Nesse período de carnaval tive emoções diferentes dos anos anteriores. Primeiro, não trabalhei como habitualmente faço; depois, reencontrei um amigo de velhas 'batalhas' e pude mostrá-lo alguns pontos de Fortaleza (nem tão Bela como alardeia o Poder). Depois de quase 15 anos, o 'enciclopédia do rádio', Jorge Samartin (foto), comemorou comigo mais que uma estada por aqui. Celebrou a vida, a vitória sobre um infarto agudo do miocárdio, seguido de uma isquemia cerebral e uma trombose.
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Poucos resistiram a uma série cavalar de ataques como essa, provocadora de procedimentos médicos como implantação de quatro stents e três pontes de artéria mamária, coma induzido de 21 dias e reabilitação motora durante seis meses. Jorge Samartin superou os desafios da enfermidade coronariana e chegou até aqui sem seqüelas, com cerca de 40 quilos a menos nas costas, disposição física melhor que antes e a 'enciclopédia' afiada.
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Nesses quatro dias conversamos, entre outros temas, sobre o sucesso dos amigos, vida urbana, política e futebol - suas paixões e picaretagens -, os desencantos administrativos do rádio - nossa 'praia' -, as novas mídias e, lamentavelmente, os amigos que 'partiram'. Saudades de Fernando José, Fernando Rocha, Armando Oliveira, Caetano Lima, D. Irene Irujo, Osvaldo Junior (não sabia da morte dele e fiquei surpreso)...
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Pela cidade, Supersam pôde ver uma antiga cadeia que virou Centro de Turismo; foi fotografado (ele e D. Jane) ao lado da estátua de bronze do poeta Patativa do Assaré, no Centro Cultural Dragão do Mar; matou saudades do antigo Hotel Savaná, na Praça do Ferreira - onde os cearenses vaiaram o sol, segundo Narcélio Limaverde -; conheceu a Vila Elzir Cabral, alçapão do Ferroviário Atlético Clube; a casa do Vovô Ceará Sporting e o estádio Alcides Santos, onde dividiu comigo os comentários do jogo Fortaleza 3 x 1 Boa Viagem.
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Samartin degustou alguns pratos com um toque cearense, flertou com as particularidades da cidade e nem viu tudo. Mas viu, também, cenas comuns a Salvador como o mijão da rua, muito lixo na periferia, notícia de violência urbana, mendicância, prostituição a céu aberto, falta de cidadania e chuva na hora de sair para o banho de mar. Aqui e lá (Salvador), natureza e homem são iguais.
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Para mim, um momento inédito ficou registrado. No intervalo e no final do jogo, eu e Samartin fizemos um comentário afinado, na Rádio Globo Fortaleza, apesar de tanto tempo distantes um do outro. Para os que não sabem, quando trabalhamos na Rádio Sociedade da Bahia, eu saí do radiojornalismo para substituir Samartin na cobertura esportiva. Não era competência; era circunstância, mas fiquei por algum tempo.
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Em 1994, logo que voltei da Copa dos Estados Unidos, fui convidado por Jorge Samartin para compor a equipe da Rádio Cristal, coordenada por ele, que entrou no ar em rede com a Rádio Jovem Pan AM. Fui o primeiro radialista baiano a atuar, paralelamente, em duas emissoras AM: Cristal e Cultura da Bahia. Em 1997, fui convidado pela jornalista Fátima Abreu para trabalhar em Fortaleza, aceitei o desafio e continuo por aqui.
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A vida é assim. Proporciona momentos que nunca imaginamos. Registros que ficam enquanto nós passamos. Depois, retomamos a rotina diária. Relógio, calendário, agenda, agitados expedientes, compromissos inadiáveis, 'monstros' que nos consomem lentamente. Às vezes, a vida nos presenteia com 'gotas' de felicidade. Saravá!
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