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    quinta-feira, 25 de novembro de 2010

    Não é que Vampeta tinha razão

    Quando o ex-volante Marcos Vampeta disse a um dirigente: "Vocês fingem que pagam e a gente finge que joga", os fingidos ficaram zangados. Os falsos moralistas logo saíram em defesa da chamada ética do futebol. Duro é entender, anos depois, que Vampeta disse uma verdade que pode ser aplicada a diversas situações no futebol.
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    Também já ouvi jogadores dizerem que "o futebol é uma grande mentira". Eles têm lá suas razões para fazerem essas afirmações. Do lado de cá do muro dos clubes, longe da realidade, não dá para concordarmos plenamente, mas, convenhamos, alguns dirigentes nos levam a crer em algumas dessas provocações.
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    Vejam o caso do Fortaleza Esporte Clube. Eleições antecipadas para agilizar a sucessão presidencial. Depois das eleições finalizadas, festa para a posse dos eleitos do Conselho Deliberativo que elegem a Diretoria Executiva. No final das contas, o próprio presidente eleito para o Conselho, Mozart Martins, diz não saber se foi lavrada a ata de posse. E não foi.
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    Quer dizer: se não há Conselho empossado também não pode haver eleição e posse da Diretoria Executiva. E ainda exigem que o presidente, Renan Vieira, deixe o cargo antes da data legal (31 de dezembro). Renan até admite deixar, mas quer de volta R$ 1,5 milhão que aplicou no clube. Os novos dirigentes dizem que pagam, mas querem auditoria neutra.
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    Nessa confusão toda, o clube está parado. Funcionários e jogadores de férias. Ninguém sabe, ao certo, quem ainda retorna, quem está sendo contratado, que time poderá entrar em campo no Campeonato Cearense em janeiro de 2011. Não há orçamento para 2011 nem balancete de 2010. Vampeta e os colegas dele tinham ou não tinham razão?
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    Para não ficarem com a razão completa, os dirigentes (eleitos, mas não empossados) anunciam a contratação do treinador Flávio Araújo (foto), depois da minissérie "Flávio divide dirigentes". o receio, agora, é que Renan Vieira saia ao fim do mandato, mas leve as chaves caso não tenha devolvido o dinheiro "emprestado" ao clube na hora do sufoco.
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    "Eu não sabia disso!"
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    Até parece que o Palácio do Planalto fez escola. O presidente do Ceará Sporting, Evandro Leitão, não sabia que o clube tem direito a uma premiação (R$ 1 milhão no caso do Ceará), caso garanta a classificação para a Copa Sul-Americana. Também não deve saber que é o cartel, chamado Clube dos 13, que controla a dinheirama dos patrocinadores e TV repassada aos clubes.
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    Os dirigentes do Guarany de Sobral e do Icasa de Juazeiro do Norte também não sabiam que o critério de desempate na Copa Fares Lopes era o número de cartões recebidos pelos jogadores. Pelo desconhecimento, o Guarany festejou a classificação que não levou e o Icasa também amargou a desclassificação, apesar de ter melhor campanha que o adversário.
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    Parece que somente os dirigentes do Horizonte sabiam disso. Eles não fizeram a melhor campanha em campo, mas foram os mais disciplinados. Por isso, deixaram para trás o Guarany e o Icasa. Como prêmio, por saberem mais que os outros, ganharam uma vaga para a Copa do Brasil 2011.
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    E os caras ainda não querem ser chamados de brincalhões.

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