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    sábado, 24 de julho de 2010

    Leão II, a vergonha dos pelegos!

    E quando pensei que o repórter Roque Santos receberia, ao menos, apoio moral pela agressão física a que foi vítima, durante a confusão no gramado do estádio Barradão, após o empate entre Vitória e Goiás, em 2 x 2, na última quarta-feira, eis que ouço cronistas e até sindicalistas rebuscando palavras para resguardar a atitude covarde que o Brasil assistiu pela TV.
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    Milhares de pessoas viram o treinador Emerson leão com o dedo em riste ante um repórter que só queria fazer uma pergunta; viram uma grande confusão com empurra-empurra, socos e pontapés; viram o atacante Rafael Moura desferir um golpe, típico de luta livre, no rosto do repórter Roque Santos, levando-o a nocaute; viram o desiquilíbrio emocional de boa parte dos jogadores goianos, que eram solidários ao treinador.
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    Depois dos ânimos acalmados, a Polícia Militar conduziu os agressores, apontados pela vítima (nem precisava, todo mundo viu), à 10ª Delegacia, para as formalidades de praxe nessas ocorrências. Foram ouvidos pela autoridade policial, Emerson Leão, Rafael Moura e Romerito, que terminaram indiciados por agressão (qual o grau?). A vítima, Roque Santos, também foi ouvida. Está aberto um inquérito policial.
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    Na repercussão da notícia, o que se ouve? Cronistas esportivos, que no fundo imaginam-se outros SERES, recorrendo a uma proibição da presença de repórter dentro do campo nas competições da CBF. E daí? Que punam o repórter! Aliás, punam todos (das TVs também) que entram no campo a todo instante, retardando o início do jogo ou até controlando o início do jogo.
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    Paralelamente a isso, unam-se todos (Associação de Cronistas, Sindicatos da classe e defensores dos Direitos Humanos) contra os crimes perpretados alí no gramado do estádio Barradão: agressão física, constrangimento, danos morais, desrespeito ao público pagante do "espetáculo" e ao público de casa. Não, o que vejo e ouço são preocupações com a posição infratora do repórter - pelo visto, inédita no Brasil.
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    Da ação do dedo em riste até o soco, parece não ter acontecido nada de errado. Aliás, para o árbitro do jogo, Péricles Bassols, "o treinador Emerson Leão reagiu a uma provocação do repórter". Os cronistas "preocupados" com a invasão de campo pelo repórter agredido já encontraram mais um aliado. Francamente!
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    Antevendo essas atitudes, faz muito tempo venho alertando companheiros que trabalham no estádio Castelão que a presença de repórteres dentro do campo não é legal. Se as agressões tivessem acontecido aqui, em Fortaleza, as reações teriam sido parecidas. Os dentes quebrados e o sangue que jorrou da boca da vítima não teriam nenhuma importância perante o "cumprimento do código de bom comportamento" daqueles que se manifestam como pelegos de plantão.
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    Não sou corporativista nem sindicalista. Até tenho raízes sindicalistas, afinal, sou trabalhador, já fui da militância e iniciei-me no jornalismo como colunista sindical. Sou é defensor do cumprimento da Lei, defensor do respeito às normas e regras do jogo, defensor dos Direitos do Cidadão. Nessa hora não é possível olhar para esse ou aquele lado. É preciso olhar para a Lei.
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    Fico a imaginar se o repórter Roque Santos tivesse agredido o treinador Emerson Leão e os jogadores do Goiás Romerito e Rafael Moura. Tivessem todos com as bocas arrebentadas e as roupas ensanguentadas. Nem sequer, por certo, estariam verdadeiramente preocupados com a elementar pergunta: "Como tudo começou?".
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    É, depois da surra, vergonha de novo!
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    Agora, leiam decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBF sobre o caso: http://www.radiometropole.com.br/esportes/index_noticias.php?id=VFhwTk5VMTZaejA9

    Um comentário:

    Marcos Antonio Vasco disse...

    Caro Jota,concordo totalmente com você. Parabéns pelo comentário.