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    segunda-feira, 31 de maio de 2010

    CEARÁ E SUA FERRADURA

    Parte da imprensa sulista aponta o Ceará Sporting como a zebra do Brasileirão 2010 e aposta que o time alvinegro não conseguirá manter a mesma performance desses cinco primeiros jogos por muito tempo. Nada contra. Cada um analisa como bem entende. A questão não é provar quem está com a verdade. No futebol, o momento deve ser respeitado; no futebol, o bom momento pode ser efêmero ou duradouro.
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    É claro que poucos (os apaixonados) acreditavam que o Ceará seria tão eficiente nesse início da competição. Os resultados, mesmo magros, foram surpreendentes. Por esse ângulo, o alvinegro pode ser considerado uma zebra, sim. No entanto, alguns cronistas sulistas consideram zebra o fato do time cearense ter vencido o Fluminense (1x0), empatado com o Santos (1x1) e vencido o Cruzeiro (1x0). E não deve ser assim.
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    O cronista deve observar que o trabalho está surtindo efeito. Não é aborto de sorte ou acaso. Depois de cinco jogos, qualquer um pode concluir que o Ceará aplica um esquema tático rígido, que está encaixando bem. Gostar ou não gostar é outro papo. O treinador PC Gusmão amadureceu uma forma de jogar que remeteu-me a uma imagem sólida: a ferradura (foto).
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    Olhando o desenho tático do time, por cima, vejo o traço da letra U. Imagina Misael lá em cima, na ponta esquerda da letra; imagina o ala-esquerdo logo atrás de Misael. Na outra ponta, lá em cima, imagina o ala-direito. Aqui embaixo, na curva da letra, imagina o goleiro; à frente dele, três zagueiros. Não muito distantes dos zagueiros, dois volantes. Lá em cima, entre as duas pontas da letra, o solitário atacante. Sobra um, exatamente o meia, responsável pela ligação do contra-ataque.
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    Com essa ferradura, o adversário tem dificuldades para ultrapassar a intermediária do Ceará, contando apenas com o corredor do meio, já que os lados estão bloqueados. A bola bate e volta. Quando o contra-ataque alvinegro encaixa, os zagueiros entram em parafuso. Quem mais sofre é o lateral-direito porque recebe a pressão de dois adversários.
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    Misael tem sido o terror dos zagueiros. Ele puxa dois ou mais marcadores. Claro que vai faltar zagueiro na área. Melhor para o solitário atacante ou quem chegar. Foi assim que Washington e Lopes marcaram seus gols, construidos por Misael. Lembra-se do meia que sobra? É o Geraldo, que tem muito campo pela frente para correr sozinho, com a marcação natural de dois ou mais adversários. Por isso, tem sentido dificuldades e não consegue ser o mesmo do Cearense 2010.
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    É só isso. A ferradura do Ceará Sporting surpreendeu e ainda não está sendo levada a sério. O treinador Adilson Batista, do Cruzeiro, só despertou depois que levou o gol, aos 39', e tentou corrigir o equívoco no vestiário. Em campo, no segundo tempo, tentou corrigir a posição tática da equipe, mas não obteve êxito.
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    Vem aí o intervalo da copa do mundo. Resta saber se o trabalho de PC Gusmão com a equipe vai sofrer alguma mudança nesse período. Só o tempo dirá. O Ceará vai disputar o Campeonato do Nordeste enquanto os demais vão treinar e estudar os adversários, com exceção do Vitória, que também vai disputar o Nordestão. O mais provável é imaginar que uma ferradura sólida não será destruida com fogo brando.

    sexta-feira, 28 de maio de 2010

    TORCEDOR NÃO PERDOA JEJUM

    O torcedor é mesmo impiedoso, passional, capaz de virar a cabeça de um jogo para outro. Não é que boa parte da torcida do Ceará Sporting já está reclamando do desempenho do meia Geraldo (foto 2) - ídolo da galera até um dia desses? O mesmo sentimento incomodou a torcida do Esporte Clube Vitória, em relação ao atacante Schwenck (foto 1), até que ele fez três gols e recuperou o "amor" da galera.
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    A torcida alvinegra esperava que o meia Geraldo apresentasse, no Brasileirão, o mesmo desempenho do Cearense 2010. Nessa hora, a torcida não se dá conta que a idade do jogador (36 anos) é um fator decisivo, mesmo levando-se em consideração que cuida da forma física e tem uma vida extracampo saudável.
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    Outro fator que pesa contra o jogador é o esquema tático utilizado pelo treinador PC Gusmão. O Ceará joga encolhido, variando entre o 4x4x2 e o 3x5x2, utilizando os dois volantes na forte marcação. Na verdade, já utiliza o volante Heleno como um zagueiro quando varia no 3x5x2. Essa postura fragiliza os meias. Geraldo e Érick Flores estão "pagando o pato".
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    Érick Flores (mesmo com seus 21 anos) já saiu até do grupo. Geraldo tem sido substituido com frequência. A torcida começa a ficar impaciente e as contratações para o setor ainda não apareceram. O atacante Washington é a única situação nova que o Ceará tem nesse início do Brasileirão. Por tudo isso, PC Gusmão precisa criar novas opções táticas e encontrar meias que possam dar criatividade ao setor nas ausências de Geraldo e Érick Flores.
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    O jejum na vida de meias e atacantes incomoda o torcedor. Essa rotina, no entanto, é comum na vida de importantes jogadores. O atacante Dodô, que um dia desses sacodia a torcida do Vasco da Gama, está no banco de reservas. O atacante Schwenck, que chegou ao Vitória com a fama de ídolo da torcida do Avaí, andou perto do "inferno" por causa do jejum de gols, mas voltou aos braços da galera rubro-negra ao marcar três gols contra o Atlético mineiro.
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    Brasileirão é isso aí. Uma roda gigante que passa pelo "céu" e pelo "inferno". O torcedor passional embala essa roda gigante com mais velocidade para um lado ou para outro. O combustível é o gol. O jejum de gols ou de boas atuações enfraquece o sentimento do torcedor de uma tal forma que o ídolo pode virar vilão e afundar no esquecimento.

    segunda-feira, 24 de maio de 2010

    DEUS É ARGENTINO?

    A cerveja Quilmes, patrocinadora oficial da seleção da Argentina na Copa 2010, provoca polêmica ao lançar um comercial para TV em que Deus "aparece" como sendo argentino. A propaganda, entitulada "Diós", foi lançada nesse final de semana e relaciona Deus aos momentos marcantes dos argentinos em mundiais.

    No comercial, uma voz vinda do céu diz à população que foi, sim, responsável por lances históricos nas copas do mundo, disputadas pela seleção argentina. "Deus" admite, por exemplo, ter colaborado no famoso gol, feito com a mão por Maradona, contra a Inglaterra, na Copa de 1986. Em tom convincente, diz: "Esta pode ter sido, sim, a minha mão!".

    Diego Belbussi, diretor de marketing da cervejaria, disse estar seguro que a propaganda deixará uma mensagem de confiança sobre a história, o presente e o futuro da seleção argentina. Eu também acredito que o comercial está prestando uma importante colaboração motivacional ao torcedor argentino. A peça publicitária é bem elaborada.

    Claro que o "Deus" da publicidade não é o Deus no qual acreditamos. O publicitário viajou na imaginação, a partir do episódio real em que Diego Maradona disse que "foi a mão de Deus que tocou na bola" naquele lance em que ele enganou até o árbitro do jogo. Não há heresia na criação publicitária. Há, sim, uma inteligente peça publicitária para embalar "los hermanos" na África do Sul.

    Cuidado com eles!

    sexta-feira, 21 de maio de 2010

    UM CONVITE A TORCER

    Quando perguntam-me para que time eu torço, logo explico: Vitória, na Bahia; Ferroviário, no Ceará; Flamengo, no Rio de Janeiro; Santos, em São Paulo; Sport, em Recife. Prefiro não apresentar uma lista nacional, porque aí já não é torcer. Imagina que já devo explicações quanto ao Bahia de Feira (Feira de Santana/Bahia), time que foi cuidado, heroicamente, por muitos anos pelo radialista Joel Magno.
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    O Bahia de Feira, hoje uma filial do Esporte Clube Bahia (?), foi o primeiro time da minha simpatia. Ainda garoto, na década de 1970, ia ao estádio Jóia da Princesa, com meu pai (Seu Ângelo), para o clássico Bahia x Fluminense, mas não torcia apaixonadamente. Papai era Fluminense e ficávamos comportados na arquibancada geral.
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    Passei a ter simpatia pelo Vitória bem mais tarde, quando já estava cronista, na década de 1990, mas sempre soube separar o cronista do torcedor moderado que sou. Quando a bola rola nas competições nacionais, não escondo de ninguém, minha preferência é pelos times do Nordeste. A explicação é a mesma do goleiro colombiano Viáfara, do Vitória: "O Nordeste merece e não serve só para as férias".
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    Por isso, ninguém precisa perguntar para quem torci no jogo Santos 1 x 1 Ceará. Ninguém precisa perguntar para quem vou torcer nos dois jogos decisivos entre Vitória x Santos. É que sou um torcedor diferente, reconheço. Aliás, sou bem mais cronista que torcedor. Tanto assim, que logo respondo antes que perguntem sobre Ceará x Vitória, nesse domingo, no Castelão. Não vou torcer, vou trabalhar!
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    Depois da resposta que o time do Ceará deu nos dois jogos iniciais do Brasileirão (1 x 0 sobre o Fluminense; 1 x 1 com o Santos, na Vila), deve-se fazer uma avaliação positiva para o terceiro jogo. O Vitória, por sua vez, está motivado com a classificação para a final da Copa do Brasil. Viáfara e Geraldo (fotos) são sinônimos de futebol de qualidade.
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    Encanta ver o Vitória jogar com um time bem equilibrado. Quando goleou o Atlético goianiense, no Barradão, por 4 x 0, tinha quatro veteranos (Viáfara, 31; Vanderson, 30; Ramon, 37; Junior Pipoca, 33), quatro garotos da base (Wallace, 22; Reniê, 21; Uelliton, 22; Elkeson, 20) e os outros com 25 anos no máximo.
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    O Ceará não segue a mesma filosofia, mas conta com jogadores de qualidade como Anderson, Heleno, Michel, Misael e Washington. Os experientes Fabrício e Geraldo dão equilíbrio ao time. Falta a juventude de jogadores da base como o zagueiro Pablo, que apareceu contra o PSV Eindhoven e desapareceu em seguida, para dar mais fôlego ao elenco.
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    Depois da Copa da África do Sul, os "Garotos da Toca" vão enfrentar os "Meninos da Vila" em um jogo na Vila Belmiro e outro (final) na Toca do Leão, midiaticamente conhecido como estádio Manoel Barradas, disputando o título da Copa do Brasil. Será uma rara oportunidade para observarmos duas jovens academias do futebol. Será apreciar o futebol com o qual sonhamos.

    segunda-feira, 17 de maio de 2010

    'Meninos', respeitem o Vovô!

    A bolsa de apostas, durante toda a semana, apontava favoritismo absoluto do Santos, no jogo contra o Ceará Sporting, na Vila Belmiro, pela segunda rodada do Brasileirão 2010. Eram lances de cinco gols ou mais a favor dos "Meninos da Vila". E algumas apostas eram humilhantes, tipo R$ 500 dos santistas para R$ 100 dos alvinegros cearenses. Muita gente perdeu dinheiro. Muita gente foi supreendida pelo empate, em 1 x 1.

    Eu jamais teria apostado com tanta vantagem santista, no entanto, confesso que o resultado foi surpreendente pela forma como os dois times vinham se comportando nos últimos jogos. A história do futebol nos ensina que tudo é possível depois que a bola rola. Por isso, o velho chavão "futebol são 11 contra 11" nunca ficará caduco.

    A ajuda que o árbitro (Fifa) mineiro, Ricardo Marques Ribeiro, deu para o Santos é que não foi surpresa para este comentarista. Ele já havia feito uma lambança, em Belo Horizonte, foi suspenso e voltou com a mesma dose de incompetência. No gol anulado, o Sr. Ricardo Ribeiro poderia ter assumido para si a responsabilidade e validado o lance, caso estivesse bem colocado.

    No lance do pênalti, estava bem colocado, mas não foi preciso. O zagueiro Fabrício tocou na bola, o atacante forçou a jogada e o Sr. Ribeiro completou o serviço. Lamentável. Costumo dizer que essas oportunidades não podem ser desperdiçadas. Nesse caso, a oportunidade foi "roubada".

    De qualquer maneira, o Ceará Sporting registra um bom começo de Brasileirão 2010. E vale a pena ver de novo, repetir e guardar os melhores momentos desse jogo memorável: Santos 1 x 1 Ceará.

    sexta-feira, 14 de maio de 2010

    VITÓRIA: UM CENTENÁRIO TETRA

    O Esporte Clube Vitória é um vovô do futebol brasileiro, mas respira jovialidade, transpira garra, é vitorioso por sua própria natureza. Nesses 111 anos, bem vividos, muitas histórias podem ser contadas - alegres e tristes -, mas foram tantas alegrias que a família rubro-negra não remoe lamentações.

    Na década de 1980, quando já era um octogenário, a força de jovens rubro-negros, liderados por Ademar Lemos Junior, fez surgir das cinzas um LEÃO valente, guerreiro, altivo e imponente. A partir dali, a história cita bem mais glórias que derrotas. O LEÃO se agigantou e achatou os adversários.

    A família rubro-negra se renovou. Os descontentes entenderam que era chegada a hora de dar lugar aos 'moleques' ousados, cheios de planos, pranchetas embaixo dos braços, pé na estrada, sementes e arado para uma colheita próspera. E assim está sendo.

    As ervas daninhas vão sendo arrancadas pelo caminho. Os bons frutos não param de ser colhidos. LEÃO forte, bravo e vitorioso. Uma história que tem início, meio e infinito. Parabéns aos que constróem esse GIGANTE, movido pela emoção de cada um, pelo AMOR de todos que aprenderam: "Amor assim, nunca se viu". Parabéns, Vitória!

    terça-feira, 11 de maio de 2010

    DUNGA E O CHORO DAS VIÚVAS

    Muito chororô, muita implicância e pouco otimismo com a convocação do Dunga, técnico da Seleção Brasileira, para os jogos da Copa 2010 da África do Sul. Uma coisa ficou clara: Dunga seguiu suas convicções, manteve a coerência e não cedeu a pressões de interesses que já conhecemos bem. Em outros tempos, os chorões de hoje cobravam 'coerência', 'seriedade', 'critérios' e até 'honestidade'. E agora reclamam!

    Os mesmos que criticam o Dunga porque não convocou Neymar e Ganso, o criticam também porque não convocou Adriano. Onde estaria a coerência? Fora do lobby, Ronaldinho Gaúcho nem sequer foi lembrado pelos carrascos. Vingam-se com o goleiro Victor, do Grêmio, que se diz frustrado por não ter sido lembrado.

    Os que pedem mais criatividade e menos coerência são os mesmos que cobram resultados positivos nos jogos. Resultados positivos não são obtidos apenas com futebol arte. O equilíbrio faz uma equipe competitiva e alegre ao mesmo tempo. Como o Dunga ganhou tudo que disputou pela seleção, os carrascos perderam tal argumento.

    Dunga explicou todas as atitudes tomadas. Nessa hora, podemos discutir a formação de três ou quatro seleções porque temos quantidade de jogadores para isso. Questão de opção. A decisão, no entanto, é da comissão técnica. Seguramente, os brasileiros nunca estarão plenamente satisfeitos.

    Acho, por exemplo, que Nilmar joga mais que Robinho; que Fred merecia estar na seleção; que Diego Tardelli deveria estar no grupo; trocaria um marcador por Ganso, entre outras situações, mas não tenho poder de decisão. Não devo usar o poder da crítica para esfolar o técnico que escala o time.

    Alguns criticam até a postura nacionalista da dupla Dunga/Jorginho. Defendem o quê? O anarquismo de 2006, por certo! Aquela bagunça consentida pelo técnico Carlos Alberto Parreira agora é defendida? Só falta defenderem, intransigentemente, a convocação do indisciplinado Adriano.

    A seleção do Dunga trilha caminho parecido outras seleções. Foi assim em 1970, foi assim em 1994, foi assim em 2002 - os três últimos títulos brasileiros. Aliás, Felipão que fale sobre a pressão que recebeu para levar Romário e não o levou. Ninguém acreditava na "Família Scolari" sem Romário, mas todos esqueceram o episódio depois da copa.

    O futebol é mesmo assim. O Brasil tem quase 200 milhões de treinadores. Vai chegar o dia em que teremos eleições gerais para a escalação da seleção brasileira. Enquanto esse dia não chega, a autoridade é Dunga. Não temos outra saída a não ser confiarmos no elenco que vai à África do Sul. Boa sorte!

    segunda-feira, 10 de maio de 2010

    PAULISTAS x A MINORIA

    A primeira rodada do Brasileirão 2010 dispara a roleta da corrida ao título e reforça a tese que o futebol paulista é a locomotiva da competição, o futebol carioca segue em baixa, o Avaí dá sinais que amadureceu, os mineiros mantêm a tradição e o restante vai brigar pelas melhores posições na tabela. Os gaúchos são um caso à parte, têm tradição e força para crescer na competição.

    Dos seis paulistas, três venceram (Palmeiras, Corinthians e Guarani), dois empataram (Santos e São Paulo) e apenas um perdeu - exatamente o Grêmio Prudente que foi goleado pelo Avaí, por 6 x 1. O time catarinense não se fez de rogado e garantiu a liderança por saldo de gols. O mesmo não fez o Ceará Sporting (estreante), que poderia ter vencido o Fluminense com placar elástico, diante da fragilidade do adversário. Jogou retraído e venceu pelo magro 1 x 0.

    Dos quatro cariocas, dois perderam (Fluminense e Vasco) e dois empataram (Flamengo e Botafogo). Os quatro ficaram abaixo da linha dos paulistas na classificação. O Ceará largou na 5ª posição e perdeu uma grande oportunidade de ficar melhor posicionado. Bastava ter feito mais um gol e estaria na 2ª posição, acima de Atlético mineiro e Corinthians. O Cruzeiro teria ficado fora do G-4.

    'A competição está apenas começando', dizem os que gostam de colocar 'panos-quentes' nas críticas. Acontece que a falta de um gol aqui, outro ali, um empate aqui, uma derrota acolá resultam nas intermináveis contas de final de temporada. Quem começa ganhando e bem, fortalece a autoestima, evita pressão da torcida e acumula 'gordura' para queimar na reta final.

    Avaí e Ceará começam a enfrentar, nas próximas rodadas, a pressão dos paulistas por essas posições. Não será um 'ataque' de brincadeira. Os cariocas e os gaúchos vão entrar no bolo. As chances matemáticas, pelo número de participantes, apontam que os goianos (Atlético e Goiás), o cearense (Ceará), o baiano (Vitória), o paranaense (Atlético) e o catarinense (Avaí) terão que pontuar bem para garantir presença dessas regiões nas primeiras colocações.

    Por tudo isso, não dá para respeitar tanto qualquer time que não esteja bem inspirado nesse ou naquele jogo. As regiões citadas representam a minoria (são apenas seis dos vinte integrantes da Série A). Paulistas e cariocas formam o bloco da maioria com dez integrantes. O outro bloco da minoria (dois mineiros e dois gaúchos) tem tradição e vai buscar as melhores posições - mais cedo ou mais tarde.

    CEARÁ CONTRATA HOMEM-GOL

    Os dirigentes do Ceará Sporting deram sinal que não estão satisfeitos com o desempenho dos atacantes que têm. Logo depois da magra vitória sobre o Fluminense, anunciaram a contratação do experiente atacante Washington (foto), 31 anos, que estava no Atlético goianiense.

    Formado nas categorias de base do Corinthians, Washington acumula passagens por grandes clubes do futebol brasileiro como Palmeiras, Sport, Portuguesa e Vasco da Gama, além de saídas para o Japão, Turquia e Grécia. Em 2006, Washington foi artilheiro da Libertadores pelo Palmeiras.

    Que o experiente Washington não repita a frustrada passagem do também experiente Aloisio, ex-São Paulo, por aqui. Aloisio chegou a estrear com a camisa alvinegra. Não foi bem. No dia seguinte, rescindiu o contrato e viajou dizendo que estava disposto a encerrar a carreira por causa de problemas pessoais. Mudou de ideia e está fazendo gols no Brasiliense.

    sexta-feira, 7 de maio de 2010

    NORDESTINOS NA SEGUNDONA

    A bola já está rolando para o Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão, mas o representante cearense, Icasa de Juazeiro do Norte, só entra em campo, nesse sábado à tarde, contra o Santo André, vice-campeão paulista 2010. O Nordeste tem seis representantes na competição: Bahia, Asa de Arapiraca/AL, Sport e Náutico/PE, América de Natal/RN e Icasa/CE. A expectativa é para saber o que cada um deles pode fazer - sucesso ou vexame. O Bahia começou vencendo.

    O Verdão do Cariri, time da terra do Padre Cícero Romão, rebaixado ano passado, acaba de ser campeão da Série B do Campeonato Cearense. Pouco contratou para reformar o time com vistas aos jogos da Série B do Brasileirão. Além disso, a Prefeitura de Juazeiro não colocou o estádio Romeirão em condições de sediar os jogos da competição. O Icasa vai estrear no estádio Castelão, em Fortaleza, quase 600 km longe de casa. Os críticos apostam no rebaixamento do Icasa.

    O pentacampeão pernambucano também quase não contratou para a Série B. Os destaques do time são o goleiro Magrão e os meias Eduardo Ramos e Ricardinho. Os mais críticos admitem que o Sport faça apenas uma campanha de manutenção na Segundona. A diretoria do Sport, no entanto, chega a falar em campanha para voltar à elite nacional.
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    O Náutico Capibaribe também quer voltar à elite nacional. Subir é uma questão de honra para compensar a perda do título para o arquirrival Sport. O Timbú anunciou a disposição de contratar dez reforços, entre eles, o lateral Cesar Prates e o meia Elton (ex-Bahia). Os críticos não acreditam no acesso do Náutico.
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    O Mecão potiguar escapou da degola, na Segundona, em duas temporadas consecutivas. Ano passado, livrou o pescoço na rodada final. Com poucos investimentos no time, a diretoria contratou o técnico Gilmar Iser, destaque do Campeonato Gaúcho 2010. No jogo de estreia, nessa sexta-feira, o América não jogou bem e perdeu para o Bahia, em Pituaçu, por 1 x 0.
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    O Asa de Arapiraca é um dos estreantes da Segundona, depois de ter perdido o título alagoano. A equipe foi reforçada com alguns jogadores experientes, como o atacante Ciel, o goleiro Paulo Musse e o meia Rodriguinho. No jogo de estreia, nessa sexta-feira, o Asa empatou em casa com a Ponte Preta, em 1 x 1. Ciel fez o gol de empate aos 35' do segundo tempo. Foi o resultado surpresa da rodada pelas circunstâncias.
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    O vice-campeão baiano ainda não fez as contratações prometidas pela diretoria, mas estreou vencendo o América, por 1 x 0, com gol de Rodrigo Gral. Os críticos não acreditam no atual time para uma campanha de acesso à elite nacional. O grupo é tão limitado que o goleiro Fernando deixou o jogo, machucado, causando preocupação ao técnico Renato Gaúcho. O segundo goleiro, Omar, tem apenas 20 anos.
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    Esse é o quadro na primeira rodada da Segundona 2010. Façam suas apostas!
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    Confira os resultados da 1ª rodada da Segundona: http://www.artilheiro.com.br/v2/aovivo.asp

    AMISTOSO 'ARRUMA AS MALAS'

    O amistoso internacional (Ceará 1 x 1 PSV Eindhoven) poderia ter sido bem melhor. Com a perda do título para o arquirrival, a torcida do Vovô também perdeu o entusiasmo, o jogo ficou sem o charme da entrega de faixas e veio o desinteresse. O PSV, por sua vez, trouxe um time reserva e não cumpriu a promessa de contar com as participações de Vampeta e Romário - seus ex-jogadores.

    Mesmo assim, 4.938 apaixonados (tarados) alvinegros pagaram ingresso para ver o amistoso, no estádio Castelão, proporcionando uma renda de R$ 78.614,00. O Ceará ficaria com 60% da renda líquida e teria participação no faturamento com a exposição de imagem. Enfim, se houve prejuízo foi para os promotores.

    Domingo, o PSV joga contra o Vitória, no estádio Barradão, em Salvador, na festa de faixas pela conquista do tetra do Baianão. Também uma festa para o Dia das Mães rubro-negras. As notícias dão conta que a venda de ingresso antecipada é boa - por motivos óbvios. Na Bahia, pelo menos Vampeta deve aparecer. Estará em casa - começou a carreira no Vitória.

    JOGO-TREINO PARA TESTES

    O treinador do Ceará, PC Gusmão, não escondeu de ninguém que iria utilizar o jogo amistoso para observar alguns jogadores. E avisou: "Sirvam-se bem!". Na verdade, somente três jogadores (Pablo, Bóvio e Júnior Cearense) apareceram como novidades. E aprovaram. Os demais não têm mais o que acrescentar.

    O amistoso também serviu para sabermos que PC Gusmão tirou o volante Heleno do time por retaliação. O jogador não teria 'colaborado' com um pedido de troca de posicionamento. O Ceará perdeu nos dois jogos decisivos com a ausência de Heleno. PC Gusmão não vai explicar essa história, mas deve entender que o 'castigo' acabou. Heleno deu show de bola no jogo-treino, mesmo atuando de zagueiro.

    O meia Clodoaldo é um caso à parte. Sem velocidade, caminhando em campo, ganha aplausos até quando erra um passe. O jogo caminhava para o final, o zagueiro Vukovic atingiu o baixinho por trás e foi expulso pelo árbitro Mauro Bastos. Clodoaldo deixou o campo na maca. Nenhuma novidade na reestreia dele.

    O jovem zagueiro Pablo (divisão de base) fez o gol do Ceará (de cabeça), aos 6' do primeiro tempo, após uma cobrança de escanteio. O Ceará seguiu melhor no primeiro tempo. Welington Amorim meteu uma bola na trave e Eslei perdeu duas boas oportunidades de ampliar o placar. As alterações nos dois times melhoraram o jogo no segundo tempo. O meia Kromkamp entrou e empatou, aos 36', com um chute rasteiro da entrada da área.

    Se o jogo amistoso serviu mesmo para fazer testes, se o Ceará quer qualificar melhor o time para as disputas paralelas do Brasileirão e da Copa do Nordeste, PC Gusmão tem motivos de sobra para promover muitas mudanças no elenco. E deve ter cuidado com as trocas. O lateral Marcos Pimentel e o atacante Schwenck, por exemplo, estão vindo da reserva do Vitória. Serão titulares aqui?

    Achar que um time da 'laranja' para a Copa do Nordeste é suficiente, pode resultar em vexames, como naquele ano em que o alvinegro perdeu, na mesma noite, para o Fluminense de Feira/Bahia (lá) e para o Boa Viagem (aqui). Achar que pode administrar uma primeira divisão, para não ser rebaixado, com um time mediano, é um grande engano. Aviso dado!

    quinta-feira, 6 de maio de 2010

    SHOW DE FUTEBOL

    Não é preciso escrever nada. Basta olhar atentamente aos movimentos dos jogadores nesse jogo Corinthians 4 x 3 Palmeiras, em 1971, uma virada histórica. Ainda lembramos de quase todos os jogadores dessa partida, apesar dos 39 anos passados, porque eles marcaram a época de ouro do futebol brasileiro. Definitivamente, o futebol era melhor jogado.

    segunda-feira, 3 de maio de 2010

    COINCIDÊNCIAS DO TETRA II

    É apenas uma brincadeira, mas nunca vi tantas coincidências na conquista de um título por dois times tão distantes: Esporte Clube Vitória (Leão da Barra) e Fortaleza Esporte Clube (Leão do Pici). Logo depois do primeiro jogo da decisão, semana passada, eu postei sobre tantas coincidências. Depois do jogo final, em que o tetra foi alcançado pelos dois, completo essas coincidências nesse post.

    Vitória e Fortaleza construíram uma pequena vantagem com os resultados favoráveis do primeiro jogo: 1 x 0. No segundo jogo, nesse domingo, o Vitória suou muito para não perder o título, mesmo tendo jogado dentro de casa e aberto o placar. Ficou com o tetracampeonato, mas perdeu o jogo por 2 x 1. Até eu suei frio, apesar da distância.

    O Fortaleza correu atrás do placar o jogo inteiro. O Ceará Sporting fez o primeiro gol e desempatou no segundo tempo, portanto, os dois campeões perderam por 2 x 1. Como os regulamentos dos dois campeonatos são diferentes, aqui o Fortaleza teve de vencer o rival nos pênaltis: 3 x 1. Os dois leões suaram mais que esperavam.

    Lamentável, hoje, a prisão do atacante Júnior (aqui Júnior Pipoca), sob a acusação de ter falsificado o passaporte para deixar o Brasil, em 2001, com destino a Paris, na França. O que as pessoas precisam entender é que não há qualquer ligação com o título conquistado pelo Vitória. É um caso de polícia e o Vitória nada tem com isso, a não ser apoiar o jogador como está fazendo nessa hora infeliz.

    Episódio parecido viveu, no início dessa década, o meia-atacante Clodoaldo, quando ainda jogava pelo Fortaleza. Clodoaldo foi denunciado por alteração da própria idade, o chamado "gato", que nem sempre é feito com a permissão do jogador. Clodoaldo não chegou a ser preso naquela época, apesar de ter se explicado perante a opinião pública, alegando inocência.

    Em setembro de 2004, no entanto, Clodoaldo foi preso, no estádio Presidente Vargas, após um jogo em que atuava pelo Ituano-SP, por dívida de pensão alimentícia. O baixinho só ganhou a liberdade, três dias depois, após ter depositado R$ 3.340,00 em uma Vara de Família da Justiça do Ceará.

    Seis meses antes, o próprio Fortaleza havia livrado Clodoaldo da prisão pelo mesmo motivo. O Clube efetuou o depósito de R$ 2 mil, mas o jogador não eliminou a pendência jurídica. Incrível, mas é comum encontrar jogador de futebol envolvido com "gato" e dívida de pensão alimentícia. Não é uma feliz coincidência, mas não poderia ter deixado de citar.

    Esses episódios ainda são resquícios de uma época recente em que o futebol brasileiro era uma verdadeira bagunça em termos de organização e administração. Convenhamos, não mudou o que precisava ter mudado, mas melhorou. Ainda estamos longe da realidade.