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    quinta-feira, 31 de março de 2011

    No dia em que Dimas chorou

    A classificação do Ceará Sporting, chorada como foi, para a próxima fase da Copa do Brasil, fez até o treinador Dimas Filgueiras chorar. Boiadeiro, seguido por outros jogadores e milhares de torcedores alvinegros, também chorou com a vitória, por 2 x 1, no Castelão, sobre o Brasiliense. Todos teriam chorado mesmo que Marcelo Nicácio não tivesse feito aquele gol, aos 48’ do 2º tempo, mas o sentimento teria sido amargo.
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    O choro do comandante Dimas deve ter começado amargo, minutos antes do fim do jogo, quando ninguém mais acreditava na virada do placar. Depois do gol, o alívio, choro e estado de choque. Dimas ficou imóvel, por alguns instantes, sobre a linha lateral do campo, até que foi abraçado pelo gerente do clube, Fred Gomes, e levado para o vestiário.
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    O gol também foi chorado. Quando Marcelo Nicácio dominou a bola dentro da área não teve tempo para pensar, mas foi suficientemente rápido para girar e chutar no cantinho direito do goleiro Gilson, mesmo com várias pernas pelo meio do caminho. O gol aconteceu no acréscimo de tempo e, por causa das comemorações, o árbitro Cláudio Mercante Júnior ainda acrescentou mais dois minutos. Mais choro, reclamações e medo.
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    A razão manda dizer que foi a vitória da competência, da luta, da persistência. A emoção, no entanto, insiste em apontar a “estrela” do treinador alvinegro. Dimas, mais uma vez, seguiu suas convicções. Começou o jogo com três zagueiros, empurrou Heleno para o lugar de Michel (machucado) e manteve Iarley no ataque.
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    Ao longo do primeiro tempo, Dimas parece ter fechado os olhos. Primeiro, Iarley cansou por ter sido obrigado a voltar para armar o jogo, constituindo-se no melhor do time; segundo, Geraldo também cansou, mas sem conseguir jogar bem; terceiro, o Brasiliense não exigia a presença de três zagueiros alvinegros, mas foram mantidos; quarto, Dimas não considerou nada disso por um bom tempo.
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    O gol do Brasiliense, aos 7 minutos, foi fruto de uma indecisão entre Fabrício e Geraldo. Iarley foi a chave que abriu a defesa do Brasiliense, sofrendo 5 ou 6 faltas até que o gol do empate saiu, aos 26 minutos, quando o goleiro Gilson rebateu a bola após cobrança de falta pelo atacante Júnior Pipoca. A partir daí, seria com o treinador, mas Dimas não ousou.
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    Segundo tempo. Doze minutos, o atacante Júnior saiu de campo chateado para dar lugar a Marcelo Nicácio; 29 minutos, o zagueiro Erivélton deu lugar ao meia Sérgio Mota; 36 minutos, Geraldo foi substituído por Thiago Humberto. Qualquer mortal não-treinador teria feito as mudanças no sentido inverso. Dimas Filgueiras parece mesmo acreditar, antes de mais nada, na sua “estrela” e deu certo mais uma vez.
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    A notícia da contratação do treinador Wgner Mancini chegou ao estádio Castelão antes da delegação do Ceará Sporting. Se a "estrela" de Dimas Filgueiras não tivesse brilhando teria sido um prato cheio para a troca imediata. Como a "estrela" brilhou, Dimas será trocado, não importa quando, com a fama de sempre: "Bom ou ruim, pior sem ele".

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