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    terça-feira, 23 de junho de 2009

    ATÉ O SANDUÍCHE DO TIO SAM GANHOU COM A WORLD CUP

    A Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, chamada originalmente de "World Cup USA 1994", pouco atraiu os americanos, embora os estádios estivessem sempre cheios. Estrangeiros de todo o mundo eram maioria nas arquibancadas. Os americanos gostam mesmo é de baseball, basketball, american football, sanduíche e coca-cola. Mas é inegável que a Copa serviu para mostrar novos caminhos ao esporte norte-americano, principalmente ao football soccer.

    Vinte anos antes, o rei Pelé tentou vender a mesma idéia, quando jogou no New York Cosmos, mas, sozinho, não conseguiu muito. Com a World Cup, o professor de Biologia, Steve Saylor, rompeu fronteiras com o futebol feminino, a partir de um contato com um dirigente, durante um treinamento da Seleção da Bulgária, no Parque Esportivo da Universidade de Dallas (University Park).

    Eu estava com o narrador Jair Cezarinho, com quem cobria a Copa para um pool de emissoras, quando encontrei o falante Steve (em bom português), na época com 51 anos, fanático por Pelé e técnico do time feminino Samba Soccer Califórnia. Com entusiasmo, contou-me que estudou técnicas de futebol, em São Paulo, de 75 a 79. Em 70, conheceu Pelé, depois de ter visto o Santos verncer o Corínthians, no Canindé, por 1 a 0, gol do rei.

    Em 1988, Steve Saylor retornou aos Estados Unidos, trocou a Biologia pelo futebol, mas viu os frutos se multiplicarem quando a World Cup desembarcou por lá. Antes, ele tinha 100 alunos por dia; depois da Copa, saltou para 250 alunos por dia. Cada um pagava a "bagatela" de U$ 230 por uma temporada de oito meses, com direito a academia de ginástica e aulas de fundamentos - teóricas e práticas.

    Bem ao lado da Universidade, numa área de treino de um estádio com grama sintética, estavam 44 crianças, inscritas no Project Summer Camp (Escola de Verão), orientadas por quatro instrutores. Um deles, o professor de Comunicação e História, Cody Shearoder, na época com 23 anos, explicopu que aqueles meninos e meninas, de 6 a 17 anos, ficavam residentes na Universidade durante uma semana, aprendendo técnicas de futebol.

    É verdade. E aqueles que fossem reprovados na avaliação não seguiam treinando. Com esse critério rígido e mecânico, a Escola de Verão já tinha lista de jogadores fazendo carreira. Cody falou com orgulho que abandonou o futebol, aos 19 anos, porque não jogava bem, veio ao Brasil e estudou na Academia de Futebol Brasileira, no Rio, com o técnico Renê Simões. Naquele instante, via um futuro melhor com The National Football League.

    É verdade, também, que não precisamos da Copa do Mundo para esse mesmo fim. Talvez, a Copa nos seja mais útil para melhorarmos a civilidade, a cidadania, a responsabilidade dos governos com metas e prazos. Talvez, a Copa possa ensinar aos governos que é possível fazer o básico no tempo certo, que é possível proporcionar conforto sem luxo, aplicando certo e honestamente a verba pública.

    É verdade, ainda, que cada um de nós poderá ganhar frutos com a Copa do Mundo. Eu disse ganhar frutos, a partir de alguma situação, que se resume em trabalho. O diabo é que o brasileiro ainda está longe de se livrar da maldita "lei da vantagem". De qualquer maneira, estão aí os exemplos. Pensem, ainda faltam cinco anos, e virem o jogo. Usem o "fair play" e ganhem com a Copa 2014, mesmo que o Brasil não vença, em terra natal, como venceu na terra do Tio Sam.

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