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    quinta-feira, 31 de março de 2011

    No dia em que Dimas chorou

    A classificação do Ceará Sporting, chorada como foi, para a próxima fase da Copa do Brasil, fez até o treinador Dimas Filgueiras chorar. Boiadeiro, seguido por outros jogadores e milhares de torcedores alvinegros, também chorou com a vitória, por 2 x 1, no Castelão, sobre o Brasiliense. Todos teriam chorado mesmo que Marcelo Nicácio não tivesse feito aquele gol, aos 48’ do 2º tempo, mas o sentimento teria sido amargo.
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    O choro do comandante Dimas deve ter começado amargo, minutos antes do fim do jogo, quando ninguém mais acreditava na virada do placar. Depois do gol, o alívio, choro e estado de choque. Dimas ficou imóvel, por alguns instantes, sobre a linha lateral do campo, até que foi abraçado pelo gerente do clube, Fred Gomes, e levado para o vestiário.
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    O gol também foi chorado. Quando Marcelo Nicácio dominou a bola dentro da área não teve tempo para pensar, mas foi suficientemente rápido para girar e chutar no cantinho direito do goleiro Gilson, mesmo com várias pernas pelo meio do caminho. O gol aconteceu no acréscimo de tempo e, por causa das comemorações, o árbitro Cláudio Mercante Júnior ainda acrescentou mais dois minutos. Mais choro, reclamações e medo.
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    A razão manda dizer que foi a vitória da competência, da luta, da persistência. A emoção, no entanto, insiste em apontar a “estrela” do treinador alvinegro. Dimas, mais uma vez, seguiu suas convicções. Começou o jogo com três zagueiros, empurrou Heleno para o lugar de Michel (machucado) e manteve Iarley no ataque.
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    Ao longo do primeiro tempo, Dimas parece ter fechado os olhos. Primeiro, Iarley cansou por ter sido obrigado a voltar para armar o jogo, constituindo-se no melhor do time; segundo, Geraldo também cansou, mas sem conseguir jogar bem; terceiro, o Brasiliense não exigia a presença de três zagueiros alvinegros, mas foram mantidos; quarto, Dimas não considerou nada disso por um bom tempo.
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    O gol do Brasiliense, aos 7 minutos, foi fruto de uma indecisão entre Fabrício e Geraldo. Iarley foi a chave que abriu a defesa do Brasiliense, sofrendo 5 ou 6 faltas até que o gol do empate saiu, aos 26 minutos, quando o goleiro Gilson rebateu a bola após cobrança de falta pelo atacante Júnior Pipoca. A partir daí, seria com o treinador, mas Dimas não ousou.
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    Segundo tempo. Doze minutos, o atacante Júnior saiu de campo chateado para dar lugar a Marcelo Nicácio; 29 minutos, o zagueiro Erivélton deu lugar ao meia Sérgio Mota; 36 minutos, Geraldo foi substituído por Thiago Humberto. Qualquer mortal não-treinador teria feito as mudanças no sentido inverso. Dimas Filgueiras parece mesmo acreditar, antes de mais nada, na sua “estrela” e deu certo mais uma vez.
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    A notícia da contratação do treinador Wgner Mancini chegou ao estádio Castelão antes da delegação do Ceará Sporting. Se a "estrela" de Dimas Filgueiras não tivesse brilhando teria sido um prato cheio para a troca imediata. Como a "estrela" brilhou, Dimas será trocado, não importa quando, com a fama de sempre: "Bom ou ruim, pior sem ele".

    terça-feira, 29 de março de 2011

    Confissões no Forum da Globo

    O professor Evaldo Lima, secretário de Esportes de Fortaleza, e o meia Adriano Pimenta, do Fortaleza Esporte Clube, foram os convidados do "Forum Esportivo" dessa segunda-feira, das 20h às 22h, na Rádio Globo Fortaleza, com apresentação de Renato Abreu e Jota Lacerda.

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    O secretário Evaldo falou sobre o estádio Presidente Vargas, na fase final de reformas, enquanto Adriano Pimenta contou como ajudou a vencer o clássico-rei desse domingo, no Castelão, pelo 2º turno do Cearense 2011, e deixou claro que disputará a 3ª Divisão do Brasileiro 2011, desde que "as coisas continuem bem como estão até aqui".
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    Partindo do princípio que "meia palavra basta para o bom entendedor", segundo provérbio popular, não é difícil imaginar que Adriano Pimenta refere-se aos acertos feitos com a diretoria tricolor para jogar até o final do estadual.
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    Quanto ao passe para o gol, aos 7' do 2º tempo, o meia tricolor confessou que foi advertido pelo atacante Tatu, no intervalo do jogo, e lembrou-se do recado antes de cruzar aquela bola. Disse Tatu: "Mete a bola na minha frente que eu vou me antecipar aos zagueiros". No primeiro tempo, Adriano havia enfiado a bola por trás do Tatu, diferente do que fez no lance do gol.
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    Adriano revelou, também, que o treinador Flávio Araújo recorreu a uma estratégia inteligente para blindar o grupo, logo depois das declarações do vice-presidente, Osmar Baquit, na última segunda-feira (dia 22), cobrando contratações e mudanças até na comissão técnica, se fosse preciso. Segundo Pimenta, os jogadores entenderam e fizeram um pacto de vitória.
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    O ambiente ficou agitado com a derrota para o Ferroviário, no Castelão, por 1 x 0. Depois da conversa de Flávio Araújo com os jogadores, veio a goleada sobre o Limoeiro, no estádio Alcides Santos, no Pici, por 4 x 0, e a vitória apertada no clássico-rei, por 1 x 0. Para Adriano, Flávio soube administrar a crise e evitar que o grupo fosse "contaminado" pelas críticas.
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    Sobre a fase ruim pela qual atravessa o meia Luciano Henrique, Adriano Pimenta disse que ficou surpreso. Acha até que Luciano está melhorando e comentou que fato parecido aconteceu no Sport de Recife, quando lá chegou, em 2009. Luciano não estava bem até que os dois começaram a jogar na equipe e a situação mudou. Pergunto, eu: "Será que aqui a história vai se repetir?".
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    Estádio Presidente Vargas
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    O secretário Evaldo Lima voltou a afirmar que o estádio PV será reaberto, no próximo mês de abril, mesmo restando construir o setor das cabines de rádio, TV e outras mídias. Garantiu Evaldo que a obra será concluída, em separado, respondendo à indagação que tenho feito, insistentemente, por razões de sobra. Ou não é comum abandonarem as obras no Brasil?
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    O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - Crea-CE emitiu, nessa segunda-feira, um laudo com as observações que devem ser cumpridas antes da data de reabertura. São ítens básicos, como gramado, vestiários, vidro de proteção (no lugar do alambrado), testes nas arquibancadas, iluminação, enfim.
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    Faltam, ainda, laudos do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Polícia Militar. O Ministério Público será a palavra final para autorizar ou não a reabertura do estádio PV. O secretário Evaldo não quis falar em data, mas fincou a palavra no mês de abril, segundo ele, para garantir os jogos do restante do 2º turno do Cearense 2011.
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    Sobre um possível clássico-rei, ainda no estadual, Evaldo Lima disse, claramente, que está inclinado a defender o chamado jogo de uma torcida só, como já está sendo aplicado pela Federação Mineira de Futebol. A torcida do time mandante torce no estádio, enquanto a outra torcida torce pelo rádio e/ou pela TV.
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    Anotem aí. O futuro nos dirá quem falou a verdade. Saberemos, em breve, se Adriano Pimenta estará vestindo a camisa do Fortaleza nas disputas da Terceirona; se o estádio Presidente Vargas será mesmo reaberto em abril de 2011; caso seja aberto, se as cabines de imprensa serão construídas nos devidos lugares conforme prometido; se houver clássico-rei, qual será a torcida no estádio.
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    O tempo é o Senhor da razão!

    domingo, 27 de março de 2011

    Tatu broca a muralha alvinegra

    Apesar de estar faltando um jogo (Crato x Guarani de Juazeiro), a 5ª rodada do 2º turno do Cearense 2011 foi pobre em gols, teve surpresas e o Ceará caiu para a 5ª colocação, enquanto viu o Fortaleza, seu arquirrival, assumir a liderança isolada do turno com 12 pontos ganhos. O Ferroviário salvou um ponto, no Romeirão, e está no G-4, mas continua muito longe da vaga da Série D do Brasileirão.
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    O Fortaleza venceu o clássico-rei, por 1 x 0, gol do atacante Tatu, aos 7’ do 2º tempo, refletindo dentro de campo os problemas (disciplinares e técnicos) que têm aparecido no elenco do Ceará. Depois do jogo, o presidente do Ceará, Evandro Leitão, puxou a orelha dos jogadores, cobrando mais empenho, “porque o Ceará não vai ganhar na hora que quiser”.
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    Aos que queriam a “cabeça” do treinador do Fortaleza, Flávio Araújo, o meia Adriano Pimenta e o zagueiro Éverton (contratado horas antes do jogo) provaram que a melhora de qualidade técnica com a entrada de jogadores bons é o caminho lógico para obter resultados positivos. Ainda cabem mais mudanças no time tricolor, mas não é Flávio quem contrata; é a diretoria.
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    A vitória reanima os tricolores, devolve tranqüilidade ao ambiente no Pici, dá tranqüilidade ao treinador Flávio Araújo e coloca mais molho nas últimas rodadas do turno. Apesar da queda no rendimento técnico, o Ceará já tem um turno assegurado e conta com o apoio da torcida, que superou os tricolores entre os 23.304 pagantes (renda de R$ 336.429,00).
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    No outro jogo, aguardado com expectativa, em Juazeiro do Norte, o Ferroviário suou para evitar a derrota para o Icasa, ajudado pela boa atuação do goleiro Ari. O Verdão do Cariri foi melhor no primeiro tempo. O Ferrão equilibrou o jogo na etapa final, mas o Verdão sempre esteve mais próximo da vitória. Nos últimos seis minutos de jogo, os 459 pagantes (renda de R$ 2.245,00) foram premiados com dois golaços.
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    Primeiro, Rômulo acertou um chute forte, no cantinho direito de Juninho, aos 47’, sem chance de defesa; depois, Almir penetrou pela esquerda, puxou a bola para a perna direita e acertou um “canudo” no cantinho direito de Ari, também sem chance de defesa: 1 x 1.
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    Se não tivesse cedido o empate, o Ferroviário estava dividindo a liderança com o Fortaleza. Uma vitória também teria servido para encurtar em mais dois pontos a diferença entre Ferrão (17 pontos) e Guarani de Juazeiro (31 pontos) na disputa pela vaga da Série D do Brasileirão. É importante lembrar que ainda são concorrentes do Ferrão o Tiradentes (25 pontos), Horizonte (24 pontos), Itapipoca (20 pontos).

    sexta-feira, 25 de março de 2011

    Apresentando Itacaré aos tricolores

    Itacaré é um nome indígena ou português? Eis a primeira dúvida. Significa "Pedra Redonda" ou "Pedra Bonita"? Eis a segunda dúvida. Uma outra pesquisa indica que a palavra "itacaré" é formada pelas expressões indígenas "itacá" (rio ruidoso) + "ré" (diferente). Assim, seria "rio de ruído diferente". O certo é que Itacaré é uma pequena cidade, no sul da Bahia, com pouco menos de 30 mil habitantes, onde nasceu o atacante Elison Fagundes, 23 anos, contratado pelo Fortaleza. Itacaré é daqueles jogadores que não passaram por divisão de base de time grande. Foi revelado pelo Campeonato Intermunicipal de Seleções, uma competição tradicional, que movimenta seleções dos principais municípios baianos. Logo passou pelo Vitória e chegou ao Bahia na temporada de 2010. Depois de alguma dificuldade, lembrei-me de ter visto Itacaré jogar pelo Bahia. Uma dessas vezes, ano passado, foi pelo Campeonato do Nordeste, em Pituaçu, contra o Ceará, com um gol do próprio Itacaré. Em entrevista à Rádio Globo Fortaleza, Itacaré disse que tem força e velocidade. Não falou em habilidade. Sendo assim, logo pensei no atacante Tatu, que nasceu em Guanambi/BA, na mesma região de Itacaré. Tatu também tem força e velocidade. Eis a questão, Itacaré é diferente de Tatu em quê?

    Ceará contrata sombra pra Boiadeiro

    A diretoria do Ceará Sporting faz a última contratação para o Cearense 2011 já que o prazo de inscrições está encerrado. O lateral direito Diego Macêdo, 24 anos, está contratado e vai disputar a posição com Boiadeiro, concorrente direto pela semelhança de característica, especialistas como alas. O lateral Murilo é mais utilizado pelo treinador, Dimas Filgueiras, quando o esquema tático é 4 x 4 x 2, com menos apoio pelos lados. Diego Macedo atuou, em 2010, pelo Atlético mineiro, depois de ter realizado boa temporada pelo Bragantino paulista. Embora Dimas Filgueiras negue que tenha havido qualquer problema de ordem disciplinar, técnica ou física com Boiadeiro, a ausência do jogador nos últimos jogos gerou especulações diversas nos bastidores. Ocorra o que ocorrer, Diego Macêdo é uma boa opção para o restante da temporada.

    quinta-feira, 24 de março de 2011

    "Chechênia, o dia em que me traí"

    As pessoas não costumam avaliar o quanto podem influenciar, positiva ou negativamente, em determinado processo, através de opinião, presença ou mesmo uma breve exposição da própria imagem. Outras vezes, interferem, propositadamente, em processos populares, por interesses diversos, mesmo que o resultado não seja salutar para a maioria. O que interessa é o próprio bolso.
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    Postura diferente teve o ex-craque do São Paulo e da seleção brasileira, Raí, ao saber que teve a sua imagem pessoal utilizada para interesses políticos nada democráticos. As pessoas de bem têm igual reação em qualquer segmento social. Pessoas influentes devem pensar no bem comum antes de manifestações públicas. Infelizmente, nem sempre pessoas influentes são honestas o suficiente para não venderem suas opiniões ou suas imagens a desonestos.
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    Eis a matéria completa sobre a nota oficial, emitida pelo próprio Raí, assim que ficou convencido da esperteza a que foi vítima.
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    O ex-jogador Raí, campeão mundial em 1994, manifestou publicamente o seu arrependimento por ter disputado um amistoso em Grozny, na Chechênia, no último dia 8, usando a camisa da seleção brasileira em um jogo que contou com a presença de outros ex-astros, como Romário, diante de um combinado local. Por meio de uma carta aberta publicada em seu site oficial, o ex-atleta admitiu estar "envergonhado" por ajudar a promover um evento "escancaradamente político e populista".
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    Raí admitiu que não se informou como deveria sobre o evento, que contou com a participação do presidente checheno Ramzam Kadyrov atuando contra os brasileiros em uma equipe cheia de jogadores amadores. "Além do presidente, havia outros que nunca tinham sido atletas de futebol. Foi uma pelada de quintal, mas o público parecia vibrante", relatou o eterno ídolo da torcida do São Paulo.
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    Na carta que publicou, cujo título é "Chechênia, o dia em que me traí", Raí afirmou que foi pego de surpresa, dias antes do amistoso festivo, com a mudança de local do jogo da Rússia para a Chechênia, fato que causou "estranheza" a ele. O ex-jogador ainda fez questão de frisar que a sua participação no duelo não teve interesse econômico. "O que recebi não muda em nada a minha situação econômica. É o equivalente a pouco mais do que cobro para ministrar uma palestra de duas horas na cidade de São Paulo", afirmou.
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    O fato é que Raí admitiu que serviu, ao lado de outras antigas estrelas da seleção, como instrumento dos políticos locais em uma região há tempos afetada por conflitos. "Fiz parte de uma das coisas que mais condeno na vida e com a qual mais tenho cuidado: participei de um evento escancaradamente político, populista, em um contexto desconhecido, sem saber as possíveis consequências e intenções", disse.
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    O ex-meio campista admitiu que foi "ingênuo" por ter aceitado colocar em sua agenda um amistoso pelo fato de que, na época do mesmo, ele já estaria na Europa para participar de um fórum esportivo em Barcelona. "Daria um pulo na Rússia, faria um joguinho, encontraria antigos amigos e ainda ganharia uma graninha", acrescentou Raí, achando que poderia unir o útil ao agradável sem abalar a sua reputação.
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    Entretanto, Raí enfatizou que o ambiente da cidade do amistoso era de guerra e ainda de terra arrasada por ela. "Em Grozny o clima era militar: fotos gigantes dos homens que estão no poder, pouquíssima gente na rua. Algo muito estranho pra mim. Só depois, fiquei sabendo pela intérprete russa que 98% da cidade havia sido destruída durante a guerra. Imaginem as lembranças daquelas batalhas ainda vivas por ali. Ouvi também que algumas ONGs acusam o governo (local) de violação dos direitos humanos. Pelo que vi por lá, não me surpreenderia. Mas é muito difícil avaliar em um lugar tão traumatizado e ainda em extremo estado de alerta", lamentou.
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    JOGO AMADOR E IMBECILIDADE - Em campo, o que se viu foi uma seleção brasileira com as presenças também de Romário, Cafu, Dunga, Júnior Baiano, Bebeto, Élber, Denilson, André Cruz, Roque Júnior, Djalminha, Zetti e Roberto Carlos. E, em ritmo de jogo amador, os brasileiros venceram por 6 a 4 e fizeram o que puderam para facilitar a vida da equipe da casa, que foi reforçada pelos alemães Lothar Matthaeus e Oliver Kahn e pelo holandês Gullit, astros históricos do futebol de seus países.
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    "O jogo foi um show. Queríamos que as pessoas entendessem, por meio do futebol, que somos uma nação pacífica", disse o líder checheno Ramzan Kadyrov, de 34 anos, no dia do jogo.
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    A realidade propagada pelo presidente local, porém, é bem diferente, já que há anos a Chechênia está em conflito com o governo central da Rússia, com grupos armados reivindicando a independência da região e recorrendo com frequência ao terrorismo. Kadyrov subiu ao poder em 2004, depois que seu pai, Akhmad, que comandava a Chechênia, foi morto em um atentado no mesmo local do jogo do último dia 8.
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    "Placar à parte, desta imbecilidade (assim que me senti) cometida, ficam duas grandes lições: acompanharei de perto o processo político na Rússia/Chechênia; e estarei muito mais alerta a esses possíveis deslizes de avaliação (mesmo já sendo e tendo uma equipe muito criteriosa). Posso dizer que essa experiência serviu, ao menos, como um importante aprendizado", disse Raí, para depois finalizar o seu desabafo da seguinte forma: "Escrevo porque, da mesma forma e com a mesma intensidade que queria me esconder após o evento, necessito me expor e expor minhas fraquezas".

    segunda-feira, 21 de março de 2011

    Rômulo e a leveza que faltava

    Bastaram algumas mudanças na equipe e a melhora da condição física para que o time do Ferroviário apresentasse outra disposição no 2º turno, com três vitórias consecutivas, chegando à liderança do Cearense 2011. Observem como o atacante Rômulo faz um giro em torno de si mesmo, envolve o zagueiro do Fortaleza e consegue cruzar a bola em cima da linha de fundo. Não tivesse Rômulo com sete quilos a menos e, certamente, não teria conseguido construir essa jogada. Foi assim no 1º turno. Outra situação positiva foi a contratação de um goleiro de qualidade. O goleiro Fabiano, do Fortaleza, defendeu o pênalti cobrado por Arlindo Maracanã, mas o goleiro Ari equilibrou o jogo quando defendeu o pênalti cobrado por Guto. Por esses pequenos detalhes, é possível acreditar que o time do Ferroviário dará uma resposta positiva no 2º turno - única saída para salvar a temporada, inclusive com a chance real de garantir a vaga da Série D. Pena que jogadores com a qualidade de Valdiran e Jonatha não possam ficar no grupo. O veterano Valdiran desafinou no comportamento e foi desligado do Ferrão antes da estreia. A diretoria e o treinador Filinto Holanda estão corretos. Nada vai compensar a falta de disciplina. A fila anda e a disciplina deve ser mantida para o bem do grupo.

    domingo, 20 de março de 2011

    Ceará e Fortaleza caem juntos

    Júlio Araújo, treinador do Guarani de Juazeiro, e Filinto Holanda, treinador do Ferroviário, são os caras da 3ª rodada do 2º turno do Cearense 2011. O Guaraju quebrou a invencibilidade de 17 jogos do Ceará (14 vitórias e 3 empates) na temporada com uma vitória magra: 1 x 0; o Ferroviário ganhou fôlego com a terceira vitória seguida, também magra, 1 x 0 sobre o Fortaleza, e chegou à liderança da competição.
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    Do ponto de vista dos adversários, restam as desculpas. O treinador do Ceará, Dimas Filgueiras, não perdeu o jogo porque poupou Boiadeiro, Iarley e Marcelo Nicácio. Dimas perdeu para um time competente tecnica e taticamente. Somente no primeiro tempo, o goleiro Fernando Henrique fez três defesas difíceis.
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    Dimas voltou a ser conservador, quando montou o time com três zagueiros, dois volantes, dois meias e um atacante - 3 x 6 x 1. Nenhuma novidade. Talvez, Dimas não imaginasse que o Guaraju fosse capaz de vencer esse congestionamento pelo meio. Na volta para o 2º tempo, Dimas colocou o atacante Washington, mas perdeu Osvaldo por contusão e continuou sem força ofensiva.
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    O Netinho acertou um chute de longe, encobrindo Fernando Henrique, aos 17' do 2º tempo, premiando a atuação do Guaraju e quabrando um tabu de 19 anos. Os meias Thiago Humberto e Giovani tiveram estreias discretas e não conseguiram mudar o panorama do jogo.
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    Fortaleza 0 x 1 Ferroviário
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    Quando o treinador Filinto Holanda aceitou deixar o Horizonte, classificado para a Copa do Brasil, para comandar o Ferroviário, na lanterna do Cearense 2011, muita gente o classificou de maluco. Holanda mostra, agora, que tinha razão. Aceitou o desafio porque sabia do que seria capaz de fazer para salvar o Ferrão e confiou na proposta da diretoria. Promessa feita e cumprida.
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    Tenho dito que os reforços trazidos são boas indicações de recuperação do time coral e a reação começou bem antes das mudanças radicais na equipe. Além do mais, nesse clássico, o Fortaleza foi punido pela expulsão do zagueiro Gilmak, aos 20' do 1º tempo. O treinador Flávio Araújo teve de tirar o atacante Tatu para recompor a zaga. Substituição básica e terrrível.
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    O gol de Juranilson foi aos 36' do 1º tempo, mas o segundo tempo foi tão bem disputado que os goleiros defenderam dois pênaltis. Primeiro, Ari defendeu pênalti de Guto; depois Fabiano defendeu pênalti de Arlindo Maracanã. De qualquer maneira, o Ferrão quebrou um tabu de 2 anos, um mês e 23 dias. Vencer clássico é bem mais emocionante.
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    Como eu esperava esse segundo turno. Só estamos na 3ª rodada, com o G-4 formado por Ferroviário, Guarani de Juazeiro, Fortaleza e Ceará. Na pressão para entrar no grupo, Guarany de Sobral, Icasa, Tiradentes e Horizonte. Ao Ferroviário só resta a alternativa de chegar à final do turno para garantir a vaga da Série D do Brasileirão.

    sexta-feira, 18 de março de 2011

    Uma andorinha só não faz verão

    O que estamos vendo aqui, editado, faz chover. Não importa quem seja o jogador. O nome vem depois, e quando é conhecido ajuda a vender a imagem. A questão é o tempo decorrido entre a realidade passada e a realidade presente. Esse vídeo foi produzido em 2009, duas temporadas atrás, quando o Sport tinha um time competitivo. Objetivo principal era mostrar a habilidade e a qualidade técnica do meia Adriano Pimenta. Objetivo atingido, naquela temporada. Hoje, duas temporadas à frente, num time com qualidade técnica inferior, não será tão fácil para Adriano jogar como naquela temporada, mas o pouco tempo em que esteve em campo, contra o Flamengo, mostrou que pode produzir mais alguns vídeos de apresentação. O que o torcedor precisa entender é que o conjunto faz a diferença. Um jogador, por mais que tenha qualidade, pode desaparecer num fraco conjunto. O que quero dizer é que o Fortaleza precisa melhorar o conjunto geral. Um time de futebol tem três setores, portanto, não pode haver desequilíbrio. O treinador Flávio Araújo sabe disso, a diretoria sabe disso, a torcida sabe disso, a crônica sabe disso, falta apenas transformar o desejo em realidade. Essa é uma decisão que não depende só da vontade. Acredito que esse é o maior nó na garganta dos dirigentes tricolores. Tomara que ele seja desatado logo.

    segunda-feira, 14 de março de 2011

    Novo PV vítima de aleijão

    Há quatro anos começava a "agonia" do estádio Presidente Vargas, carinhosamente chamado de PV, localizado no bairro do Benfica, próximo à Praça da Gentilândia, fácil de ser acessado pelos torcedores de todos os bairros da cidade de Fortaleza. Lembro-me bem de uma tarde de domingo, em 2007, quando uma ventania quase colocou abaixo a cobertura de zinco sobre as cadeiras numeradas - no mesmo lugar da atual cobertura (veja a foto).
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    Fizeram uma improvisação, nada aconteceu naquela tarde, mas a cobertura foi retirada depois. A Prefeitura prometeu corrigir o problema em 15 dias. Eu duvidei, no microfone da Rádio Globo Fortaleza, e tive de encarar fervoroso discurso do então chefe de Esporte e Lazer da SER IV, Marcos Pinto, que não levava em conta nem sequer os prazos de licitação.
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    O tempo passou, nem cobertura nem nada. As denúncias começaram a ser cada vez mais freqüentes sobre outras áreas do estádio com riscos de desabamentos por corrosão. Em dezembro de 2007, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Ceará (Crea-CE) diagnosticou uma série de problemas estruturais no PV e recomendou que não fosse realizada nenhuma atividade esportiva, naquele estádio, antes da realização de testes de corrosão e impacto.
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    A pressão foi tamanha que a Prefeitura resolveu contratar técnicos da Universidade Federal do Ceará. As denúncias foram confirmadas. O PV não foi fechado, apesar dos alertas. A capacidade de público do estádio foi reduzida a 10 mil lugares para os jogos do campeonato estadual, enquanto aguardava-se o resultado dos testes. Mas o que determinou a interdição do PV, em fevereiro de 2008, foi a repercussão do desabamento de parte das arquibancadas (praticáveis), instaladas ao longo da av. Domingos Olímpio, no domingo de carnaval.
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    No dia seguinte, a Prefeitura de Fortaleza anunciou a interdição do PV, surpreendendo a todos que já aguardavam o jogo entre Fortaleza x Horizonte, pelas semifinais do estadual. Daquele instante até agora, o PV tem sido alvo de muitas "estórias", muitas datas, muitas fantasias e poucas certezas. A prefeita Luizianne Lins desaparece do cenário e só reaparece quando a imagem da Prefeitura está sendo desgastada perante a crítica e a opinião pública.
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    As decisões sobre o PV têm sido tomadas a passos de tartaruga e a olhares do bicho preguiça. Não vou arranjar culpados, mas a morosidade é irritante. E tenho dito que não fosse a Copa 2014, o PV jamais seria reerguido ou sei lá quando seria movida uma palha por lá. Há informações que a Construtora responsável pelas obras reclama das alterações constantes do projeto original para atender a apelos populares.
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    Até acreditei na primeira data anunciada para entrega das obras: agosto de 2010, embora não fosse um prazo confiável tecnicamente. Como acreditar, agora? Passaram para janeiro, fevereiro, abril... Que não seja 1º de abril - um dia próprio para brincadeiras de mal gosto. Ainda que insistam em reabrir o estádio em abril, será penoso ver uma obra que saiu com tanto esforço ser vítima de um aleijão. Ou não será feio um praticável para abrigar a crônica esportiva e convidados em meio a uma milionária obra, novinha?
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    Não vão faltar apologistas ao monstrengo, eu sei. Até entendo, mas confesso que o medo maior é saber que o monstrengo poderá ter de esperar por outras "urgências" da Prefeitura de Fortaleza (que existem), ou até por outros Governos. Aqui pra nós, obra inacabada ser inaugurada com pompas e cair no esquecimento não é nada imoral nesse Brasil afora. Pelo menos para mim, é imoral e ilegal!

    quinta-feira, 10 de março de 2011

    Cearense promete no 2º turno

    A primeira rodada do 2º turno do Cearense 2011, em clima de ressaca de carnaval, foi um sinal de como será a corrida pela segunda fatia do título estadual. O Ceará goleou o Limoeiro, por 4 x 1, no estádio Bandeirão, em Limoeiro do Norte, mantendo a invencibilidade na temporada (12 vitórias e 2 empates); o Fortaleza venceu o Tiradentes, por 3 x 1, no estádio Alcides Santos, no Pici; enquanto Guarani (J) e Horizonte empataram, em 1 x 1, no estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte.
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    O Ceará já tem o 1º turno, portanto uma fatia do título, e começou bem. O Limoeiro surpreendeu, aos 5', com um golaço de Cristiano, e seguiu dando trabalho com muita correria. No segundo tempo, o Limoeiro já não correu tanto e terminou surpreendido com as mudanças do alvinegro.
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    O treinador Dimas Filgueiras saiu do 3 x 5 x 2 para o 4 x 4 x 2 com a entrada de Sérgio Mota no lugar de Erivélton. Marcelo Nicácio (foto) entrou com faro de gol no lugar de Jr. Pipoca e fez dois gols em dois minutos (10' e 11'). O Ceará ocupou o campo adversário e construiu a goleada com Sérgio Mota (40') e Boiadeiro (46'). É a vantagem de ter um banco de reservas de qualidade.
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    O Fortaleza, refeito do impacto da perda do 1º turno, goleou o Tiradentes, por 3 x 1, superando as dificuldades impostas pelo adversário. Régis abriu o placar, aos 5'; Reginaldo Jr. fez 2 x 0, aos 15'; e Ribinha diminuiu, aos 33'. No segundo tempo, o time da Polícia Militar pressionou, mas foi Reginaldo Jr. quem fez 3 x 1 para o Fortaleza, aos 38'.
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    Guaraju e Horizonte começaram o 2º turno de olho na vaga da Série D. O Guaraju tem quatro pontos a mais. Os dois são seguidos de perto pelo Tiradentes, que está a sete pontos do Guaraju e a três pontos do Horizonte. A expectativa, agora, é pela estreia do Ferroviário, lanterna da competição, nessa quinta-feira, contra o Crato, na Vila Euzir Cabral.
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    Mantida minha previsão de um 2º turno bastante disputado. Além da disputa pelo título do 2º turno, segue em jogo a Série D do Brasileirão. O Ferroviário, que sonha com essa vaga, terá de vencer e vencer para superar o Guaraju, Horizonte, Tiradentes, Itapipoca e Limoeiro - possíveis candidatos à vaga.
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    Aguardem muitas emoções do 2º turno do Cearense 2011.

    quarta-feira, 9 de março de 2011

    Clubes vão ganhar mais em 2012

    As mudanças anunciadas para as negociações de patrocínios para o Brasileirão 2012 causou um certo alvoroço entre os cartolas. Reação natural quando o assunto é mudança radical. O receio dos mais inseguros termina causando polêmica e criando dificuldades para os líderes do movimento.
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    A verdade é que, historicamente, os rompimentos das relações desiguais geralmente resultam em vantagens para os menos favorecidos, que passam a ter poder de decisão. Passado o receio, o quadro começa ser desenhado com otimismo pelos indecisos.
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    O Clube dos 13 finalizou a entrega das cartas-convites para as cinco primeiras mídias habilitadas a transmitir o Campeonato Brasileiro no triênio 2012-2014 (TV aberta, TV fechada, pay-per view, internet e celular).
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    O valor dos lances mínimos chegou a históricos R$ 912 milhões apenas para a próxima temporada. Com a formalização das regras para publicidade estática, direitos internacionais e novas mídias, o valor mínimo ultrapassará R$ 1 bilhão, quase o dobro do que os clubes vão faturar com a venda dos direitos para o Brasileiro de 2011.
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    O novo modelo de venda dos direitos foi motivado por acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), firmado no ano passado. No total, mais de 20 empresas foram convidadas a participar do processo.
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    O resultado da primeira licitação será anunciado nessa sexta-feira, às 10hs, no escritório do Clube dos 13, em São Paulo (rua Pedroso Alvarenga, 1254 - 11o. Andar - Itaim Bibi). Com a presença da imprensa, será conhecido o vencedor na modalidade TV aberta. Os envelopes da TV fechada e pay-per-view serão abertos no dia 23 de março. Os de internet e celular, no dia seguinte, também na sede do Clube dos 13.
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    Os jornalistas interessados em cobrir o evento dessa sexta-feira devem se credenciar pelo telefone 011 3171-2554 até as 19hs do dia 10 de março. As cartas-convites estão disponíveis para consulta, na integra, no site www.clube13.com.br.

    quinta-feira, 3 de março de 2011

    Ceará ganha 1° turno invicto

    Dizer que "clássico é clássico" para evitar falar em favoritismo não era o que aplicava-se ao clássico-rei da decisão do 1º turno (Ceará 1 x 0 Fortaleza), nessa quarta-feira, no estádio Castelão, pelo Cearense 2011. Pelo menos para mim, a vitória só confirmou o favoritismo alvinegro. O que dizer de um time que terminou o turno invicto, com onze vitórias e dois empates? Do outro lado, um adversário que perdeu os dois clássicos da temporada (1 x 2 e 0 x 1), empatou três e ganhou oito jogos. Existiu ou não favoritismo? O Ceará teve algumas dificuldades naturais de um clássico, mas venceu com a sobra de qualidade em relação ao adversário. O treinador Dimas Filgueiras tirou Junior Pipoca ("e os tricolores agradeceram"), tirou Iarley (e os alvinegros vaiaram), mas terminou acertando pela qualidade do banco de reservas que tem Sérgio Mota, Osvaldo e Marcelo Nicácio para mudar a dinâmica de uma partida. Do outro lado, o treinador Flávio Araújo tinha um meio-campo fragilizado com Luciano Henrique, (produzindo pouco), um ataque dominado com Léo Andrade (machucado) e Reginaldo Junior (cansado). Hora de mudar, e quem ele tem no banco de reservas? O Fortaleza já estava administrando o jogo para decidir nos pênaltis, mas a infeliz jogada de Marcos Paulo resultou no contra-ataque de Osvaldo e o gol saiu aos 41 minutos. Não dá para cobrar de ninguém. O resultado premiou o melhor. Terminado o jogo, ainda no calor das comemorações, o Ceará anunciou a contratação do atacante Thiago Humberto, do Internacional portoalegrense, e confirmou que vai reforçar a equipe com zagueiro, volante, meia direita e lateral esquerdo ou direito. No vestiário, o treinador tricolor, Flávio Araújo, lamentava não ter sido atendido com as contratações que sugeriu ao longo do turno. Essa diferença fora de campo faz alguma diferença lá dentro.