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    segunda-feira, 14 de maio de 2012

    Vende-se o troféu do campeão cearense 2012

    Juliana Alves, Dorinha Macedo (Associação Madre Paulina) e Mauro Carmélio (FCF)

    O Campeonato Cearense de 2012 terminou como começou: cheio de confusões, criadas pela falta de bom senso de alguns dirigentes desse futebol carente em todos os sentidos. Para fechar com a maior das decepções, o Ceará Sporting rejeitou o troféu conquistado em campo. A Federação Cearense de Futebol não se fez de rogada e doou "o filho abandonado" a uma instituição que cuida de crianças carentes.

    O troféu vai a leilão no próximo dia 2 de junho, um sábado, na sede da Associação Madre Paulina, na rua Souza Girão, nº 260, no bairro de Fátima/Fortaleza. A entidade vai aplicar o dinheiro arrecadado nas despesas com as 35 crianças, de 1 a 14 anos, que moram por lá. A minha curiosidade é: "Quanto vale esse troféu?". A FCF não informou sobre o valor estimado da taça.

    Seja lá quanto for arrecadado, a presidente da Associação Madre Paulina, Dorinha Macedo, saberá bem como aplicar o dinheiro. As crianças agradecem a estupidez dos dirigentes do Ceará Sporting. Parece sensato pensar que eles teriam todo direito ao protesto. Parece, também, sensato pensar que eles teriam todo dever de permitir aos jogadores dar a tradicional volta olímpica com o troféu.

    Os dirigentes do Fortaleza também rejeitaram o troféu de vice-campeão, não receberam no estádio Presidente Vargas, mas admitiram que querem a taça. O tricolor também está rompido com a FCF, mas não segue os passos do rival nessa questão. Como nesse país ser vice não vale nada, o troféu só terá valor para compor a galeria de troféus do clube, no Pici.

    Lamentável!

    Não é a primeira vez que o futebol cearense protagoniza esse papelão. Em 1992, as confusões resultaram num final de campeonato com quatro campeões: Ceará, Fortaleza, Icasa e Tiradentes. Em 2004, mais confusões e o campeonato terminou sem campeões declarados. Ceará e Fortaleza disputariam duas partidas finais, não chegaram a um acordo sobre as datas e a FCF deu o campeonato por encerrado.

    Vou parar por aí. Preferia estar falando de fatos que tivessem dignificado o futebol alencarino, berço de tantos craques e dirigentes inteligentes (no passado). Hoje, a mistura dos interesses da política partidária com o futebol é como a mistura de óleo e água. Não dá liga.

    O torcedor é usado como "lenha na fogueira", incendiado pela paixão, e transformado em combustível importante para a sobrevivência de algumas pessoas que pouco ou nenhum bem fazem ao futebol. Por outro lado, pessoas bem intencionadas terminam saindo do futebol por não aceitarem esse "picadeiro" montado nos clubes com segundas intenções.

    Talvez ainda tenhamos de falar de novos protestos, a exemplo daquele que rebaixou o Crateús e salvou o Ferroviário, de CPI no futebol para apurar supostas irregularidades na FCF, já denunciadas pelo vice-presidente da entidade, deputado Idemar Citó, e não será surpresa se aparecer algo novo no "reino da lambança".

    Em tempo: O troféu tem valor estimado entre R$ 850 a R$ 1.200.                

    Um comentário:

    Patrício disse...

    Pior ainda é misturar as crianças e a boa ação com entidade acusada de corrupção, alvo de CPI.