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    quinta-feira, 3 de junho de 2010

    CEARÁ E SUA FERRADURA II

    Mal terminou o jogo do Ceará Sporting contra o Avaí Futebol Clube, no estádio Castelão, com mais uma vitória alvinegra, por 2 x 0, pelo Brasileirão, meu telefone começou a tocar. A insistente pergunta era repetida: "E agora, já dá para acreditar?". Esse sentimento é geral. Um dia após o jogo, a pergunta continua sendo feita por torcedores e cronistas de todo o país.
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    O torcedor apaixonado fica incomodado e não faz essa pergunta, ao contrário, reforça a confiança dizendo que o time é bom mesmo. Na verdade, não há desconfiança geral; há surpresa geral pela boa campanha. Até dormiu líder nessa rodada. Nos 16 anos em que esteve na Série B, o Ceará nunca fez uma campanha parecida. Durante anos, lutou seguidamente para escapar do rebaixamento.
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    Boa parte da imprensa nacional continua desdenhando porque não analisa o desempenho do time, apenas manifesta o sentimento de superioridade regional, como já escrevi em post anterior. A crônica comprometida com a verdade e com a boa informação começa a buscar explicações para entender o "fenômeno" Ceará, que chamo de "ferradura".
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    Não acontece nenhuma situação anormal. O Ceará não montou o "time dos sonhos". O treinador PC Gusmão não revela-se gênio do futebol. Os adversários é que não entenderam ainda como não caírem nas armadilhas táticas do time alvinegro. Na sexta rodada, o treinador do Avaí, Péricles Chamusca, foi o primeiro que chegou ao Castelão prevenido pelo que viu, mas seus jogadores desconcentraram no fim do jogo e levaram dois gols.
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    Péricles foi claro, na entrevista coletiva, que planejou jogar igual ao Ceará. Queria pouco desgaste no primeiro tempo. Por isso, o jogo foi feio, sem jogadas ofensivas. A proposta do Avaí era agredir mais no segundo tempo. E Chamusca cumpriu, mas esqueceu de avisar aos zagueiros que Misael não pode ter espaço. Ou avisou, mas eles cochilaram.
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    Seis jogos, quatro vitórias e dois empates. Marcou seis gols e sofreu apenas um. Está clara a proposta do treinador PC Gusmão, fielmente cumprida pelos jogadores. Não tem jogo bonito e, até tem, caso o adversário permita. Até quando vai durar? Ninguém sabe. Provavelmente, vai durar enquanto os adversários não levarem a zebra a sério.
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    Se for o caso, posso repetir que "uma ferradura tão sólida não será desmanchada com fogo brando".

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