Um mês de preparação e três meses em ação. Foi o tempo que o treinador Flávio Araújo resistiu no comando do Fortaleza EC, nessa temporada 2011, frustrando o sonho de atravessar o campeonato estadual e reconduzir o clube à Segundona do Brasileirão. Duas derrotas, seguidas (3 x 1 para o Guaraju, no Romeirão, e 3 x 0 para o Horizonte, no Alcides Santos, em pleno Pici), levaram o próprio Flávio a entregar o cargo.
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Em verdade, em verdade, Flávio Araújo vinha trabalhando sob pressão desde que chegou ao Pici, no final de novembro de 2010, quando foi contratado para montar o novo elenco do Fortaleza. Setores da imprensa (tricolor), alguns dirigentes e torcedores mais influentes não engoliam a presença de Flávio no comando do tricolor.
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A cada tropeço, a pressão aumentava. O presidente Paulo Arthur sofreu fortes pressões nas derrotas dos clássicos, incluindo a perda do título do 1º turno. Lamentavelmente, foi o próprio irmão de Flávio, Júlio Araújo, quem iniciou a puxada de tapete com a vitória do Guarani, no último domingo, em Juazeiro do Norte.
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A derrota dessa quarta-feira, pela 7ª rodada do 2º turno, em casa, para o Horizonte caiu como uma bomba na cabeça dos tricolores. Respingou no Flávio. No futebol é assim quando o clima não é de tranquilidade, quando as cobranças aumentam e quando o time não responde por falta de qualidade.
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O Fortaleza sofreu duas derrotas, seguidas, para dois times com melhor qualidade técnica, mas o coração fala mais alto. O Guaraju marcha firme para conquistar a vaga da Série D do Brasileirão, o Horizonte passou para a 3ª fase da Copa do Brasil e vai jogar, exatamente, contra o Flamengo, time que eliminou o Fortaleza, no Castelão, na 2ª fase.
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A diretoria tricolor teve uma noite para fazer reflexões, mas como o tempo não para, uma decisão será anunciada nessa quinta-feira. Imagino o "parafuso" que corroe a cabeça de cada um dirigente consciente do Fortaleza, que sabe da necessidade de não anunciar apenas uma, mas inúmeras decisões.
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Tão difícil deve ter sido a tomada de decisão de Flávio Araújo quanto será a missão do novo treinador. Juntar os cacos, reorganizar a casa, recuperar a autoestima, vencer, vencer, vencer e vencer nas próximas quatro rodadas, ultrapassar as semifinais e ganhar o 2º turno. Pelo menos isso. E, se não ganhar o Cearense 2011 não terá feito nada, também.
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Essa distância entre o desejo de título e a capacidade de conquistar, resultado da falta de poder (R$), sem a devida compreensão, pode transformar o ambiente tricolor em um barril de pólvora, sujeito a pequenas explosões. Nesse clima, já é difícil salvar o campeonato estadual, imagina reconduzir o clube à Segundona.
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Quem será a próxima vítima, ou o próximo salvador?
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