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    segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

    SÉRGIO ALVES E O DILEMA DA PARADA

    Tem momento mais difícil na vida que o tal "saber a hora de parar", até mesmo quando não se faz algo prazeroso, mas necessário? Imagina quando o que se faz é prazeroso, como a relação de Sérgio Alves com o futebol, em mais de 20 anos de profissão. "Parar de atuar" é o grande dilema da maioria dos atletas. Felizmente, o dilema de Sérgio Alves era "parar de jogar" em plena forma, apesar dos 39 anos de idade.

    Para muitos dirigentes, cronistas e torcedores, o "Carrasco" ainda atuaria bem no campeonato estadual de 2010. Ele também deve ter pensado assim, por alguns instantes, enquanto conflitava as ideias. Essa sensação de "ainda poder" é que leva muitos jogadores ao desgaste. Romário é o exemplo mais recente que temos.

    A razão do cidadão Sérgio Alves de Lima falou mais alto e acertadamente. Abandonou o jogador antes de ser abandonado por ele. Há duas temporadas, quando deixou o Ceará Sporting, Sérgio Alves viu seu prestígio diminuir. Primeiro, jogou no Ferroviário (oscilando a titularidade); depois, jogou no Guarany de Sobral/CE, pela 2ª divisão, onde reconquistou a credibilidade de artilheiro.

    Ao voltar ao time do Ceará, Sérgio Alves não conseguiu manter a titularidade como nos bons tempos, mas fez gols importantes, ajudou na campanha de acesso à 1ª divisão do Brasileiro e recuperou o prestígio. Nas homenagens, prestadas pela Assembleia Legislativa e pela Câmara de Vereadores, foi lembrado com símbolo alvinegro. Não poderia esperar por momento melhor.

    Não deve ter sido fácil tomar a decisão. Mas seria inevitável. Se não parasse, agora, correria o risco de ser parado já-já. A idade é implacável e não suporta maquiagem. Fica uma rica história, espalhada por clubes como Sport Recife, Central/PE, Salgueiro/PE, Santa Cruz/PE, Bahia, Sion/Suíça, Joinvile/SC, Fluminense/RJ, Ponte Preta/SP, Guarani/SP, CRB/AL, Potiguar de Mossoró/RN, ABC/RN, onde também foi ídolo, entre outros clubes.

    O pernambucano Sérgio Alves inicia a função de auxiliar-técnico pela porta da frente, sem pedir favor e sem receber a lamentável "ajudinha" - comum a muitos ex-jogadores. São poucos os que encerram a carreira com a consciência do dever cumprido e a vida resolvida. O exemplo mais recente que temos é Cleisson, atual auxiliar-técnico do Fortaleza.

    Brilhantes craques não souberam se preparar para o fim da carreira. Passaram momentos de dificuldades, perderam a família, perderam tudo que ganharam e precisaram da lamentável "ajudinha". O meia Zé Eduardo, craque da década de 1970, quando parou de jogar ficou desencontrado, não sabia o que fazer. Felizmente, deu a volta por cima. Sérgio Alves escreve uma história diferente - exemplo para quem ainda está em atividade.

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