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    sábado, 6 de novembro de 2010

    Grêmio sem piedade do Ceará

    A goleada de 5 x 1, aplicada pelo Grêmio sobre o Ceará Sporting, no estádio Olímpico, foi o reflexo da postura dos dois times. Não há descompasso entre o placar e o rendimento de uma e da outra equipe. O Grêmio jogou para vencer, cumprindo a promessa do treinador Renato Gaúcho. O Ceará jogou vacilante, seguindo as características do treinador Dimas Filgueiras.

    O Grêmio buscou a jogada aérea desde o início do jogo. O Ceará criou as duas melhores oportunidades até sofrer o primeiro gol, mas esbarrou na qualidade técnica do goleiro Victor. Os três gols do Grêmio, no primeiro tempo, nasceram com a permissão do Ceará: duas faltas nas proximidades da área e uma saída errada dos zagueiros Fabrício e Diego Sacoman.

    Os nervos dos jogadores alvinegros também não resistiram. Depois do segundo gol, o nervosismo aflorou. Geraldo e Heleno receberam cartão amarelo. Heleno terminou expulso de campo. Nessa hora, Dimas é atacado pela síndrome da retranca. Ele perdeu um volante (Heleno), tirou um atacante (Washington), mas recompôs com um zagueiro (Anderson).

    Somente no segundo tempo é que teve a coragem de colocar o meia Reina. Assim mesmo, antes disso, trocou Eusébio (lateral-esquerdo) por Careca (volante). O excesso de cuidado numérico na defesa não é compatível com o cuidado tático na transição dos setores defesa/meio-campo/ataque. Nos 21 minutos finais, saindo um pouco mais para jogar, o Ceará fez três bons ataques. Em um deles, aconteceu o gol de Magno Alves - único que parece entender o Reina.

    A goleada do Grêmio ainda poderia ter sido maior caso o assistente Fernando Lopes não tivesse errado em três marcações de impedimento de atacantes gremistas. A sensação que sinto, agora, é a mesma que sentia quando participava das sabatinas de matemática, no colégio primário, e a cada erro era castigado com um "bolo" (surra de palmatória) na mão. Ia trocando de mão até que as duas estavam ardendo e vermelhas. E não adiantava fechar a mão. Não havia perdão. Era assim mesmo!

    Após a sabatina (surra de palmatória) não havia aprendido nada de matemática. Melhorava, apenas, o suficiente para não ser reprovado nas provas de recuperação. Fiz a grotesca analogia para exprimir o sentimento que tenho em relação a treinadores de ideias fixas - como o Dimas Filgueiras. O medo não impediu a goleada.

    Será que ele aprendeu que o jogo é jogado; que o único remédio contra um adversário de qualidade é ser competitivo; que jogar dentro do próprio campo atrai mais ainda o adversário; que amontoar defensores não impede a fome de gols de artilheiros; que... que... que... ?

    Um comentário:

    Vicente Fonseca disse...

    Interessante ouvir o lado cearense deste jogo, Jota, por isso sempre procuro sua opinião. Na minha, o Grêmio realizou sua melhor partida em toda a temporada. Victor, Paulão, Rochemback, Douglas, Jonas e André Lima foram exímios. Méritos, claro, do Renato.

    Também não entendi as trocas do Dimas. Tirou centroavante para botar zagueiro na tentativa de recompor um volante. Chegava a ser hilário ver um técnico mandando o time para frente e o outro respondendo para trás com as alterações.

    Abraço.