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    terça-feira, 3 de agosto de 2010

    Que título vale mais?

    O EC Vitória pode até não ser campeão da Copa do Brasil 2010, contudo os jovens talentos rubronegros enchem a torcida de orgulho com garra, profissionalismo, cidadania e respeito ao clube onde nasceram. Claro, o título nacional é o principal objetivo do jogo dessa quarta-feira, no estádio Barradão, contra o Santos FC, mas os valores morais também são tesouros.
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    O Santos colocou a vantagem no placar com os dois gols da Vila Belmiro. Os 'Meninos da Vila' deram show de bola, é verdade. Neymar esnobou na cobrança do pênalty, faltou com o compromisso profissional e quase teve motivos para 'tirar sarro' do goleiro Lee - como costuma fazer com seus adversários ou com criadores de cachorros.
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    O Vitória não jogou um bom futebol, na Vila Belmiro, mas o jogo tem 180 minutos. Faltam 90 minutos. Os times vão trocar de lado, vão trocar de campo e vão trocar de torcida. O calor humano que aqueceu os 'Meninos da Vila' é o mesmo que vai aquecer os 'Meninos da Toca'. Tudo isso alimenta o direito de sonhar dos jogadores e torcedores rubro-negros.
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    Até aqui, o show dos craques formados nas divisões de base do Vitória, fora de campo, tem sido de maior valor que as trapalhadas e confusões produzidas pelos 'Meninos da Vila'. Não vamos perder tempo com detalhes que todos já conhecem, via twitter.
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    Enquanto isso, o zagueiro Wallace responde aos estímulos da torcida com essa carta carinhosa e cheia de brios:
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    "Para muitos torcedores que não me conhecem, vou contar um pouco da minha história e o que o clube representa para mim. Tenho 22 anos, mas metade foi dentro do Vitória. Cheguei em 15 de novembro de 2000, de Conceição do Coité.
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    Quando cheguei, feio, seco e cheio de esperança, uma delas era jogar no Barradão lotado, ver os Imbatíveis gritarem meu nome. Como sonhei com isso. Mas caímos para a Série B, no ano seguinte pra a C, e aí o que iria fazer? Seis meses sem receber um tostão. Mas como falam, Deus escreve certo por linhas tortas. Ao contrário do profissional, minha geração ganhava tudo: Anderson Martins, Neto Coruja, Uelliton, Marcelo Moreno, David Luiz e eu. Logo subimos para o profissional, conseguimos o acesso para as séries B e A. Fomos tetracampeões baiano, classificamos o time duas vezes para a Sul-Americana, mas faltava algo.
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    Essa coisa que faltava era a Copa do Brasil e aí estamos tendo uma oportunidade de conseguir esse título tão importante não só para nós, jogadores, mas pra essa torcida que encarou dois dias de ônibus até Santos.
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    Nossa, foi de arrepiar! 'Nunca na história desse país', já dizia Lula, vi algo desse tamanho. Mas a minha história se confunde com a do Vitória. Tudo o que sou e que tenho agradeço a esse clube que me formou, e nada mais justo de que retribuir esse amor que me foi dado durante tantos anos com o título.
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    Nação rubro-negra, não tenha dúvida alguma de que quarta-feira você não irá ver guerreiros, mas gladiadores. Sei que nós jogadores vamos suar sangue.
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    Queria agradecer a todos os torcedores, sem exceção, pelo apoio e confiança demonstrados. O que estou escrevendo, sem hipocrisia nenhuma, é de um filho para o pai que tanto espera a retribuição de seu filho. AHhhhhhhhhh, a todos os meus irmãos rubro-negros, obrigado pelo amor ao VITÓRIA.
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    JUNTOS SOMOS FORTES, UNIDOS SOMOS IMBATÍVEIS!"
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    Coloquei a carta na íntegra e vou fazer três esclarecimentos: 1 - Conceição do Coité é uma cidade do interior da Bahia; 2 - Imbatíveis é uma torcida organizada; 3 - o zagueiro David Luiz é esse mesmo que joga no Benfica (Portugal) e acaba de ser convocado para a Seleção Brasileira.

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