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    sexta-feira, 28 de maio de 2010

    TORCEDOR NÃO PERDOA JEJUM

    O torcedor é mesmo impiedoso, passional, capaz de virar a cabeça de um jogo para outro. Não é que boa parte da torcida do Ceará Sporting já está reclamando do desempenho do meia Geraldo (foto 2) - ídolo da galera até um dia desses? O mesmo sentimento incomodou a torcida do Esporte Clube Vitória, em relação ao atacante Schwenck (foto 1), até que ele fez três gols e recuperou o "amor" da galera.
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    A torcida alvinegra esperava que o meia Geraldo apresentasse, no Brasileirão, o mesmo desempenho do Cearense 2010. Nessa hora, a torcida não se dá conta que a idade do jogador (36 anos) é um fator decisivo, mesmo levando-se em consideração que cuida da forma física e tem uma vida extracampo saudável.
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    Outro fator que pesa contra o jogador é o esquema tático utilizado pelo treinador PC Gusmão. O Ceará joga encolhido, variando entre o 4x4x2 e o 3x5x2, utilizando os dois volantes na forte marcação. Na verdade, já utiliza o volante Heleno como um zagueiro quando varia no 3x5x2. Essa postura fragiliza os meias. Geraldo e Érick Flores estão "pagando o pato".
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    Érick Flores (mesmo com seus 21 anos) já saiu até do grupo. Geraldo tem sido substituido com frequência. A torcida começa a ficar impaciente e as contratações para o setor ainda não apareceram. O atacante Washington é a única situação nova que o Ceará tem nesse início do Brasileirão. Por tudo isso, PC Gusmão precisa criar novas opções táticas e encontrar meias que possam dar criatividade ao setor nas ausências de Geraldo e Érick Flores.
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    O jejum na vida de meias e atacantes incomoda o torcedor. Essa rotina, no entanto, é comum na vida de importantes jogadores. O atacante Dodô, que um dia desses sacodia a torcida do Vasco da Gama, está no banco de reservas. O atacante Schwenck, que chegou ao Vitória com a fama de ídolo da torcida do Avaí, andou perto do "inferno" por causa do jejum de gols, mas voltou aos braços da galera rubro-negra ao marcar três gols contra o Atlético mineiro.
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    Brasileirão é isso aí. Uma roda gigante que passa pelo "céu" e pelo "inferno". O torcedor passional embala essa roda gigante com mais velocidade para um lado ou para outro. O combustível é o gol. O jejum de gols ou de boas atuações enfraquece o sentimento do torcedor de uma tal forma que o ídolo pode virar vilão e afundar no esquecimento.

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