, mas fora dele tem o dever de ser equilibrado, pensado por cabeças recheadas de boas ideias. Um placar inesperado, por exemplo, nunca é bem digerido pela torcida, mas entra na conta das zebras e vai para o baú da história. Agora, as trapalhadas dos dirigentes deixam marcas eternas.
O que dizer do atual momento em que vive o Fortaleza? Se não quisermos contar uma lorota, basta relembrarmos as decisões equivocadas (ou algumas delas) que seus dirigentes tomaram ao longo dessa temporada. Os péssimos resultados poderão até ser esquecidos caso o time não caia para a Série C do Brasileiro, mas as trapalhadas, não.
A primeira do ano foi aquela de contratar o gaúcho Paulo Pelaipe. Em dezembro de 2008, quando a notícia saiu, a imprensa gaúcha escrevia: "Fortaleza quer mesmo ficar parecido com o Grêmio". Pior que contratar Pelaipe, foi deixá-lo trazer quem bem desejou. Nenhum dos seus deu certo.
Quando resolveram tomar atitude e pedir licença ao Pelaipe e sua turma, a esperança foi renovada no Pici, mas, infelizmente, as trapalhadas continuaram. Apesar de tudo, veio o título estadual de 2009. Mirandinha tentou estabelecer a ordem, como chefe da comissão técnica, e foi mandado embora.
Daí para a frente, ninguém acertou mais nada. Contratações equivocadas (de técnicos e jogadores), muito disse-me-disse, ordens e contra-ordens e a indisciplina reinando entre alguns jogadores. Sem delongas, todos já estão cansados de saber sobre o episódio Luiz Carlos (foto). Ao que parece, só mesmo o corte de cabelo dele mudou no Pici.
A queda-de-braços entre dirigentes e conselheiros contratou e descontratou várias vezes. Até um Pai-de-Santo entrou nessa ciranda em um dos momentos de crise. Luiz Carlos foi demitido e readmitido em 72 horas. Agora, uma oferta de R$ 1 milhão para evitar o rebaixamento do time foi anunciado e desmentido logo depois.
É nesse confuso ambiente que o time do Fortaleza precisa vencer quatro dos seis jogos que ainda restam. O problema é que o time herdou, definitivamente, a cara dos dirigentes, com mais trapalhadas do que acertos. Não dá para prever nada. Até o fim da Segundona, a torcida tricolor dormirá como uma criança que espera Papai Noel na janela.
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