O que seria do futebol se resolvessem criar Cotas de negros, de índios, de pessoas especiais, entre outras Cotas, a exemplo do que estão fazendo no ensino brasileiro?
Ainda bem que o futebol é o fórum mais democrático do mundo: misturam-se raças e classes sociais em todos os segmentos do esporte. Na hora do gol, a alegria é tão contagiante que abraços e beijos não geram ciúmes nem entre casais mais radicais. Os jogadores usam a imaginação e não poupam formas de comemorar, além dos tradicionais abraços e beijos.
A África do Sul está se preparando para mostrar como o futebol é plural, através das manifestações de torcedores brancos e negros, durante a Copa do Mundo de 2010. Os africanos vão confirmar para o mundo, embalados pelo futebol, como é possível viver sem diferenças raciais. Em vez de regras ou leis, respeito e condição de igualdade no tratatamento.
Pena que esse exemplo esteja cada vez mais distante das autoridades que cuidam da educação no Brasil. O programa Canal Livre, do último domingo, dia 10/05, na TV Bandeirantes, provocou um acalorado debate sobre o Programa de Cotas para negros, índios e pessoas especiais. O frei Davi Santos, defendendo o Governo, disse que a comunidade negra decidiu pelas Cotas. O sociólogo Demétrio Magnoli classificou o Programa de Cotas como "Projeto Racial".
Para o sociólogo, "ninguém está interessado em mudar o ensino. O interesse é criar um grupo racial para ter clientela política". O frei deu uma demonstração racista quando deu "boa noite aos brancos pobres". Diferente do sociólogo, o frei acha justo abrir Cotas para negros terem acesso às universidades, mas não esbravejou nem um pouco por igualdade de tratamento com a ampliação do número de vagas para atender a demanda de alunos.
Ora, somos 42 % de côr parda no Brasil, como adverte o sociólogo Demétrio Mognoli. Cadê a Cota desses brasileiros, entre eles, esse blogueiro? Aliás, não gostaria de fazer parte desse grupo. Gostaria que os alunos brasileiros estivessem para as universidades como os torcedores estão para o futebol. A única diferença estaria no valor do ingresso: enquanto os torcedores pagam para ver o jogo, os alunos garantiriam acesso com uma média aceitável de notas.
Apesar do debate, o Projeto de Cotas é racial, sim. Fosse o povo brasileiro um pouco mais exigente e teríamos protestos constantes, a partir do momento em que cada grupo racial ou sócio-econômico resolvesse exigir sua Cota. Isso é apartheid, sim.
Um comentário:
Fantastica abordagem, simples e direta, deveria ser enviado a cada pseudo-politico desse país. Parabéns
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