Em 2008, a imprensa nacional divulgava uma notícia que o torcedor cearense não gostaria de ter lido nem ouvido: Estádio Presidente Vargas, o PV, interditado por causa de corrosões. Pior do que a notícia da interdição foi a sequência de controvérsias sobre as providências da prefeitura de Fortaleza para devolver o estádio em condições de jogo. Quase dois anos depois, a dúvida continua sobre qual seria a melhor solução para o PV.
"Demolir Estádio Presidente Vargas é um crime"
A proposta de demolição do estádio Presidente Vargas foi considerada "um crime" pelo engenheiro Mário Elísio, que chefiou a Comissão de Vistoria do Crea-CE - responsável pela vistoria que sugeriu, pela primeira vez, a interdição da praça esportiva.
“É um crime, tecnicamente falando, se cogitar a palavra demolição. Com a tecnologia dos materiais vigentes não há o menor cabimento se jogar fora algo que já existe”. O diagnóstico contrário à completa reconstrução do estádio Presidente Vargas - como prevê a Prefeitura de Fortaleza - é do engenheiro civil Mário Elísio Aguiar, especialista em análise de estruturas de estádios.
Para Mário Elísio, a proposta da prefeitura de construir um novo PV é dispendiosa e fora de propósito. Ele avalia que uma intervenção igual à aplicada no Castelão seria mais adequada. “A gente recuperaria essa estrutura e depois faria o reforço, como aconteceu no Maracanã, no Morumbi e no Castelão”, afirma. “O PV é um campo antigo. Não tem nenhuma estrutura de suporte, como não havia no Castelão, em 2002. E nada foi demolido”, completou.
O engenheiro afirma que a reforma custaria metade dos 60 milhões de reais orçados. Mário Elísio considera, inclusive, “preocupante” o prazo estipulado para a entrega da primeira parte do estádio - com capacidade de até 13 mil pessoas -, até janeiro de 2010. “Somente se fosse feita a nossa idéia daria para entregar no final de janeiro (de 2010)”, afirma.
Já a engenheira Denyse de Araújo, que chefia a Associação Técnico-Científica Eng. Paulo de Frontin (Astef), responsável pelos estudos sobre a situação do PV, ano passado, revela que os laudos recomendavam a interdição para recuperação da estrutura.
A prefeitura de Fortaleza anunciou a idéia de modernizar o PV de olho no Mundial de 2014, caso Fortaleza seja escolhida cidade-sede. O novo estádio teria os mesmos 20 mil lugares, porém, conforme os padrões da Fifa.
Em Salvador, o Governo correu contra o tempo para recuperar Pituaçu
Depois de 12 meses, autoridades, dirigentes e cronistas esportivos puderam conhecer o novo Estádio de Pituaçu. A reforma completa do estádio, que custou cerca de 55 milhões de reais, foi a saída encontrada pelo Governo do Estado para suprir a interdição do estádio Otávio Mangabeira, a Fonte Nova. O atual governo sofreu uma pressão maior do que a pressão sofrida pelo governo da época da construção do estádio. Com a interdição da Fonta Nova, o Bahia ficou sem mando de campo porque o Estádio Barradão é de propriedade do Esporte Clube Vitória.
Durante a primeira visita a Pituaçu, o ex-governador, Roberto Santos, lembrou que a construção do estádio foi uma exigência na época de seu governo. “Nós precisávamos de outra arena esportiva, em Salvador, e essa localização foi escolhida por ser a mais adequada, além de possuir a beleza do Parque de Pituaçu, um cartão-postal da cidade”, afirmou.
A obra executada compreende a reforma estrutural do estádio: vestiários, revestimento na arquibancada e construção de uma nova, com piso de alta resistência, placar eletrônico, sala de juízes, tribunas de honra e de imprensa, cabines de rádio e TV, alambrados e cercamento, sistema de irrigação, reservatórios e instalações elétricas, esgotamento sanitário e estação elevatória, 7.400 m2 de gramado e drenagem, programação visual e sinalização, bilheteria, postos médico e policial. Além disso, a capacidade do estádio foi ampliada de 13 para 34.200 torcedores.
Além da reforma, Pituaçu vai ganhar energia solar
O primeiro estádio de futebol da América Latina, totalmente alimentado por energia solar, está localizado na Bahia. O presidente do Grupo Neoenergia, Marcelo Corrêa, e o presidente da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), Moisés Sales, apresentaram, na última sexta-feira (7 de maio), o projeto de instalação solar no Estádio de Pituaçu.
Um estudo está sendo feito para que seja apresentado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Se for aprovado, a energia solar será lançada na rede da Coelba e atenderá completamente à demanda de energia do Estádio de Pituaçu. O projeto tem custo estimado de 5 milhões de reais e, caso seja aprovado pela Aneel, será executado em 2010.
A prefeitura de Fortaleza garante que vai anunciar um projeto definitivo, sobre o estádio Presidente Vargas, depois que a Fifa anunciar os nomes das cidades brasileiras que serão sub-sedes na Copa de 2014. O anúncio está prevista para o próximo dia 31. Façamos nossas apostas, lacremos os envelopes e vamos esperar pela tão sonhada decisão da Fifa. Quem quiser pode arriscar um palpite. Eu não arrisco.
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