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    segunda-feira, 12 de março de 2012

    Ceará deixa Lula Pereira com as mãos abanando

    Lula Pereira fica "com as mãos abanando"

    A diretoria do Ceará parece estar com saudades daqueles tempos que a torcida não tem saudades. É verdade que o time não vem jogando bem (faz tempo), mas o aproveitamento de Lula Pereira é de 72 por cento. Em seis jogos do Cearense 2012, foram quatro vitórias, um empate e uma derrota. Pela Copa do Brasil, eliminou o Gama, lá no Distrito Federal, com vitória por 2 x 0. Por último, venceu o Ferroviário por 1 x 0, em jogo fraco, mas ainda com rótulo de clássico. Quem puxou o tapete do treinador?  
      
    No dia 17 de fevereiro passado, quando Lula Pereira assumiu o Ceará Sporting, escrevi e disse que ele recebia um grande desafio, cercado de muita expectativa, porque o time não apresentava bom trabalho dentro de campo, com a competição em andamento. Sem direito a contratações de qualidade, sem tempo para implantar nova filosofia de jogo, sem conseguir apagar as "fogueiras" no elenco, com pressão da torcida e muita gente torcendo contra, não deu outra: Lula saiu do Ceará com "as mãos abanando".

    Foram apenas 24 dias, uma maratona pesada de jogos, com intervalos curtos, seguidas contusões, suspensões por cartões, problemas internos, além das pressões. Ufa! Nesse período, Lula não conseguiu repetir a equipe e enfrentou problemas com a pretensão de mudar a forma de jogar. Lula não fez segredo que queria um time "pegador", forte na marcação e agressivo com qualidade. Parece que "espantou a boiada".

    Logo, recebeu de herança o conflito entre o goleiro Fernando Henrique e o volante Juca. Depois, enfrentou problemas disciplinares com o próprio Juca. O que aconteceu ninguém sabe até hoje com exatidão. Parece que politicamente correto foi dizer que Juca "não era jogador de pegada", como queria o treinador. Mas Juca voltou a ser titular, sem a mesma "pegada" alegada antes. O que houve mesmo?

    No episódio com o goleiro Fernando Henrique, Juca foi vilão e Fernando Henrique foi o mocinho. No jogo desse domingo, contra o Ferroviário, no PV, ainda no primeiro tempo, Fernando Henrique partiu pra cima do lateral Romano acintosamente. Quando o time subiu do vestiário para o 2º tempo, Romano não voltou. Hoje, soube que Fernando Henrique teria partido até para o braço com Romano. Verdade ou mentira?

    Mota pediu para jogar no meio campo e foi atendido pelo ex-treinador da equipe, Dimas Filgueiras, mas não teve o pedido atendido por Lula Pereira, que bradou em bom som: "Quero Mota jogando no ataque". No jogo desse domingo, era possível ver o jogador voltando para armar o jogo, seguidamente, até que Romário entrou para fazer companhia a Felipe Azevedo. Quero ver, agora, em que posição Mota vai jogar.

    Os desencontros alvinegros não acontecem apenas dentro de campo. Fora dele, a diretoria contrata um pacote de cinco jogadores, entre eles, o volante Carlos Alberto, indicado por Lula Pereira. Com a dispensa do treinador, a direção do Ceará não foi ágil para evitar a vinda do jogador até Porangabussu. Além do "mico" pago pelo jogador, ficou uma despesa que o clube certamente terá de pagar. 

    É preciso acertar muitos pontos em Porangabussu. Tudo está muito longe da administração elogiada do presidente Evandro Leitão. Desde a saída de Estevam Soares, em 2011, o Ceará dá sinais daquele clube vacilante dos tempos da 2ª Divisão do Brasileiro. Contratações de treinadores e jogadores sem nenhum critério convincente e focos de insatisfação em todos os setores.

    E nem falei na queda de braço para contratar o novo treinador. A torcida não aguenta mais essa história de PC Gusmão com toda sua empáfia e o nome dele é sempre lembrado com ênfase por alguns dirigentes sempre que demitem algum treinador. Francamente, andam sentindo muitas saudades perigosas em Porangabussu.                     

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