O Atlético/GO derrubou e trouxe de volta Estevam Soares |
Parecem números de profecia.
O técnico Estevam Soares está retornando ao Ceará Sporting depois de 400 dias pelo mesmo caminho que saiu. Ano passado, na 13ª rodada do Brasileirão, Estevam caiu depois de um empate sem gols contra o Atlético goianiense. Este ano, um empate em 1 x 1, contra o mesmo time, na 23ª rodada, determinou a queda de Vágner Mancini e o consequente retorno do "Capitão".
O futebol é uma gangorra sem fim. Não há dúvida que o dirigente demite, às vezes, para dar satisfação ao próprio ego; às vezes, para "limpar a barra" com o torcedor. Estou certo que foi assim nas demissões de Estevam e de Mancini. Os dirigentes alvinegros chegaram a admitir que estão reparando uma injustiça ao trazer o "Capitão" de volta.
A troca de técnico, no entanto, não determina que o Ceará estará livre do rebaixamento para a Segundona. Os dirigentes precisam reconhecer, publicamente, que deixaram de qualificar a equipe lá atrás nas primeiras rodadas. O tempo passou, as oportunidades passaram e a necessidade de reforços apertou às vésperas do encerramento do prazo de inscrições.
O Ceará tem deficiências nos setores de criação e finalização. Mancini sabia disso e os dirigentes também, mas quem contrata não é o técnico. Quando o time não ganha, porém, quem "paga o pato" é o técnico. O dirigente sai da história como inocente. Essa farsa precisa acabar para que os técnicos possam trabalhar com tranquilidade. Os dirigentes precisam ser mais cobrados pelas torcidas.
Vejam a situação do Fortaleza, por exemplo, para sermos bem práticos. O time era sofrível para competir com o Ceará no Campeonato Cearense 2011, mas os dirigentes levaram a torcida a acreditar que aquele time ganharia o pentacampeonato. Quando o fracasso ficou evidente, os dirigentes dissolveram a comissão técnica e mandaram quase todo time embora. Pronto, tudo resolvido!
Contrataram quase dois times e uma comissão técnica, com direito a pré-temporada de 40 dias, para as disputas da Série C. Parecia estar tudo certo, mas não houve tempo para entrosar a equipe e o desempenho em campo foi um fiasco. Mais uma vez, os técnicos foram os crucificados.
Ferdinando Teixeira correu para a aposentadoria, Arthur Bernardes desistiu pelo caminho, o assistente Marquinhos ficou um jogo e entregou a equipe, Ademir Fonseca chegou e saiu sem estreia e Júlio Araújo ficou com a pior missão: salvar ou rebaixar a equipe para a Série D.
A moral da história é que o primeiro time a se classificar para a próxima fase da Série C, América de Natal/RN, é treinado por Flávio Araújo, aquele mesmo que treinava o Fortaleza quando a comissão técnica foi dissolvida e quase todo o time foi mandado embora. Apesar de tantos desacertos, os dirigentes simplesmente pedem desculpas e nada mais acontece.
Essa história está surrada, mas nunca é demais lembrar aos que a conhecem. Também não é demais lembrar aos que acreditam que só aconteceu com o rival. No mundo do futebol, ninguém está imune aos castigos da bola. Pior ainda é desconhecermos quem julga as peripécias dos cartolas já que o torcedor é impotente.
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