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    quinta-feira, 18 de junho de 2009

    COPAS TAMBÉM SERVEM PARA MUDANÇAS E ESPERANÇAS

    Nada resiste ao tempo. Não seria o futebol a mais resistente das práticas ortodoxas. Aos poucos, a cada Copa do Mundo, as regras e os conceitos vão sofrendo graduais mudanças, ainda que lentamente. As Regras do Jogo, sujeitas a análises e aprovações da Fifa, sofrem mudanças a "conta-gotas". Os conceitos táticos, por exemplo, mudam pela liberdade de criação de cada profissional da bola - a exemplo do "carrosel holandês", em 1974.

    A Copa de 1994, nos Estados Unidos, acenou com várias novidades: as vitórias passaram a valer três pontos com o objetivo de evitar que se chegasse à segunda fase sem vitórias e os goleiros foram impedidos de segurar a bola recuada para aumentar o tempo de jogo. No entanto, até hoje, a Fifa não aprovou a cobrança de lateral com os pés.

    Ainda na Copa de 1994, as camisas dos jogadores foram personalizadas, isto é, receberam nomes dos artistas do espetáculo. A última mudança nesse aspécto havia ocorrido 44 anos atrás: foi na Copa de 1950, quando as camisas ganharam número. O Brasil usava a numeração de 1 a 11, mas algumas seleções recorriam até à ordem alfabética de nomes para numerar os jogadores.

    Por isso, em 1978, o goleiro argentino Fillol jogou com a camisa 6. Antes, em 1958, na Suécia, por desorganização da CBD, a numeração do Brasil foi aplicada por um cartola uruguaio. Resultado: o goleiro reserva Castilho recebeu a camisa 1, o ponta direita Garrincha recebeu a camisa 11 e o ponta esquerda Zagallo recebeu a camisa 7. Pelé recebeu a camisa 10.

    A partir dali, a camisa 10 virou sinônimo de craques como o argentino Kempes, o italiano Roberto Baggio e os brasileiros Zico, Rivaldo, Rivelino - só pra citar alguns. O meia Diego Maradona, exigia a camisa 10. O capitão argentino Daniel Passarela, no entanto, jogava com a 18. No Brasil, o apoiador Falcão jogava com a 5.

    Os olhares estão voltados, agora, para a África do Sul. Quais mudanças a Copa de 2010 poderá concretizar? Já tivemos uma sútil demonstração na última segunda-feira (15/6), quando o Brasil obteve uma vitória apertada (4 x 3) sobre o Egito pela Copa das Confederações. O árbitro inglês, Howard Webb, demorou mas marcou o pênalti claro que escapou aos seus olhos.

    Eram 43 minutos do segundo tempo, o egípcio, El Mohamadi, meteu o braço na bola. O goleiro El Hadary já estava batido. Boa parte do público que lotava o estádio Free State ficou em suspense. Jogadores brasileiros pressionavam até que o árbitro resolveu expulsar o infrator e marcar o pênalti. Essa mudança de atitude, respaldada pela razão, está anunciada.

    Assim como os treinadores imitaram o "carrosel holandês" para melhorar a tática do jogo, assim como os locutores esportivos já não anotam mais as formações dos times com números de 1 a 11, entre tantas mudanças, que a Copa da África deixe escrito que os árbitros (que já não se vestem de preto) não são os deuses do futebol ou os juízes do absurdo.

    Veja o lance dos momentos finais de Brasil 4 x 3 Egito:

    http://www.youtube.com/watch?v=9mPq3z_A4D4

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