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    terça-feira, 14 de junho de 2011

    Fortaleza com "dinheiro no lixo"


    Um rapaz que trabalhava de ambulante, no último clássico Ceará x Fortaleza, decisão do Sub-17, no Estádio Presidente Vargas, tomou um susto quando encontrou vários talões de ingressos (como este aí), jogados em um canto da calçada. Quando percebeu que eram ingressos antigos, relaxou. Depois, ficou quebrando a cabeça para entender quem os jogou ali e qual havia sido a utilidade daqueles talões. Ficou sem resposta.

    Ao me procurar, continuou sem resposta. No programa "As Últimas do Esporte", na noite dessa segunda-feira, o veterano Júlio Sales nos lembrou que reutilizar ingressos antigos é uma velha prática dos clubes cearenses. Este ingresso foi impresso para o jogo Fortaleza x Fast Clube de Manaus/AM, realizado no Pici, em fevereiro deste ano, portanto, "novinho" para alguns.

    Convenhamos! Mesmo sendo um jogo de garotos da Divisão de Base, merecia melhor atenção. No mínimo, aqueles ingressos deveriam ter sido incinerados. Agora, pensem comigo! Quantos ingressos reutilizados foram falsificados ao longo dos últimos anos? Quanto os clubes já perderam pela reutilização de ingressos que nunca foram contabilizados no borderô?

    É preciso dizer aos utilizadores dessa prática que não dá mais para pensar assim. Aliás, sem querer, comecei a entender porque alguns dirigentes reagem contra a utilização do ingresso de tarja magnética e nem aceitam discutir a utilização de catracas eletrônicas. Eles sabem bem do que estão falando. Lamentável!

    Dinheiro no Lixo II

    A goleada sofrida pelo Ceará, por 4 x 1, para o Atlético goianiense, no Estádio Serra Dourada, tem gerado mal-estar entre torcedores alvinegros e refletido nos dirigentes. A palavra de ordem passou a ser contratar para evitar o coro já ensaiado: "Fora Mancini". O presidente, em exercício, Robinson de Castro, anunciou que estão acertados três reforços - um deles procedente na Coréia.

    Os alvinegros erraram nos cálculos. Não contrataram antes, contando com uma boa campanha no Brasileirão, embalados pelo título estadual 2011. À essa altura, os reforços estão raros e inflacionados. Repatriar é uma saída, mas o risco de errar aumenta. Com o caixa no limite, o Ceará não pode contratar errado.

    Na temporada passada, o Ceará fez várias contratações e só acertou em cheio quando repatriou o atacante Magno Alves. Os gols dele foram importantíssimos para a manutenção na Série A, mas o contrato foi curto e a valorização o levou embora. O atacante Mota seria o "tiro" certeiro dessa temporada, mas a multa rescisória o deixa distante. Quem será esse reforço da Coréia?

    Segundo Robinson de Castro é um volante, então, não seria Mota. Da região Sudeste seriam dois meias e até um meia-atacante. E Cadê o lateral e o zagueiro? Time que quer ter vida saudável no Brasileirão não pode sentir falta de Boiadeiro, Fabrício, Geraldo e Marcelo Nicácio.

    Associação dos Clubes vem aí

    O presidente do Ferroviário, Luiz Neto, garantiu no programa Fórum Esportivo, dessa segunda-feira, na Rádio Globo Fortaleza, que a Associação dos Clubes Cearenses vai sair do papel ainda este ano. Nessa quarta-feira, pontos importantes serão debatidos com representantes de onze clubes: Ceará, Ferroviário, Tiradentes, Guarani de Juazeiro, Limoeiro, Quixadá, Calouros do Ar, América, Crato, Uniclinic e Itapipoca.

    A entidade pretende reunir os 36 clubes das três divisões do futebol cearense. O Fortaleza está fora, mas Luiz Neto admitiu que vai tentar convencer o presidente tricolor, Osmar Baquit, a aderir ao movimento. O objetivo da Associação é negociar os contratos dos clubes, hoje entregues à Federação Cearense de Futebol, motivo da dissidência.

    Como reação, a FCF publicou em seu site que o Ferroviário, Limoeiro, Quixadá e Tiradentes, juntos, devem à entidade R$ 53.357,94. Somente o Ferroviário deve R$ 50.490,90. Confira a relação dos débitos:   http://www.futebolcearense.com.br/2011/noticia_ver.asp?id=2064.

    O presidente do Ferroviário negou que esteja devendo à FCF e garante provar com documentos que recebeu R$ 150 mil da cota de transmissão de TV, conforme acordado com o presidente da FCF, Mauro Carmélio. As contas de Neto não batem com as contas da Federação. Resta saber quando os dois dirigentes vão provar, publicamente, quem tem razão.         

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