José Maria Marín começa a ter o juízo fritado |
Depois de duas semanas de espera, finalmente, os clubes das Séries C e D do Brasileirão resolveram dar um grito de alerta na CBF. Liderados pelo presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, quinze deles resolveram mostrar a cara e deram prazo à entidade até a próxima terça-feira para que coloque um fim na paralisação da competição. Caso contrário, vão tentar suspender as Séries A e B como forma de chamar a atenção.
Outro grupo, liderado pelo presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, também promete dar o troco com ações para brecar as Séries A e B - "as meninas dos olhos" da CBF e o objeto de desejo da TV Globo. Seria um absurdo aplaudir a revanche, quando todos reclamam do Treze de Campina Grande/PB e do Brasil de Pelotas/RS por terem usado a Justiça Comum para criar todo esse imbróglio, mas não parece existir saída decente nesse lamaçal.
Gostaria de ouvir do presidente da CBF, José Maria Marín, explicações convincentes sobre a falta de atitude da entidade com esses clubes rebeldes que têm recorrido à Justiça Comum antes que sejam esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva. A lei é clara. O advogado e radialista, Heleno Lopes, tem explicado exaustivamente que esses clubes estão agindo ao arrepio da lei. E a CBF inerte.
Heleno Lopes chega a dizer que se a entidade tivesse mandado começar o campeonato não estaria desrespeitando a Justiça Comum porque as liminares são inconstitucionais. E provaria mais tarde. Será possível que ele sabe demais! Estamos assistindo a algo sem precedentes no futebol brasileiro ao mesmo instante em que o presidente da CBF viaja, viaja, conversa vagamente sobre o assunto e nada faz.
Será que o erro dos clubes rebeldes somente será corrigido com outro erro? Será o absurdo dos absurdos, embora nada fora da realidade que conhecemos em alguns casos. Depois das explicações didáticas de Heleno Lopes sobre a Constituição Federal, que reserva ao STJD o direito legítimo de julgar os casos esportivos; depois de ouvir tantas vezes que a Fifa não admitiria o uso da Justiça Comum para atropelar a Justiça Desportiva, fico embasbacado com tudo que está acontecendo.
Gostaria mesmo de entender quem é quem no jogo. Pena que os clubes estão se mexendo timidamente. Somente a Federação Pernambucana bradou com mais força. Um reflexo claro da dependência (cada uma deve ter as suas dependências). Aliás, Marín avisou que recebe dirigente de clube, mas prefere que esteja acompanhado do presidente da respectiva federação. Para mim, a intenção é clara.
Os sessenta clubes das Séries C e D têm uma oportunidade ímpar de mostrar à CBF que merecem um tratamento igual ao dispensado às divisões superiores. Difícil será a união de todos eles por causa da dependência de alguns com suas respectivas federações. Esse joguinho, que pode ter outras denominações, é a maldita herança da administração Ricardo Teixeira. Por isso, muitos ainda dizem sentir saudades dele.
Um comentário:
Jota, o Brasil (RS) esgotou todas as instâncias administrativas antes de ingressar com ação na Justiça Comum. E isso lhe dou certeza.
Já o Rio Branco (AC) foi punido por entrar na Justiça comum quando o caso era de Justiça comum: a interdição do estádio por parte das autoridades estaduais.
Abraço.
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