Ewerton fez o gol e deu trabalho aos zagueiros tricolores |
A torcida do Fortaleza sentiu o gosto amargo da derrota na estreia da Série C do Brasileirão, nesse sábado, no Estádio Rei Pelé, em Maceió/AL, e protestou contra a postura defensiva da equipe. O CRB, ao contrário, foi um time atirado ao ataque desde o primeiro minuto, fez o gol aos 12' do 2º tempo, e só sentiu pressão tricolor depois dos 16', quando o técnico Ferdinando Teixeira resolveu abrir mão dos três volantes.
Depois do jogo, Ferdinando concordou que o time apresentou postura defensiva, futebol lento e pouco ofensivo, mas alertou que não foi essa a orientação dele. Por que, então, pergunto eu, o técnico permitiu que a equipe jogasse todo o primeiro tempo com tanta cautela? O primeiro ataque foi aos 33 minutos e Eslei jogou fora uma boa oportunidade de abrir o placar.
Imaginei que o Fortaleza voltasse para o segundo tempo com mais agressividade. Ledo engano. Nem Ferdinando corrigiu a postura tática com uma óbvia alteração: a saída de um dos volantes para a entrada de um meia que puxasse o time ao ataque. Talvez, esse tenha sido o pecado do comandante da equipe.
O CRB foi melhor no 1º tempo e em boa parte do 2º tempo. O que dizer, então? Enquanto o Fortaleza teve 45 dias de preparação, o CRB queixa-se de não ter tido preparação adequada, recorrendo a dois amistosos para avaliação da equipe.
Mesmo sem a condição física ideal, o CRB voltou agressivo no 2º tempo até que fez o gol, aos 12', com Ewerton, após cruzamento do lateral direito Pio, por cima de dois zagueiros tricolores. Somente depois do gol, Ferdinando resolveu mexer no time. Trocou o volante Luciano Sorriso pelo meia Pereira e o Fortaleza passou a mandar no jogo.
Dezoito minutos depois, aos 34', Ferdinando tirou outro volante, o Russo, e colocou o meia Lelê. A pressão tricolor aumentou. Um zagueiro do CRB evitou um gol que seria marcado por Wellington Amorim e o assistente Wladson de Oliveira anulou um gol de Rodrigo Dantas, que havia entrado no lugar de Léo Andrade, embora o atacante não estivesse em posição de impedimento.
A sensação de decepção da torcida tricolor passa, também, pela forma de jogar da equipe. Ninguém imaginava um Fortaleza cauteloso, mais defensivo que ofensivo, sem poder de fogo durante os dois tempos do jogo. Antes de pensar em qualquer mudança, o técnico Ferdinando Teixeira deve pensar na postura tática.
O presidente Osmar Baquit também sentiu o golpe da derrota, mas foi prudente nas declarações e alertou que não pode desmanchar tudo que foi feito até agora por causa da derrota na estreia. A reação é correta, mas a postura dele mudou ao anunciar que deve contratar um atacante. É o tal do imediatismo.
Um comentário:
O Fortaleza não mostrou futebol que possa o levar de volta a serie B. Ninguém viu padrão de jogo, entrosamento e organização. Era o mesmo futebol apresentado no campeonato estadual. O Ferdinando deveria pedir pra ir embora e procurar preservar o seu belo passado no Fortaleza. Pois não tem demonstrado ser o treinador que o Fortaleza precisa. Passar 45 dias treinando um time pra jogar daquela forma? Não é admissível.
Um abraço J Lacerda.
Francisco Silva Sousa
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