Preparador físico, José Carlos Queiroz, João Marcelo, Ronaldo, Paulo Rodrigues, Tarantini, Paulo Robson, Claudir - em pé. Marquinhos, Bobô, Charles, Zé Carlos e Gil Sergipano - agachados. Quem será o solitário garoto-mascote?
O técnico era Evaristo de Macedo, que não aparece na foto. Esses foram os responsáveis diretos pela mais importante conquista do Esporte Clube Bahia nos últimos 21 anos: título de campeão brasileiro de 1988. Naquela tarde ensolarada de domingo, 19 de fevereiro de 1989, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), Internacional e Bahia jogaram muito, mas não mexeram no placar para desespero dos colorados e felicidade dos tricolores.
O Bahia já havia vencido o primeiro jogo, no estádio da Fonte Nova, por 2 a 1, garantindo a vantagem do empate no segundo jogo. O time do Inter era melhor e tinha uma campanha invejável, o que deixava a torcida baiana intranquila. O Inter acabara de atropelar o Grêmio no clássico que ficou chamado "Gre-Nal do século". O Bahia acabara de despachar o Fluminense nas semifinais - nada menos, mas sem o mesmo valor simbólico-emocional.
O Inter não esperou pelo tempo nem pelo Bahia. Começou pressionando. O Bahia respondia. O jogo ficou dramático. O goleiro Ronaldo, do Bahia, fazia defesas espetaculares; a trave salvava o Inter do goleiro Taffarel - aparentemente nervoso. O feitiço colocado no vestiário nº 5 (confira no vídeo acima), onde ficou a delegação do Bahia, virou-se contra o feiticeiro. A bola não entrou em nenhuma das duas balizas, contrariando os interesses gaúchos.
Quando o jogo terminou, o gramado do estádio Beira-Rio ficou uma loucura, totalmente tomado por torcedores, dirigentes, repórteres e policiais. Alguns jogadores do Bahia correram para o vestiário. Ficou difícil trabalhar. Para mim, por exemplo, as dificuldades eram maiores ainda. A voz estava um fiapo. O calor daquela tarde não me fez bem. A garganta doia e aumentava a sensação de febre. Na verdade, sentia aqueles sintomas desde a noite anterior, quando desembarcamos em Porto Alegre. Coisas de mudança de temperatura.
Missão cumprida no estádio, seguimos para o hotel, o mesmo em que estava o Bahia. A viagem só ocorreria no dia seguinte. O presidente Paulo Maracajá e seus diretores decidiram que a comemoração começaria alí mesmo, numa das melhores churrascarias da cidade. Para alguns, terminou numa das melhores boates...É melhor não contar tudo, até porque não vi. Meu estado febril foi um convite a ficar deitado, desencorajado, apesar dos apelos dos colegas.
Portanto, não estive na comemoração, em Porto Alegre, mas vivenciei as emoções da dramática decisão entre Inter 0 x 0 Bahia, no estádio Beira-Rio. Eu estava lá.
Ficha Técnica:
1º jogo - Bahia 2 x 1 Internacional
15 fevereiro de 1989
Estádio da Fonte Nova - Salvador (BA)
Bahia - Ronaldo, Taratini, João Marcelo, Claudir e Edinho; Paulo Rodrigues, Zé Carlos e Bobô; Osmar, Charles (Sandro) e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo
Internacional - Taffarel, Luís Carlos Wink (Diego Aguirre), Aguirregaray, Nenê e João Luís; Norberto, Luís Carlos Martins, Leomir e Maurício (Hélder); Nílson e Edu. Técnico: Abel Braga.
Gol - Bobô (2) e Leomir.
2º jogo - Internacional 0 x 0 Bahia
19 fevereiro de 1989
Estádio Gigante do Beira-Rio - Porto Alegre (RS)
Renda - Cr$ 57.304.000,00
Público - 79.598 pagantes
Internacional - Taffarel, Luiz Carlos Winck, Aguirregaray, Norton e Casemiro; Norberto, Luís Fernando, Luís Carlos Martins, Maurício (Hélder); Nílson e Edu. Técnico: Abel Braga.
Bahia - Ronaldo, Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil Sergipano, Zé Carlos e Bobô (Osmar); Charles e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo
Árbitro - Dulcídio Wanderley Boschilla.
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