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    terça-feira, 9 de março de 2010

    FUTEBOL COM JEITO DE CANGAÇO

    O Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Cearense de Futebol aplicou pena mínima ao presidente do Fortaleza, Renan Vieira (foto), em julgamento realizado na tarde dessa segunda-feira. Renan foi julgado por ter dito que "estava formada uma quadrilha para impedir a conquista do tetra", referindo-se aos "erros" do árbitro Gleysto Gonçalves no jogo em que o time dele perdeu para o Guarani de Juazeiro, no estádio Romeirão, por 2 x 1, no primeiro turno do Cearense 2010.
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    Depois da sessão do Tribunal, Renan deu-se por satisfeito. E não era para menos. Pegou 15 dias de suspensão e multa de R$ 100. Parece brincadeira, simulação de julgamento de turma acadêmica em curso de Direito. Aliás, no dia seguinte às agressões verbais, Renan admitiu trocar o termo "quadrilha" por "grupo". Foi o suficiente para receber o perdão do TJDF-CE.
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    A decisão do Tribunal, na verdade, não supreende ninguém. O dirigente do Guarany de Sobral, Luizinho Torquato, já havia cometido agressão verbal mais desqualificada contra a árbitra Eveliny Almeida e também recebeu punição leve (suspensão de 30 dias e multa de R$ 1 mil). Foi preciso que a Procuradoria recorresse da decisão. Ainda assim, a pena só chegou a suspensão de 45 dias e multa de R$ 4 mil.
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    Pior que as penas brandas é o desrespeito ao Tribunal. Em flagrante desafio, o dirigente do Guarany é visto no campo de jogo em todos os jogos realizados pelo time dele. Quem atreve-se a denunciá-lo? No último domingo, no estádio Romeirão, em Juazeiro, houve invasão de campo após a marcação de um pênalti (legal), pelo árbitro Joaquim Webster, a favor do Ceará. Não ouvi falar em denúncia a nenhum dos infratores.
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    Parece que estamos assistindo espetáculos do tempo do cangaço. E não existe exemplo mais singular que as atitudes do prefeito de Nova Russas, Marcos Alberto, registradas no estádio Mourãozão. Primeiro, impediu a realização do jogo Quixadá x Crato; depois, andou expulsando repórteres aos tapas. Em Sobral, também só é permitido noticiar o que agrada aos Torquato. Se o repórter insistir é coagido e até agredido.
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    Ah! Estava esquecendo que o presidente do Horizonte, Paulo Vagner, também foi julgado e punido com suspensão de 30 dias e multa de R$ 100. Foi condenado a pagar indenização de R$ 100 por ter dado pontapés em uma porta de um dos vestiários do estádio do Junco, em Sobral. Naquele jogo, Guarany 2 x 2 Horizonte (5 x 4 nos pênaltis), o Horizonte perdeu a classificação para a semifinal e Paulo Vagner parou na Polícia. Também deve estar satisfeito.
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    Mais satisfeito ainda deve estar Luizinho Torquato (que mais parece o Lampião do futebol cearense). Punico com pena branda, desrespeita o Tribunal, provoca a imprensa e ainda foi absolvido nesse julgamento em que Paulo Vagner estava envolvido como peça principal. A sensação que fica é que alguns podem fazer tudo... Até quando!?

    2 comentários:

    Benê Lima disse...

    Caro Lacerda, parabéns pelos comentários. Se preciso for, assino embaixo. É preciso que a justiça desportiva, por suas decisões, nos ajude a nela crer, como a derradeira instância e refúgio maior da preservação dos valores éticos de uma sociedade que se pretende civilizada.
    Abraço.
    Benê Lima.

    teresacriscunha disse...

    Olá Jota, obrigada pela visita a meu blog sobre o futebol feminino no Brasil. Registre meu e-mail e me escreva mantendo contato. Abraços. Teresa Cristina
    e-mail teresacriscunha@hotmail.com