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    terça-feira, 25 de agosto de 2009

    CAMPEÕES EM GERAR RECEITAS

    A Casual Auditores Independentes, empresa de auditoria com sede em São Paulo, acaba de publicar estudo anual sobre a situação financeira de 21 clubes brasileiros. O trabalho foi realizado a partir de minuciosa avaliação dos balanços publicados, referentes ao exercício 2008. O Internacional se aproximou do São Paulo, campeão das quatro edições anteriores, na disputa pelo posto de maior receita.

    Em 2007, a diferença entre Inter e São Paulo era de R$ 45 milhões. Agora, baixou para R$ 18 milhões. Melhoraram suas posições, o Palmeiras - saiu de 6º para 3º -, o Flamengo - saiu de 5º para 4º. Perderam posições, o Corinthians - saiu de 3º para 5º -, o Grêmio - saiu de 4º para 6º colocado.

    Segundo Amir Somoggi, um dos responsáveis pelo estudo, "esta análise, apenas do departamento de futebol, é a prova cabal que o futebol, em si, é rentável. A administração de outros setores dos clubes é que dá prejuízo. O grande desafio é trabalhar outras receitas de forma relacionada, como patrocínio e quadro social, para depender cada vez menos da venda de jogadores. E, neste aspécto, Inter e Grêmio estão crescendo cada vez mais. Aos poucos e com solidez".

    Do Nordeste, apenas Vitória (BA) e Náutico (PE) aparecem no estudo. O Vitória melhorou a receita. Saiu da última posição (21º), em 2007, para a antepenúltima (19º), em 2008, com receita de R$ 18.882 milhões. O Náutico não cresceu. Permaneceu na 18º posição, com receita de R$ 19.756 milhões, em 2008.

    A Portuguesa aparece como um dos principais geradores de recursos com transferência de jogadores, perdendo somente para o Palmeiras, o líder do ranking. Quando esses recursos são desvinculados das transferências de jogadores, o líder passa a ser o São Paulo e a Portuguesa desaparece. Corinthians aparece como o segundo.

    As fontes de receitas dos 21 clubes pesquisados, em 2008, estão distribuídas da seguinte forma:

    1 - Transferência de jogadores - representa 28%. Em 2007, eram 34% - caiu.

    2 - Cotas de TV - representam 24%. Em 2007, eram 22% - cresceu.

    3 - Social e Amador - representam 13%. Em 2007, eram 11% - cresceu.

    4 - Patrocínio e Publicidade - representam 12%. Em 2007, 11% - cresceu.

    5 - Outras receitas - representam 12%. Em 2007, eram 14% - caiu.

    6 - Bilheteria - representa 11%. Em 2007, eram 8% - cresceu.

    Para Amir Somoggi, "o estudo demonstra que a receita dos clubes, excluindo os recursos com as transferências dos atletas, apresentaram melhora de cerca de 39% em três anos, principalmente com bilheteria, sócios, patrocínios e cotas de TV. Por outro lado, os custos diretos com a manutenção do futebol dos grandes clubes também vêm crescendo a cada temporada, ultrapassando pela primeira vez R$ 1 bilhão em 2008".

    Somoggi aconselha que, para os próximos anos, os departamentos de marketing dos clubes insiram novos conceitos mercadológicos nessas fontes de receitas a fim de potencializar seus negócios. Salienta ainda que esses conceitos podem estar relacionados ao dia do jogo, explorando hábitos dos torcedores, como fazem os europeus e americanos. A Copa de 2014, por exemplo, pode proporcionar um ambiente rico em oportunidades.

    BAMBAM PODE VIRAR OURO NO INTER

    Aproveitando o gancho do Internacional portoalegrense, a compra do atacante Marcos Antonio Simão Pereira, 18 anos, o Bambam (foto), está encaixada no objetivo de crescimento de receita com transferência de jogador. Tem risco como qualquer outro negócio e a previsão de retorno pode ser a curto, médio ou longo prazo. Tudo vai depender do desempenho do jogador. O site do Inter já anunciou a transação.

    O Fortaleza, dono de 40% dos direitos federativos do jogador, deve embolsar mais de R$ 500 mil (a diretoria não revela os números do negócio). Como também aponta o estudo em questão, esse montante já será gasto com salários atrasados, queimando uma possibilidade de transação futura com maior rentabilidade. Em breve, o Fortaleza vai negociar mais jogadores da base para cobrir déficit no orçamento. E nem estamos citando alguns casos mal-explicados.

    Pena que nossos clubes não aparecem na pesquisa. Pena maior ainda por não serem transparentes com seus torcedores. Na outra ponta, no entanto, exigem que eles proporcionem renda (altas rendas) nas arquibancadas. Enquanto isso, os clubes organizados olham a bilheteria como a sexta fonte de receita. Com transparência e inteligência, exploram toda a potencialidade econômica do torcedor, vendendo imagem, produtos e eventos.

    Leiam o estudo completo e façam suas avaliações: http://www.clicrbs.com.br/pdf/6886656.pdf

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