Assim como o mapa sugere, o Brasil é o país do futebol.
Do ponto de vista geográfico, o Brasil é o país do futebol desigual. Nenhuma culpa da geografia. Culpa do calendário, da desorganização, do amadorismo dos dirigentes, enfim. Afinal, a geografia não impediu o Sport (PE) e o Paysandu (PA) de terem disputado Libertadores da América, sem falar em destacados feitos de outras equipes menos conhecidas.
Pelo contrário, a geografia permite a criação de competições mais democráticas, a exemplo dos Campeonatos Regionais, na década de 1990 - logo extintos por interesses camuflados. A geografia permite ainda a realização de quatro Campeonatos Brasileiros - dois (A e B) em paralelo e outros dois (C e D) em datas distintas -, além da Copa do Brasil.
Que bom seria se a geografia fosse respeitada pelos dirigentes em suas potencialidades. Como explicar a falência de equipes como Sport, Náutico, Santa Cruz (três pernambucanos), Remo, Paysandu (dois paraenses), ABC, América (dois norte-rio-grandenses), Botafogo, Fluminense (dois cariocas), Bahia, Fortaleza, sem citar alguns que desapareceram do mapa?
Todos eles têm o principal gerador de receita: grandes torcidas. Mesmo caindo pelas tabelas de classificação, eles ainda arrastam multidões em seus estádios. Mas é verdadeiro, também, que essas torcidas não resistirão aos massacres das derrotas. Em breve, estarão recolhidas à comodidade do sofá, pagando pay-per-view, para "satisfação econômica" de alguns.
Até que seria possível admitir a presença do Sport, Náutico, Bahia, Fluminense, Botafogo na Série B; Fortaleza, ABC, América, Paysandu, Campinense na Série C; Remo, Santa Cruz e outros menos cotados na Série D, desde que recebessem tratamento igual da CBF. Desde que essas divisões não significassem purgatórios e inferninhos.
Quanto mais distante a divisão estiver da Série A (a chamada elite), as equipes que lá estiverem estarão mais próximas do desaparecimento. Por esse processo, já desapareceram representantes do Amazonas, do Piauí, de Sergipe e das Alagoas. Algumas regiões como Acre, Tocantins e Mato Grosso já estão se acostumando com o pobre futebol nativo.
Em 2010, provavelmente, a Série A só terá dois nordestinos (Vitória e Ceará); a Série B, provavelmente, terá quatro nordestinos (Bahia, ASA alagoano, Icasa-CE, América de Natal ou Fortaleza); a Série C, provavelmente, terá seis nordestinos (ABC e Alecrim de Natal, CRB alagoano, Campinense-PB, Salgueiro-PE, Fortaleza ou América de Natal).
E os maiores índices de público estão nos estádios do Nordeste. É ou não é um futebol desigual?
2 comentários:
Pois é, e como se não bastasse tanta desigualdade, ainda tem babacas aqui no nordeste torcendo para os times sudestinos.
Digo e repito, esse tipo de torcedor é a VERGONHA DO NORDESTE.
Concordo totalmente com a sua opinião quanto a nordestino torcer para clubes do sul e sudeste.Sou baiano,moro em SP há 33 anos e sempre torci para o Bahia e para o futebol do nordeste.Acho uma grande babaquice nordestino ficar torcendo para uns caras que só sabem tirar sarro dos nossos clubes. São realmente preconceituosos,eu percebo muito isso aqui.
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