Clodô passou a calar os ex-fãs |
Clodô na década de 2000 / ídolo |
Parece provocação.
Depois do episódio Carlinhos Bala, outra ala de torcedores tricolores do Pici resolvem iniciar uma campanha pela volta do meia-atacante Clodoaldo ao Fortaleza. Talvez, os mesmos que o condenaram, em 2005, quando deu um "calote" no então presidente Ribamar Bezerra.
Clodoaldo era ídolo da torcida tricolor, mas resolveu atravessar a avenida José Bastos, mesmo com R$ 18 mil no bolso, que havia recebido no Pici, para assinar um polêmico contrato com o Ceará Sporting. Em meio à polêmica, nunca mais cumpriu a promessa de devolver "as luvas" recebidas. Do Pici à Porangabuçu, Clodoaldo apagou uma história de quase 10 anos de amor platônico.
Ribamar Bezerra jurou que Clodoaldo nunca mais pisaria na calçada do Pici (coincidentemente, não pisou nem para jogar por outras equipes). Clodô ou Clocô, como queiram, saiu e voltou ao Ceará em ritmo de "tapas e beijos", mas não conseguiu reabrir a porta tricolor no caminho de volta. E não foi por falta de tentativas.
Eis que o presidente Osmar Baquit foi surpreendido esta semana com mais uma campanha "Volta Clodoaldo", liderada pelo vereador Leonel Alencar, torcidas organizadas e programas de rádio. Há quem aposte que a campanha pode ter um final feliz, parecido com o episódio Carlinhos Bala, mas Baquit bradou um "NÃO" firme, no programa Fórum Esportivo dessa segunda-feira, na Rádio Globo Fortaleza.
Segundo o presidente tricolor, para voltar a jogar no Fortaleza, Clodoaldo teria de pedir desculpas à nação tricolor, mas nem assim voltará porque a palavra do agora conselheiro, Ribamar Bezerra, está mantida. Beirando os 33 anos de idade, dispensado pelo Ceará, com rápida passagem pela 2ª divisão do futebol baiano, Clodoaldo já estaria pronto para pedir perdão e retornar ao Pici com salários de R$ 7 mil/mês.
É incrível como um craque de bola escolheu enterrar a carreira da forma como todos testemunhamos Clodoaldo enterrar. Eu era repórter da Rádio AM do Povo/CBN, em 1998, quando o Esporte Clube Vitória devolvia ao Fortaleza um menino baixinho, que jogava uma bola de gigante. Motivo: indisciplina e gosto pela boemia.
Nilton Mota, diretor da categoria de base rubro-negra, ainda ofereceu R$ 50 mil para ficar com o "Baixinho" e passá-lo adiante, mas o então presidente, Osvaldo Azim, queria R$ 100 mil com argumento que tratava-se do maior craque da década, revelado pelo clube. Não houve negócio porque Mota não acreditava que aquela irreverência de Clodô fosse apenas fruto da idade. E acertou. De lá até agora, não se tem notícias de mudanças significativas.
No auge da carreira, ainda no Fortaleza, Clodoaldo foi capas de revistas, manchetes de jornais, aberturas e encerramentos de programas de televisão, tema de músicas cantadas pelas torcidas (dos dois rivais) em ritmo rap e "objeto de desejo" até de dirigentes alvinegros e tricolores. O simples atravessar da avenida José Bastos com o sinal ($) fechado deu fim precoce a uma história que poderia ser tão longa quanto a vida do protagonista.
Uma história como tantas outras. O sábio Mané Garrincha, hoje lembrado como exemplo a não ser seguido, chamava seus adversários de "Joãos". Driblou todos eles, mas esbarrou na própria irreverência. Hoje, não saberia dizer se Clodoaldo é nosso "João" ou nosso "Mané". Se ainda conseguir driblar Baquit, justamente, poderemos chamá-lo de nosso "Mané".
Um comentário:
Belo Texto. Clodoaldo teve tudo para brilhar e ser o maior ídolo do Fortaleza. Jogou tudo fora, simplesmente por cuspir na cara de quem o projetou. Vai terminar igual ao jogador Expedito, implorando por dinheiro para tomar uma dose de cachaça.
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