Mancini já estava na "fritura" |
A sexta rodada do Brasileirão 2011 mostra, claramente, como essa competição não pode ser analisada por resultados isolados. O que dizer, agora, da vitória do Ceará Sporting, por 2 x 0, sobre o Palmeiras e da goleada do Corinthians, por 5 x 0, sobre o São Paulo - dois invictos derrotados? Depende do humor ou da isenção de quem vai responder.
A rodada ainda apresentou outro dado interessante: três goleadas. Além dos dois resultados acima, o Flamengo aplicou 4 x 1 no Atlético mineiro. A terceira rodada havia apresentado duas goleadas: Corinthians 5 x 1 Vasco da Gama e América mineiro 2 x 4 Internacional. Na segunda rodada nenhuma goleada aconteceu.
O Flamengo começou a temporada com a goleada de 4 x 0 sobre o Avaí. O rubro-negro empatou quatro jogos e voltou a vencer com goleada enquanto o Avaí seguiu perdendo. O Ceará foi goleado na quarta rodada pelo Atlético goianiense, por 4 x 1. Na quinta rodada, o Palmeiras goleou o Avaí, por 5 x 0. Flamengo e Corinthians são os únicos invictos.
Passado um terço do campeonato, fica claro que nenhuma equipe consegue manter-se estável por uma seqüência longa de jogos. Do mesmo jeito, fica claro que é possível corrigir problemas, reorganizar a equipe e ganhar estabilidade nas primeiras rodadas. Exemplos que cabem no contexto de Ceará e Palmeiras.
O técnico Felipão jamais admitiu no seu íntimo que perderia a invencibilidade para o pupilo Vágner Mancini, mas perdeu porque do outro lado estava um adversário que sofreu correções e se reorganizou coletivamente. Não foi somente a escalação dos três volantes Michel, Heleno e João Marcos; foram também as voltas do lateral Boiadeiro e do zagueiro Fabrício.
Além dessas situações, Mancini tomou uma atitude que será seguida de outras. Explico: alguns jogadores vão ficar no banco apesar da qualidade incontestável. Mancini decidiu pela entrada de Washington no ataque e, conseqüentemente, Iarlei parou no banco de reservas. Quanto maior e melhor qualificado for o grupo, o técnico tomará mais decisões iguais a essa.
O Ceará saiu da zona de rebaixamento e está na 14ª colocação com 7 pontos, mesma pontuação do Grêmio e do Atlético goianiense, embora tenha um saldo negativo de 4 gols. A missão de Mancini, agora, é continuar vencendo para se distanciar da zona e virar o saldo de gols para positivo. Coritiba, fora de casa, será o próximo adversário.
No segundo terço do campeonato, lá pela 13ª rodada, já saberemos quem se manteve sólido, quem melhorou, quem piorou e quem oscilou. Como já estarão encerradas as possibilidades de contratações de reforços, só restará a opção de troca de técnicos aos que não conseguirem fugir da zona de degola.
Por isso, é prematuro traçar quadros para cima ou para baixo. Mancini, no Ceará, e Falcão, no Inter, já sofriam um processo de "fritura" por causa dos resultados. Venceram, e bem, os seus jogos e amanheceram nos braços da torcida. A crônica ácida vai ter de "esfriar" até a próxima rodada.
Tite, no Corinthians, e Luxemburgo, no Flamengo, seguem como os imbatíveis, mas cabe observações. O Corinthians tem um jogo a menos, venceu quatro e empatou um. Perde a liderança para o São Paulo por dois pontos já que tem o melhor saldo de gols (9 gols contra 3 dos sampaulinos).
O Flamengo jogou as seis partidas, mas só ganhou duas e empatou as outras quatro. Luxemburgo precisará vencer mais que empatar para se aproximar da liderança mais rapidamente. Invencibilidade construída com empate não garante muita coisa. A seguir assim, o Flamengo garantirá apenas uma vaga na Sul-Americana.
Ainda é cedo para "degolar cabeças".
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