Jota Lacerda é comentarista da Rádio Assunção Cearense - 620 AM, às 18h e 23h. Comenta futebol e cotidiano. Sejam bem-vindos. Opinem, por favor, motivando o debate. Falem conosco pelo e-mail jlreporter2@gmail.com
Durante toda a semana, nos programas esportivos da Rádio Assunção, disse que o jogo não seria fácil para o Vitória, apesar do raquitismo do time do Ceará. E não foi fácil confirmar o acesso à 1ª Divisão do Brasileirão 2013. William fez um gol suado, aos 42 minutos, em posição duvidosa, e o Ceará empatou aos 35 minutos do 2º tempo, com gol contra do zagueiro Victor Ramos. O empate foi a conta do chá.
Muita gente andou falando besteira, dizendo que o Vitória já havia comprado o resultado. Um insulto aos profissionais decentes, que trabalham sério, que honram a camisa e respeitam o torcedor. O resultado do jogo foi o reflexo dos problemas que o Vitória enfrentou durante toda a competição. O acesso premiou a torcida.
O Ceará entrou em campo, moralmente derrotado, com uma equipe fragilizada. Depois de uma viagem de avião no mesmo dia do jogo, os jogadores alvinegros não reclamaram de cansaço e correram até o final da partida. Depois do gol de empate, o Vitória passou apuros nos 10 minutos finais.
Foi como eu esperava.
O Vitória subiu suando muito. O Ceará se despediu com seriedade em campo. Pena que a diretoria alvinegra "jogou a toalha" várias rodadas atrás, quando ficou confirmado que o time não caía mais. Com mais de 15 dispensas de jogadores, o treinador Anderson Silva quebrou a cabeça para escalar o time.
Valeu, pela sinceridade do jogo. Pelo menos nesse jogo, as mentes maldosas não podem alimentar seus comentários corruptos sem corruptores. Ficam as lições para as duas diretorias. Que o Vitória não cometa os mesmos erros ano que vem. Que o Ceará dê dois passos à frente para compensar o atraso dessa temporada.
Até 2013 com novas esperanças!
Ficha Técnica do acesso do Vitória à 1ª Divisão:
Estádio Manoel Barradas (Barradão)
Salvador / Bahia
Vitória jogou com Deola, Nino Paraiba, Victor Ramos, Gabriel Paulista e Mansur; Michel (Rodrigo Mancha), Fernando Bob, Pedro Ken e Willie; William (Leílson) e Dinei (Marcelo Nicácio). Técnico: PC Gusmão.
Ceará jogou com Dionatan, Apodi, Heleno, Jailton (V) e Vicente (Eusébio); João Marcos, Everton (Luis Henrique), Leandro Chaves e Magno Cruz (Régis); Mota e Robert. Técnico: Anderson Silva.
Apitou o jogo Sandro Meira Ricci (PE), auxiliado por Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Paulo César Faria (MT).
O treinador Ricardinho foi apresentado, na tarde dessa segunda-feira, pelo presidente do Ceará, Evandro Leitão, como o novo comandante da equipe alvinegra para o início da temporada 2013.
Garante o presidente que Ricardinho tem o perfil desejado pelos alvinegros: novo na função e competente. Acho que Ricardinho não é novo, é noviço. Independente da capacidade dele, precisará de suporte da diretoria. Que receba e dê retorno.
Os dirigentes alvinegros ainda prometem contratar um diretor de futebol para arrumar a casa. Falam em diversos nomes. Seja quem for, também precisará de suporte da diretoria para trabalhar nas adversidades. O futebol cearense não tem cultura de suportar tropeços e precisa aprender.
Não se constrói um time vencedor da noite para o dia, somente com a vontade e muito discurso. Está mais que provado que a continuidade do trabalho traz resultados positivos. O Ceará precisa de ideias novas. O presidente Leitão dá sinais de uma reinvenção que deve dar certo.
É preciso ter firmeza na proposta e acertar a dose nas contratações.
Ainda que sejam ditas e reditas mil razões para explicar a derrota do Fortaleza para o Oeste de Itápolis/SP, em pleno estádio Presidente Vargas, nenhuma delas deixará o torcedor tricolor conformado. Foi uma das tardes mais tristes que já testemunhei, porque ninguém imaginava que a vitória do Oeste, por 3 x 1, seria tão fácil.
Nem o Oeste esperava tanta facilidade. O Fortaleza "relaxou" e se apavorou com o gol sofrido. De "caçador" virou "caça". Literalmente, o tiro saiu pela culatra. Na linguagem boleira, o Fortaleza "amarelou".
O próprio Fortaleza foi traído pela combinação de resultados. Jogava pelo empate sem gols e por qualquer vitória. O Oeste era um franco atirador. Tudo que o time paulista queria era um gol para ficar dono da situação. A partir do empate com gols, o Fortaleza teria de correr atrás da vitória.
E foi exatamente o que aconteceu. Faltou maturidade ao Fortaleza. Não confundir maturidade com idade. A média de idade da equipe é de 30 anos - até elevada para correr atrás de equipes mais jovens. Faltou maturidade para administrar o início do jogo e os momentos de crise dentro da partida.
O treinador Vica (e aí é preciso conhecer as razões dele) parece não ter acreditado que a equipe poderia jogar da mesma forma que vinha jogando. Desde o primeiro jogo, Vica mudou a forma de jogar. O time ganhou uma formação de três zagueiros em linha, dois volantes e os laterais sumiram. Os atacantes sofreram.
Como culpar os atacantes se a bola não chega e quando chega, chega quadrada, queimando os pés deles. Aliás, a bola também queimava os pés dos zagueiros. Ninguém conseguia enxergar um volante na saída da bola. Era só chutão.
O que esperar de Geraldo 38? Eu não tenho resposta. Além do peso da idade (38 anos), correr em todas as direções e armar jogadas? Como? Essa nunca foi a função dele, sozinho. Geraldo depende de boas companhias para jogar e não as teve nesses dois jogos. Aonde estavam os meias do time?
O Fortaleza perdeu o acesso à Série B, mas não desperdiçou a temporada. Depois de esfriar a cabeça, o presidente Osmar Baquit admitiu que topa a reeleição. O treinador Vica também disse que fica para a próxima temporada. Dos males, o menor! Restam muitas ações positivas que podem ser levadas para 2013.
Que não se esqueçam de acrescentar uma pitada de maturidade no elenco da próxima temporada.
Lamentável o comportamento de parte da torcida, que não soube suportar a dor da derrota e quebrou centenas de cadeiras do estádio. Também não dá para deixar de citar a atitude do atacante Serginho, autor do último gol do Oeste, que correu em direção à torcida adversária para comemorar. Foi uma provocação.
O Fortaleza arrancou um valoroso empate, em 1 x 1, em Itápolis/SP, no estádio dos Amaros, contra o Oeste, no primeiro jogo da decisão pelo acesso à Segundona do Brasileirão 2012. O empate mantém o favoritismo do Leão do Pici para o jogo de volta, no estádio Presidente Vargas, no próximo domingo, quando defenderá a invencibilidade de 17 jogos.
O Oeste foi o único dos quatro mandantes que não venceu. Um empate sem gols e uma vitória dará a classificação ao Fortaleza. O Oeste, ao contrário, terá de vencer o jogo fora de casa. Empate só servirá ao time paulista se for 2 x 2, 3 x 3 em diante.
O treinador Vica foi muito cauteloso e não escondeu isso de ninguém. Poderia ter trocado um dos três zagueiros ou um volante por um meia para dar mais agressividade à equipe, mas preferiu manter a equipe compactada até o fim do jogo.
Depois do jogo, Vica disse que pediu aos jogadores para terem cuidado. “Uma saída desordenada poderia resultar no segundo ou terceiro gol para o adversário”, alertou Vica.
O gol do Oeste aconteceu, aos 19 minutos, quando o goleiro Lopes falhou. Wanderson cobrou falta, pela meia esquerda, direto para o gol. Lopes saiu ao encontro da bola e quando tentou voltar não deu mais. E foi só no 1º tempo.
Vica processou mudanças na equipe, mas não mudou a forma de jogar, sempre cauteloso. O Oeste joga um futebol solidário. Ataca em bloco e se defende em bloco. O 2º tempo foi mais movimentado. Aos 22 minutos, Waldison foi ao fundo do campo, pela esquerda, e cruzou a bola na direção de Geraldo, que não desperdiçou a rara oportunidade: 1 x 1.
O Oeste foi o único que não manteve a vantagem de jogar em casa nessa primeira rodada decisiva da Terceirona. Agora, é esperar domingo chegar. No PV, acredito que Vica não será tão cauteloso assim como foi em Itápolis. É aguardar!
O Oeste jogou com Fernando Leal, Dezinho, Eduardo e Lígger; Dedé, Dionísio, Paulo Vitor (Lelê), Hudson e Piauí ( Jheimy); Wanderson e Serginho (Samuel). Técnico: Luis Carlos Martins.
O Fortaleza jogou com Lopes, Micão, Fabrício e Ciro Sena; Rafinha, Esley, Elton, Geraldo (Alex Maranhão) e Guto; Jailson (Waldison) e Assisinho (Jackson). Técnico: Vica.
Apitou o jogo o gaúcho Anderson Daronco, auxiliado pelos mineiros Celso Luiz da Silva e Pablo Almeida da Costa. Renda R$ 17.415,00 e público pagante 1.509.
O Icasa está escrevendo uma história espetacular na Terceirona do Brasileirão 2012.
A vitória dessa quinta-feira, no estádio Romeirão, por 2 x 1, sobre o Duque de Caxias/RJ, deixou o Verdão mais próximo do retorno à Segundona. A reação foi espetacular desde a chegada do treinador Francisco Diá, na fase passada.
Para quem não se lembra, o Icasa esteve na zona de rebaixamento por várias rodadas. Chegaram a encomendar velório e sepultamento.
O Icasa reagiu, passou a vencer, ganhou uma vaga, desclassificou o Santa Cruz e empurrou o Salgueiro para o rebaixamento. O Verdão está a um passo do acesso. Ainda que não suba, o treinador Francisco Diá terá marcado época.
Aos 15 anos de idade, em Feira de Santana/BA, as Artes Gráficas ensaiavam, nesse cronista de hoje, o blogueiro cinquentão.
Depois da gráfica, a redação de jornal, o plantão esportivo, as delegacias de polícia, os estádios de futebol, os eventos de rua, as solenidades e os estúdios de rádio e, agora, o blog. Já se foram 33 anos de frenético rádiojornalismo. Agora, outra face. Jota Lacerda Comenta o que fala no rádio, o que pensa do mundo e o que sente como participante e espectador do grande universo.