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    sexta-feira, 11 de setembro de 2009

    O QUE HÁ DE ERRADO COM ELES?

    O que há em comum entre Vagner Paulo da Silva, 27 anos; Mokgadi Caster Semenya, 18 anos; e Edvaldo dos Santos, 59 anos? Enquanto cidadãos, simplesmente dois atletas e um ex-atleta. Provavelmente, poucos serão capazes de identifica-los. Mas, se a pergunta for dirigida aos atletas Vavá e Semenya e ao ex-atleta Baiaco encontraremos muitos pontos em comum, entre os três, por conta: ora, da irracionalidade; ora, do jogo de interesses que invadem o esporte.
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    BREVE HISTÓRICO
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    O atacante Vavá (foto 1) surgiu nos gramados cearenses como promessa de craque. Jogou no Uniclinic, no Horizonte, no Mogi-Mirim (SP) e no Ceará Sporting, onde ganhou notoriedade pelos gols refinados. Em 2007, formou uma dupla de ouro com Luiz Carlos colocando o alvinegro na artilharia nacional. Ao final da temporada, valorizado, o jogador virou peteca num jogo de vaidades entre empresários e o procurador Flávio Pinto.
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    O volante Baiaco (foto 3) foi descoberto em São Francisco do Conde, no interior da Bahia, por um torcerdor do Esporte Clube Bahia, ainda moleque, no final da década de 1970. Chegou a exigir que o irmão dele, Caetano, também fosse para Salvador. Foi atendido, mas Caetano não ficou. Baiaco ficou por quase 20 anos. Baiaco só fez seis gols ao longo da carreira. Marcava tanto que ajudou a impedir que o rei Pelé marcasse o milésimo gol na Fonte Nova.
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    A corredora sul-africana, Caster Semenya (foto 2), idolatrada em seu país, ganhou fama mundial com a conquista da medalha de ouro, na disputa dos 800 metros rasos, no Campeonato Mundial de Atletismo/2009, realizado em Berlim.
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    O FIM
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    Baiaco nós sabemos. Hoje, leva uma vida pacata. Voltou a morar em São Francisco do Conde (BA), vai sempre a Salvador participar dos encontros dos boleiros do passado, mas certamente se arrepende de atitudes que deixou de tomar no auge da carreira. Por capricho de dirigentes, não foi jogar em grandes times como Flamengo e até Santos. Quando parou de jogar entrou num processo depressivo e chegou a frequentar a sarjeta dos bêbados. Quase afundou.
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    Vavá e Semenya ainda não sabemos como será. Apesar disso, os exemplos mostram o caminho mais provável caso nada seja feito pela "justiça" da vida. Tal qual Baiaco, o atacante Vavá está sendo vítima da ganância irracional de empresários. Desde que terminou a temporada de 2008, o jogador espera pelas ilusórias propostas do exterior. Sem clube, vive dias amargos.
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    O caso Semenya é inédito, caso comprovado. Segundo o jornal australiano The Daily Telegraph, o teste de feminilidade a que foi submetida indica ausência de útero e ovário e a presença de testículos internos, o que faria dela uma hermafrodita. Até aí tudo normal, embora surpreendente.
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    O que não dá para prever é o estrago que a campanha discriminatória pode causar na vida da atleta. O governo sul-africano acusa de racismo a Associação Internacional de Federações de Atletismo por não aguardar a conclusão de outros laudos médicos, criando sensacionalismo em torno da possibilidade de devolução da medalha conquistada.
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    Que os irracionais e gananciosos do mundo esportivo não impessam que Vavá e Semenya tenham um final de carreira menos sofrido que Baiaco.

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