Ainda bem que esse amistoso Brasil 0 x 1 Argentina, no Khalifa Internacional Stadium, em Doha, no Qatar, aconteceu agora, no início do trabalho do treinador Mano Menezes, quando todos estão cheios de boa vontade com ele e a paz está reinando entre a Rainha do Plim-Plim e a CBF - por motivos óbvios. Essa derrota é um alerta em tempo de redescobrir o futebol brasileiro.
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Nem a rivalidade entre brasileiros e los hermanos foi motivo suficiente para inflamar os críticos ácidos. O passeio do Lionel Messi, La Pulga, pela defesa da Seleção Brasileira, aos 47' do 2º tempo, arrastando quatro zagueiros, como um arrastão de trio elétrico em último dia de carnaval, mereceu um comentário básico de Mano Menezes: "Pesou a falta de experiência".
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Eis a questão. Remontar uma seleção nacional, entre uma copa e outra, é uma árdua tarefa para qualquer treinador. Não basta ser competente. Precisa contar com uma boa safra de craques, herdar meia dúzia de craques da seleção envelhecida e não entrar no oba-oba da imprensa. Mano não começou bem, concedendo privilégios (televisivos) e perdendo para o arquirrival.
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- Nem tudo está perdido. Diria-me o amigo Santa Rosa, um veterano motorista de táxi, com toda razão. Mano deve reconduzir alguns jogadores experientes, mas é preciso dosar a tolerância. Deve dosar a tolerância também com alguns dos mais jovens, que exageram no estrelismo. Deve dosar até o espírito festivo da seleção. Isso nunca deu certo.
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Em 1962, a seleção não contou com a categoria de Pelé, mas contou com Amarildo. Em 1970, já não contava com os dribles desconsertantes de Mané Garrincha, mas contou com a fúria de Jairzinho. Em 1994, Romário e Bebeto desiquilibravam no ataque. Lúcio foi uma verdadeira muralha em 2002. Só para citar quatro exemplos.
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Nos quatro casos, o título veio. Tudo foi muito diferente em 1966, por exemplo. É fácil explicar. A seleção não foi renovada porque ainda vivia sob o signo do bicampeonato de 1962 e chegou fragilizada à Copa da Inglaterra. Mano deve ter cuidado para não repetir esses erros nem cometer equívocos com o pretexto de ser diferente do antecessor Dunga.
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