O Quixadá Esporte Clube, fundado em 1965, no município sertanejo de Quixadá (foto), distante 168 km de Fortaleza, visita o estádio Alcides Santos, nessa quarta-feira, como 3º colocado do Cearense 2010, para enfrentar o Fortaleza Esporte Clube. Domingo, depois de duas (ou três)vitórias fora de casa, poderá jogar sem torcida porque o estádio Abilhão continua com pendências da vistoria exigida pelo Ministério Público Estadual.
Se vivo fosse, o comerciante lotérico José Antonio Abílio de Lima, no auge dos seus 86 anos, estaria envergonhado e já teria resolvido o problema. O estádio foi inaugurado em 1968 e não mudou muito de lá para cá. Mudou de nome cinco vezes até que passou a ser chamado de Abilhão para homenagear o então 'milionário' lotérico.
Hoje, Quixadá tem cerca de 80 mil habitantes. O comércio e o serviço proporcionam 70 % do PIB - Produto Interno Bruto (IBGE 2009). O futebol e a cidade ganharam mais projeção, mas o estádio continua com capacidade para 5 mil torcedores e não foi melhorado. É o mais sucateado dos 13 estádios credenciados pela federação.
Em 1977, quando ganhou R$ 3,7 milhões (cruzeiros) na loteria esportiva, Abilhão não exitou em ajudar o Quixadá, contratando jogadores e pagando salários em dia. Resolveu o imediato, 'pois o futuro a Deus pertence'. Certamente, Abilhão iria preferir que melhorassem o estádio a ser homenageado, depois que morreu.
Infelizmente, para os quixadaenses, de Abilhão só restam lembranças da gastança e da resistência do nome pintado nas sujas e corroídas paredes do velho estádio. Felizmente, para a família do apaixonado e lendário torcedor, resta a casa lotérica, embora sem a sorte repetida do prêmio milionário. Fora disso, nada é certo. Nem se aparecerá um substituto de Abilhão para manter o futebol vivo em Quixadá.
Leia mais sobre a história de Abilhão, aqui: http://opovo.uol.com.br/extras/verminosos/080406.pdf .
Um comentário:
Excelente postagem.parabéns
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