Nenhum time foi tão questionado quanto o Ceará Sporting ao longo desse Campeonato Brasileiro. Nas primeiras rodadas, quando o time vencia seguidamente, perguntava-se que fenômeno era aquele. Depois, perguntava-se porque o time estava descendo, lentamente, para a zona de rebaixamento. Agora, pergunta-se por que o time voltou a ganhar, sem fazer contratações, e até sonha em disputar a Sul-Americana.
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Nos três casos não encontro nenhuma explicação do divã. No início, o time estava certinho, motivado e tirou proveito da fragilidade dos adversários. Depois, após a saída do treinador PC Gusmão para o Vasco da Gama, os dirigentes cometeram equívocos (principalmente com a contratação de Mário Sérgio). Agora, optou pelo simples ("futebol feijão com arroz"), devolveu harmonia ao grupo e os resultados positivos voltaram a ocorrer.
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Ainda bem que os dirigentes (no calor da campanha política) não mandaram embora o atacante Magno Alves (à esquerda), mantiveram os meias Geraldo (à direita) e Reina, contrataram o lateral-esquerdo Vicente e trouxeram de volta o lateral-direito Boiadeiro. Desde o início dizíamos que o Ceará precisava ajustar o meio, corrigir os lados e fortalecer o ataque.
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O time alvinegro tinha a melhor defesa da competição. Teve essa condição ameaçada no período do entra-e-sai de treinadores. Chegou a perder Diego, goleiro titular, por contusão. Perdeu, também, o atacante Misael, que vinha surpreendendo os zagueiros com seus contra-ataques fulminantes.
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Sem alternativas convincentes, os dirigentes entregaram o time ao veterano Dimas Filgueiras. Sem poder pedir contratações, Dimas fez o simples. Remotivou o grupo e escalou os melhores que tinha. Foi a vez de Magno Alves, Boiadeiro e Vicente. Esses três aumentaram o poder da defesa, aliviaram o meio-campo e fortaleceram as ações do ataque. Simples assim.
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Até o treinador Mário Sérgio, acusado de ter feito grande estrago na equipe e na campanha, deixou uma parcela de colaboração, afinal, indicou o Vicente e ajudou a trazer de volta o Boiadeiro. Tanquilos, os jogadores voltaram a produzir. Assim está acontecendo com o Atlético goianiense, com o Atlético mineiro e até o Goiás esboçou reação com um trabalho mais tranquilo.
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Se prestarmos bem atenção, quando os dirigentes atrapalham não tem jeito. Às vezes, conseguem reverter o quadro quando recuam a tempo. No Vitória, os dirigentes recuaram, entregaram o time ao treinador Antonio Lopes e esperam por um milagre. Pode ser que aconteça, nada garante.
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GUARANY É O CEARENSE DE MELHOR DESEMPENHO NO BRASILEIRO
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O futebol cearense tem quatro representantes no Campeonato Brasileiro: Ceará (1ª divisão), Icasa de Juazeiro do Norte (2ª divisão), Fortaleza (3ª divisão) e Guarany de Sobral (4ª divisão), mas somente o Guarany realiza uma campanha regular. Passou por todas fases sem sufoco e pode ser campeão. O Fortaleza quase foi rebaixado. Ceará e Icasa alternam o desempenho.
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FERROVIÁRIO É O PIOR DOS EXEMPLOS
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Por conta de tantos erros, acumulados anos seguidos, o Ferroviário está sofrendo de "inanição". Com um time modesto, terminou eliminado na Copa Fares Lopes, da Federação Cearense de Futebol, e viu fugir a chance de disputar a Copa do Brasil 2011. Pior que não ter time, o patrimônio está sendo sucateado. Nem o gramado do estádio Elzir Cabral existe mais.
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Sem dirigentes, sem jogar, o Ferroviário rendeu-se ao "modelo Clóvis Dias". O empresário Luiz Gonzaga Neto assumiu o clube e acena com uma parceria comercial com o treinador Mirandinha. O tempo prova, então, que Clóvis pensava na frente, há mais de uma década, mas foi mal-entendido e seus companheiros de diretoria erraram. Simples assim.
Um comentário:
òtima análise, parabéns!!!
Faltou só dizer onde devo assinar.
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