No Fortaleza, o medo do rebaixamento para a terceira divisão começa a ter efeitos parecidos com a devastação de um tufão. Nos últimos dias, os dirigentes trabalharam em busca de reforços com a pressa de uma "força-tarefa". Com a chegada de novos jogadores, a sensação de perda de espaço aumentou no grupo. Para piorar a intranquilidade, ninguém se entende: técnico, preparador físico, jogadores, dirigentes e torcida parecem falar línguas diferentes.
-
Logo que chegou, o treinador Márcio Fernandes passou a se preocupar com a defesa - tida como o setor responsável pela campanha desastrosa -, mudando dois zagueiros e treinando, de forma exaustiva, posicionamento tático. Somente o zagueiro Édson permaneceu no time. Veio o jogo contra o Brasiliense e a derrota, por 1 x 0, com um gol pontuado por falhas.
-
O goleiro Douglas confessou que houve indecisão entre ele e o lateral Everaldo. "Eu deveria ter gritado pra ele sair da bola", confessou Douglas. A bem da verdade, eles não treinaram juntos durante uma semana, o que justifica a dificuldade de comunicação. Para o jogo de sábado, contra o ABC de Natal, o zagueiro Paulo Paraíba é outra novidade. Estão falando o mesmo dialeto?
-
O diretor de futebol, Renan Vieira, viu "falta de comprometimento" e dispensou os serviços dos zagueiros Jailson e Sílvio. Também não seria "falta de comprometimento" do atacante Luiz Carlos, que continua acima do peso ideal (8 quilos?) e fora da forma física (só tem 70% do fôlego?), embora seja o titular da posição?
-
O preparador físico, Vladimir de Jesus, confirmou os dados. Disse que Coutinho e Euzébio são os melhores pulmões da equipe. O restante (calcula) está com 70% da condição física em relação ao ideal para suportar uma partida de futebol. Mesmo assim, não admitiu que o time não tem tido fôlego no segundo tempo dos jogos. Que contradição.
-
Para aumentar a confusão, torcedores e até dirigentes começam a criticar a metodologia de treinamento adotada pelo técnico, Márcio Fernandes, que preferiu os treinos táticos aos coletivos. Até o preparador físico criticou a postura tática do time no segundo tempo do jogo contra o Brasiliense, dia 5 passado, na Boca do Jacaré (DF). Ninguém se entende mesmo.
-
Nessas horas é preciso que somente um comandante dê as ordens. O odioma deve ser um só e a linguagem a mais simples possível. Quem não estiver envolvido na proposta de "salvar o barco" deve ser mesmo afastado. Aliás, gente demais sem nada fazer atrapalha. E não é hora de ficar ouvindo conselhos de "sábios" de ocasião. É hora do autêntico Leão concentrar forças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário