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    domingo, 31 de outubro de 2010

    1, 2, 3, 4, Vasco não segura o Leão

    Esse gol do atacante Adailton pode custar R$ 500 mil. Os direitos federativos do jogador pertencem ao Fortaleza Esporte Clube, que receberá a cifra citada, no final do ano, ao término do empréstimo. Adailton tem dessas coisas. Saiu do anonimato, no tricolor cearense, em agosto de 2008, depois de ter marcado três gols sobre o Bahia, na goleada de 5 x 1, no estádio Castelão.

    O Fortaleza fugia do rebaixamento do Campeonato Brasileiro da Série B. Depois dos três gols, Adailton ganhou a vaga de titular, teve o salário melhorado, ganhou holofotes, mas esqueceu de fazer outros gols. Ano passado, caiu com o time para a 3ª Divisão. Uma negociação com o Vitória, por empréstimo, caiu como uma luva. No finalzinho do contrato, Adailton dá sinal de luz no fim do túnel.

    Assim como no Fortaleza, Adailton aparece como esperança rubro-negra para a salvação. Não basta ser craque, é preciso ser iluminado também!

    sábado, 30 de outubro de 2010

    Homenagem ao Vovô

    A torcida do Ceará Sporting está na rota das importantes torcidas do Campeonato Brasileiro. Depoimentos de alvinegros apaixonados (saudáveis, por sinal). Parabéns!

    quinta-feira, 28 de outubro de 2010

    Parabéns, Mané de Pau Grande!

    Manoel Francisco dos Santos, simplesmente Mané Garrincha, faria 77 anos nesse dia 28 de outubro de 2010 se vivo fosse. Morreu aos 49 anos, moço ainda. Fez muito pelo nosso futebol, pouco pela própria vida. Na Seleção Brasileira, ao lado de Pelé, nunca perdeu um jogo, mas não se dava conta disso tão ingênuo que era.

    Já contaram muitas histórias sobre ele. Vamos ouvir um pouco dele mesmo.

    quarta-feira, 27 de outubro de 2010

    Palmas para os "Ficha Limpa"

    Nunca consegui entender essa história de "bicho" para jogador ganhar decisão, para evitar desclassificação e até para jogar bem, entre outras "mentiras" do futebol. Ainda bem que a maioria dos dirigentes acabou com esse famigerado modelo de transformar times medíocres em times vencedores. Dessa vez, temos de aplaudir os jogadores do Esporte Clube Vitória, que rejeitaram "bicho" para evitar o rebaixamento.
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    O presidente Alex Portela fez bobagens, logo após a Copa do Brasil, ao ter ouvido opiniões desastradas e, pior que isso, ter ecoado as bobalhadas que ouviu. Em vez de valorizar a campanha da equipe (vice-campeã) e premiar o treinador Ricardo Silva com reforços, jogou gelo e água quente sobre a conquista. Depois, contratou o "cangaceiro" Toninho Cecílio.
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    Nem é preciso perder tempo para lembrar como terminam essas loucuras de cartola. Hoje, o Vitória está à beira do abismo. Na zona de rebaixamento, dependendo de combinações matemáticas, Alex Portela teve uma recaída e recorreu ao bolso (do clube, como sempre) para "comprar" a "salvação". Até parece aquelas ladainhas evangélicas que conhecemos.
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    Registra o blogueiro Tiago Medeiros que Alex Portela convocou o goleiro Viáfara, o zagueiro Wallace, o volante Vanderson, o meia Ramon Menezes e o atacante Schwenck para fazer a oferta. Observem que estavam lá a "espinha dorsal" do time, jogadores mais identificados com a torcida rubro-negra. Eles formaram-se numa "barreira" e rebateram o cartola. Disseram NÃO.
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    Que bom seria se esse exemplo fosse seguido por outros jogadores. Não que sejam bonzinhos. É que seriam mais convincentes ao reagir às críticas e até às acusações do tipo "corpo mole" e coisa e tal. Agora, que eles respondam em campo com resultados positivos, embora não sejam os únicos culpados pela situação. Alex Portela deve sentir o peso da responsabilidade e aprender a nunca mais dar ouvidos a "apaixonados" sem compromisso.
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    É preciso aplaudir atitudes corretas, sim. Vou aplaudir, também, o ministro do Superior Tribunal Federal, Celso de Mello, que voltou atrás (no voto) e permitiu que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral fosse mantida, isto é, o STF também considerou a Lei da Ficha Limpa constitucional e válida para este ano.
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    O ministro Celso de Mello havia votado contra a validade da Ficha Limpa, acompanhando os votos dos ministros José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Cezar Peluso. Voltar atrás e rejeitar vantagens indevidas são atitudes diferentes e difíceis, embora bem mais confortáveis para quem tem consciência do que está fazendo.
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    Entenda melhor a análise do recurso do deputado federal, Jáder Barbalho (PMDB/PA), que recebeu 1.799.762 votos no 1º turno das eleições 2010, mesmo com o passado vergonhoso que tem: www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=63377 .

    segunda-feira, 25 de outubro de 2010

    Ceará e Guarany são os melhores cearenses

    Nenhum time foi tão questionado quanto o Ceará Sporting ao longo desse Campeonato Brasileiro. Nas primeiras rodadas, quando o time vencia seguidamente, perguntava-se que fenômeno era aquele. Depois, perguntava-se porque o time estava descendo, lentamente, para a zona de rebaixamento. Agora, pergunta-se por que o time voltou a ganhar, sem fazer contratações, e até sonha em disputar a Sul-Americana.
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    Nos três casos não encontro nenhuma explicação do divã. No início, o time estava certinho, motivado e tirou proveito da fragilidade dos adversários. Depois, após a saída do treinador PC Gusmão para o Vasco da Gama, os dirigentes cometeram equívocos (principalmente com a contratação de Mário Sérgio). Agora, optou pelo simples ("futebol feijão com arroz"), devolveu harmonia ao grupo e os resultados positivos voltaram a ocorrer.
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    Ainda bem que os dirigentes (no calor da campanha política) não mandaram embora o atacante Magno Alves (à esquerda), mantiveram os meias Geraldo (à direita) e Reina, contrataram o lateral-esquerdo Vicente e trouxeram de volta o lateral-direito Boiadeiro. Desde o início dizíamos que o Ceará precisava ajustar o meio, corrigir os lados e fortalecer o ataque.
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    O time alvinegro tinha a melhor defesa da competição. Teve essa condição ameaçada no período do entra-e-sai de treinadores. Chegou a perder Diego, goleiro titular, por contusão. Perdeu, também, o atacante Misael, que vinha surpreendendo os zagueiros com seus contra-ataques fulminantes.
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    Sem alternativas convincentes, os dirigentes entregaram o time ao veterano Dimas Filgueiras. Sem poder pedir contratações, Dimas fez o simples. Remotivou o grupo e escalou os melhores que tinha. Foi a vez de Magno Alves, Boiadeiro e Vicente. Esses três aumentaram o poder da defesa, aliviaram o meio-campo e fortaleceram as ações do ataque. Simples assim.
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    Até o treinador Mário Sérgio, acusado de ter feito grande estrago na equipe e na campanha, deixou uma parcela de colaboração, afinal, indicou o Vicente e ajudou a trazer de volta o Boiadeiro. Tanquilos, os jogadores voltaram a produzir. Assim está acontecendo com o Atlético goianiense, com o Atlético mineiro e até o Goiás esboçou reação com um trabalho mais tranquilo.
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    Se prestarmos bem atenção, quando os dirigentes atrapalham não tem jeito. Às vezes, conseguem reverter o quadro quando recuam a tempo. No Vitória, os dirigentes recuaram, entregaram o time ao treinador Antonio Lopes e esperam por um milagre. Pode ser que aconteça, nada garante.
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    GUARANY É O CEARENSE DE MELHOR DESEMPENHO NO BRASILEIRO
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    O futebol cearense tem quatro representantes no Campeonato Brasileiro: Ceará (1ª divisão), Icasa de Juazeiro do Norte (2ª divisão), Fortaleza (3ª divisão) e Guarany de Sobral (4ª divisão), mas somente o Guarany realiza uma campanha regular. Passou por todas fases sem sufoco e pode ser campeão. O Fortaleza quase foi rebaixado. Ceará e Icasa alternam o desempenho.
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    FERROVIÁRIO É O PIOR DOS EXEMPLOS
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    Por conta de tantos erros, acumulados anos seguidos, o Ferroviário está sofrendo de "inanição". Com um time modesto, terminou eliminado na Copa Fares Lopes, da Federação Cearense de Futebol, e viu fugir a chance de disputar a Copa do Brasil 2011. Pior que não ter time, o patrimônio está sendo sucateado. Nem o gramado do estádio Elzir Cabral existe mais.
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    Sem dirigentes, sem jogar, o Ferroviário rendeu-se ao "modelo Clóvis Dias". O empresário Luiz Gonzaga Neto assumiu o clube e acena com uma parceria comercial com o treinador Mirandinha. O tempo prova, então, que Clóvis pensava na frente, há mais de uma década, mas foi mal-entendido e seus companheiros de diretoria erraram. Simples assim.

    sábado, 23 de outubro de 2010

    Ping-pong com Dudu Cearense

    Entre uma twittada e outra, combinei um pin-pong com Alexandro Silva de Sousa, um fortalezense que deixou sua terra natal muito cedo para ganhar o mundo e, hoje, brilha na Grécia, jogando pelo Olympiakos. Dudu Cearense, 27 anos, é um dos milhares de brasileiros que pouco jogaram por aqui.
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    Em 1998, Dudu acabava de chegar ao Ceará Sporting quando foi descoberto pelo Esporte Clube Vitória. Em 2001 já estava entre os profissionais. Em 2002 e 2003 já posava como bicampeão baiano e campeão da Copa do Nordeste.
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    Em 2004, Dudu Cearense foi jogar no Japão pelo Kashiwa Reysol. Pouco aproveitado, Dudu foi para a França jogar no Rennes. Também não demorou e foi para a Rússia jogar no CSKA de Moscou. Lá, Dudu foi bicampeão russo e da Supercopa da Rússia e campeão da Copa da Rússia. Cumpriu a missão e seguiu em frente.
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    Chegou no Olympiakos da Grécia em 2008 e já ganhou dois títulos: Campeonato da Grécia e Copa da Grécia. Na temporada passada esteve lesionado e fora da equipe em alguns jogos. Dudu trabalha, agora, para voltar a ser convocado pela seleção brasileira.
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    Com a camisa canarinho, aos 20 anos, Dudu ganhou a medalha de prata pelos Jogos Pan-Americanos de 2003, ganhou o Mundial Sub-20 de 2003 e a Copa América de 2004. Foi chamado em várias convocações, mas não entrou na lista definitiva para a Copa 2010.
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    Dudu Cearense revela por qual time torce no Ceará e qual é o time do seu coração. Não foge do nosso convite e opina sobre as eleições da nova diretoria do Fortaleza Esporte Clube e sobre os polêmicos temas: aborto e drogas. Vamos lá.
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    Perguntas e respostas:
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    @jlacerdacomenta - Dudu, como foi seu início no futebol?
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    @duducearense - Meu início foi muito simples, sempre sonhava em ser um jogador de futebol bem sucedido mas não imaginava os obstáculos e dificuldades que iria enfrentar. Comecei a jogar bola desde pequeno. Meu pai, como joga pelo CRB da Vila Pery (bairro de Fortaleza/Ceará) até hoje, sempre me levava pra os jogos e já pensava como seria meu futuro. Meu pai foi meu grande incentivador. E tudo aconteceu naturalmente .
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    @jlacerdacomenta - Como você parou no Esporte Clube Vitória?
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    @duducearense - Comecei muito cedo e só a partir dos 15 anos começou a ficar mais sério. Disputava um torneio pelo União, do Conjunto José Walter, e logo fomos campeões da Copa Raimundo Fagner em 1998. Na final, tinha um olheiro do Vitória que se chama Pastore. Logo me fez um convite pra 2 semanas de testes no E.C. Vitoria. E graças a Deus tudo deu certo.
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    @jlacerdacomenta - E lá, no Vitória, como foi seu início até a sua primeira transferência?
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    @duducearense - Não foi fácil. Era concentração 100% no trabalho e já tínhamos responsabilidade desde pequeno com torneios e com a nossa própria disciplina ainda com 15 anos. Mas tudo foi se tornando normal pra mim, já entendia o que eu queria. Queria passar para o profissional e logo depois de 2 anos, com 17, tive minha primeira oportunidade no time profissional com o Mário Sérgio. Disputei 3 Brasileiros, cheguei à Seleção com 20 anos, em 2002, na Copa das Confederações, tendo muito orgulho de representar minha cidade. Fiquei até o fim de 2003 e em seguida fui negociado pra o Japão .
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    @jlacerdacomenta - Como você reagiu àquela transferência internacional em tão pouco tempo?
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    @duducearense - Pensei muito na parte financeira, ganhava muito pouco no Vitória, então era uma forma de estabilizar minha família, claro que poderia fazer diferente, mas as circunstâncias me levaram a mudar tão rápido. Foi uma experiência única.
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    @jlacerdacomenta - Por que as convocações diminuiram na seleção brasileira. É a distância?
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    @duducearense - Sem dúvida, aqui na Grécia é maravilhoso, mas a visibilidade não é a mesma como no centro da Europa. Costumo dizer que em cada escolha há uma renúncia. Enfim, estou muito feliz aqui.
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    @jlacerdacomenta - Você acha que jogar muito tempo fora atrapalha na convocação ou é indiferente?
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    @duducearense - Sem dúvida é indiferente, o que vale é o seu momento, como está jogando pela sua equipe e a seleção são jogos curtos e que precisa de você 100% sempre. As oportunidades são poucas.
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    @jlacerdacomenta - Seu atual momento o credencia a ser escalado na seleção de Mano Menezes ou você é daqueles que não "choram" por convocações?
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    @duducearense - Sem dúvida estou preparado pra voltar. Seis anos fora do Brasil você adquire uma boa experiência e está mais preparado pra qualquer convocação. Deixo as coisas acontecerem naturalmente.
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    @jlacerdacomenta - O que está faltando aí no Olympiakos para reeditar Moscou?
    - @duducearense - Não minha opinião não está faltando nada. Como falei antes, estou muito feliz aqui, minha família adora o País e está literalmente adaptada. Os títulos irão voltar.
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    @jlacerdacomenta - Você não acha que a Seleção de Base da CBF deveria ser melhor aproveitada nas convocações da Seleção principal?
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    @duducearense - Isso é muito relativo. Seleção é momento e a Seleções de Base te dá um respaldo pra ser convocado futuramente, mas não é certeza. O clube onde você joga é um fator importantíssimo.
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    @jlacerdacomenta - Quais foram seus melhores momentos no Brasil e no exterior?
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    @duducearense - Pra mim, os dois foram muito importante, depende da fase por onde passei. Claro que o melhor momento foi no Brasil , onde cheguei à Seleção e tive títulos importantes com a amarelinha. Com isso consegui o meu respeito na Europa.
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    @jlacerdacomenta - Você sonha em voltar ao Brasil ou encara essas situações com naturalidade?
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    @duducearense - Com muita naturalidade, meu pensamento ainda é ir a um centro maior, como Espanha ou Itália. Estou trabalhando muito pra isso se concretizar. Mas se não acontecer estarei feliz do mesmo jeito.
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    @jlacerdacomenta - Você acha que um dia ainda jogará no futebol cearense?
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    @duducearense - Estou acompanhando o Ceará e estão de parabéns pela campanha no Brasileiro. Quando eu era mais novo torcia pelo Ceará. Sempre admirava a paixão da Cearamor pelo time. Mas, quem sabe no futuro!
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    @jlacerdacomenta - Qual é o seu time do coração, aqui?
    -
    @duducearense - O Vitória. Foi o time onde comecei minha carreira e tenho o maior carinho por ele. Deixei muitos amigos na Toca do Leão.
    -
    @jlacerdacomenta - Você está preocupado com a ameaça de rebaixamento do Vitória para a Série B?
    -
    @duducearense - Estou sim. Não será bom pra eles e principalmente pra o Nordeste. Espero que não caia e que permaneça (na 1ª Divisão) por vários anos, não só o Vitória mas também o Ceará.
    -
    @jlacerdacomenta - O Fortaleza Esporte Clube prepara eleição de diretoria. Se fosse consultado, que sugestão daria aos novos diretores?
    -
    @duducearense - Por experiência no futebol e pelo que vejo, meu conselho seria primeiramente organizar o clube de forma geral, fortalecer a divisão de base porque poderiam surgir novos talentos e formar uma equipe muito competitiva.
    -
    @jlacerdacomenta - E na política partidária. Você votou no primeiro turno?
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    @duducearense - Não votei devido a distância. Existe muita burocracia pra votar no exterior.
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    @jlacerdacomenta - Mesmo sem ter votado, o que você espera da política?
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    @duducearense - Não votei devido a burocracia existente. Na minha opinião, o Brasil precisa superar novos desafios e ter um partido diferente com outra mentalidade para que assim possamos ver futuramente algo melhor.
    -
    @jlacerdacomenta - Sobre a polêmica da descriminalização do aborto e da maconha, qual é o seu pensamento?
    -
    @duducearense - Primeiramente, este assunto é bastante delicado. O aborto é um tema difícil, principalmente para as famílias pobres que passam dificuldades. Mulheres nesta categoria podem vir a sofrer processos que decorrem da proibição do aborto. O meu desejo é que isso possa mudar e que não venha a se tornar um pesadelo para muitas famílias. Sobre as drogas, haverá muitas discussões futuramente. Em Portugal, por exemplo, a descriminalização das drogas já existe há 8 anos e, por incrível que pareça, melhorou muito o índice de criminalidade no País. O poder de conscientização será importante se existir uma mudança. Agora, fica minha pergunta, o País pode melhorar com essa possibilidade? Vamos ver adiante.
    -
    Obrigado ao volante Dudu Cearense pelo ping-pong.

    quarta-feira, 20 de outubro de 2010

    Tiririca analisado sem preconceito

    Digam o que quiserem sobre a eleição do palhaço Tiririca. Ninguém poderá dizer, no entanto, que ele foi desonesto ao longo da campanha. Tem gente pior que ele no Poder. Tem gente tão analfabeta quanto ele no Poder. Tem pouca gente tão sincera quanto ele no Poder. Talvez essa sinceridade seja uma ameaça aos profissionais da política.

    Eles vão lutar o quanto for possível para cassar Tiririca. Eles podem até cassar Tiririca. Eles só não podem explicar, honestamente, porque estão nervosos com Tiririca. Claro que queremos políticos capacitados para cuidar dos interesses do povo. Claro que queremos políticos honestos para cuidar das finanças da Nação. Aprovar Tiririca não tem a ver com tudo isso.

    Penso que os eleitores de Tiririca estão cansados de buscar, nas urnas, todos esses predicados em outros candidatos. Encontraram decepções. Os exemplos estão aí aos montes. Atire a primeira pedra quem não sofreu uma decepção sequer. Por isso, esses eleitores do Tiririca preferiram retribuir o sorriso ofertado pelo palhaço. Até agora, nenhuma maldade nisso.

    Vejo aí um alerta aos que podem influenciar no processo. Entre o palhaço e a dúvida, o palhaço.

    A saga do Guarany de Sobral

    O Guarany de Sobral buscou a classificação para a Série C do Campeonato Brasileiro com uma campanha irretocável. O treinador Oliveira Canindé comanda uma equipe modesta, mas competente, determinada e consciente da responsabilidade assumida.

    Uma lição para equipes de maior porte, que contratam jogadores sem qualidade, treinadores comprometidos com empresários de jogadores, resultando em campanhas decepcionantes. Qua a diretoria do Guarany saiba tirar proveito do acesso e repita a boa campanha ano que vem.

    Parabéns, Sobral!

    terça-feira, 19 de outubro de 2010

    Neymar 50 vezes na rede

    Não vou comentar nada. A TV Santos lançou esse vídeo com os primeiros 50 gols de Neymar para os santistas e para os amantes do futebol. Vamos curti-lo.

    segunda-feira, 18 de outubro de 2010

    Fortaleza: Senhor sem maturidade

    O Fortaleza Escporte Clube chega aos 92 anos de luta nos estádios do Brasil e recebe o carinho da torcida, mesmo tendo contra si uma temporada cheia de angústias. A conquista do tetracampeonato estadual salvou o ano tricolor e nada mais. Foi uma temporada de incertezas, mas o amor do torcedor não foi abalado.
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    O torcedor Larry Diógenes encaminhou ao blog o que pode ser entendido como sentimento geral da torcida tricolor. Transcrevo, abaixo, na íntegra:
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    "18 de Outubro de 1918. Enquanto o mundo mobilizava-se em prol do fim da Primeira Guerra Mundial, Alcides Santos fundava no Brasil o Fortaleza Esporte Clube. E o jovem não tinha idéia do que estava fazendo. Estava fundando um clube de futebol numa cidade que 90 anos depois viria a ter 2 milhões de habitantes, e mais da metade dessas pessoas se deixaria levar pelo seu desatino.
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    Sim, desatino. Insano é quem se deixa levar por este vício chamado futebol. O que se passa na cabeça de certas pessoas que gritam, choram, vivem e morrem pelo seu time? A resposta não existe, se quiser saber, junte-se a nós. Mas depois não diga que eu não lhe avisei: é um caminho sem volta, uma estrada de mão única. Afirmo isso por experiência própria.
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    Depois que conheci realmente o futebol, despertei um sentimento que acredito que já nasceu comigo: o amor ao Fortaleza.
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    Fiz dos meus 40 anos de vida uma imensa tabela de jogos, já perdi as contas de quantas noites de sono perdi pensando no jogo do dia seguinte, da semana seguinte ou até mesmo como estaria meu time no fim do campeonato. Passei a contar os anos da minha vida através das temporadas e campeonatos que o Fortaleza ganhou ou deixou de ganhar, passei a associar fatos importantes da minha história a jogos desse time querido, que me prende e me faz de escravo a cada dia.
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    O amor e o ódio são separados por uma linha tênue, e durante minha vida como torcedor já provei deste gosto amargo. Conheci a vergonha e o orgulho, a alegria e a tristeza, tudo muitas vezes em questão de minutos ou segundos.
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    Nosso sangue tem três cores, nosso coração bate por um time vitorioso, e acredito que todos nós temos como objetivo deixar como herança para nosso filhos a paixão por este clube. Hoje Jota Lacerda nosso time completa 92 anos de fundação, 92 anos aquecendo corações, lutando e trazendo alegria pro coração de seus torcedores.
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    PARABÉNS MEU TIME QUERIDO
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    Fortaleza Esporte Clube 92 anos de fundação e de um amor imensurável."
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    Infelizmente, os dirigentes não podem dizer o mesmo em relação à capacidade administrativa do clube. Dentro de campo, o desempenho do Fortaleza sempre é vitorioso, mas os equívocos administrativos apagam as conquistas obtidas com suor e lágrima. As divisões internas entre dirigentes enfraquecem os pilares do clube. A falta de planejamento mínimo abre caminho para as crises econômico-financeiras.
    -
    Basta tomarmos como base os últimos 11 anos, quando foram conquistados nove títulos estaduais e dois acessos à 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro. Sim, dois acessos e três rebaixamentos. A temporada termina com o time na 3ª Divisão, cuja manutenção não foi fácil. Não é demais lembrar que escapou do rebaixamento, no Campeonato do Nordeste, no finalzinho do último jogo da tabela.
    -
    Às portas da eleição da nova diretoria, o ideal seria unir o amor incondicional do torcedor à racionalidade do administrador. A mesma linha tênue que separa o amor e o ódio do apaixonado torcedor, segundo Larry, é a mesma que separa o amor da razão do cartola. Por isso, o ideal é entregar a direção do clube a profissionais, ainda que sejam torcedores.
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    Não há caminho melhor a ser seguido. Os exemplos estão com as primeiras colocações das Séries A e B. Em todos os casos, os equívos administrativos foram corrigidos. O Bahia tem a situação mais clara de todas. A chegada do gestor Paulo Angioni, em abril deste ano, mudou o rumo do clube, que emergiu das eternas crises para um virtual retorno à 1ª Divisão.
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    Com 92 anos é possível amadurecer.

    sábado, 16 de outubro de 2010

    Liga pode salvar nordestinos

    Este homem, Eduardo Rocha, pode estar dando passos largos para salvar o futebol do Nordeste. Explico: A Liga do Nordeste fez um mal negócio em termos financeiros, quando negociou o fim da ação judicial contra a CBF, mas recuperou o poder dos clubes nordestinos para gerir seus destinos. Como apregoa o adágio popular, "é melhor um mal acordo que uma boa briga".
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    Apesar da desorganização, da falta de calendário, da concorrência com o Campeonato Brasileiro, a força do futebol nordestino foi notada na volta do Campeonato do Nordeste. Por aqui está o maior público do futebol brasileiro, o mais apaixonado pelo futebol, carente de clássicos, pronto para lotar os estádios nos grandes jogos. Só falta o produto.
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    Pensando nesse potencial, o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, convocou o presidente da Liga dos Clubes de Futebol do Nordeste, Eduardo Rocha, para uma reunião de acertos. Ednaldo propôs ajustar o Campeonato do Nordeste às Normas Gerais de Competições da CBF e ao Estatuto do Torcedor, além de reivindicar a inclusão da competição no calendário nacional.
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    Significa dizer que a Liga deve evitar as mudanças constantes de horários dos jogos, evitar choques de horários com outras competições e promover acesso e descenso. Depois, Ednaldo Rodrigues sugeriu a divulgação da tabela do Campeonato do Nordeste 2011 nos próximos 15 dias e o planejamento do Campeonato 2012 ainda este ano para imprementar as mudanças sem desrespeitar o Estatuto do Torcedor.
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    A licença solicitada pelo Sport abriu o debate sobre rebaixamento no Campeonato do Nordeste deste ano. Como rebaixar se não tem acesso? Logo, Ednaldo também sugeriu a 2ª Divisão da Liga para estabelecer o acesso e o descenso. Essa será uma mudança fundamental, em 2012, para fortalecer a Liga e o Campeonato do Nordeste.
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    A 2ª Divisão deve abrir espaços para os clubes do Maranhão e do Piaui, ausentes da Liga, além de outros clubes potenciais em renda que estão fora. Diferente dos campeonatos da CBF (3ª e 4ª Divisão), o Campeonato do Nordeste pagou as despesas dos clubes, pagou cachês superiores a R$ 250 mil reais e colocou várias equipes em atividade.
    -
    A CBF também sinalizou com a possibilidade de mudar a forma de disputa da 3ª Divisão. Deveria mudar a 4ª Divisão, também. Os clubes agradeceriam por terem o que fazer até o fim do ano. Já passou da hora dessas medidas serem tomadas. Para a CBF parece somente existir a 1ª Divisão e a Copa do Brasil. Por isso, a Liga do Nordeste surge como a Madrasta do futebol nordestino.
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    Hoje, o Norte e o Nordeste são representados no Brasileirão, apenas, pelo Vitória e pelo Ceará. O Bahia está subindo e o Sport tem boas possibilidades de subir. Teríamos quatro representantes na 1ª Divisão em 2011, ainda um número pequeno em relação à força da torcida e ao tamanho das duas regiões. Se essa realidade não mudar, somente o Sul e o Sudeste vão disputar o Brasileirão em breve. Goiás e Atlético goianiense estão à beira do rebaixamento.

    terça-feira, 12 de outubro de 2010

    Padroeiro Paulo Isidoro

    O Fortaleza Esporte Clube é o time da garotada, cuja camisa oficial (vestida acima por Paulo Isidoro) foi recebida e benzida pelo Papa Bento XVI, em Roma, na Itália; hoje é Dia das Crianças, feriado para celebrar Nossa Senhora Aparecida - padroeira dos brasileiros. O tetra estadual, conquistado este ano pelo tricolor, foi garantido com um gol do meia Paulo Isidoro. Certo?
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    Coincidências à parte, exatamente hoje, terça-feira, Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, o Fortaleza carimbou sua permanência no Campeonato do Nordeste ao vencer o Fluminense de Feira de Santana (BA), no estádio Jóia da Princesa, por 1 x 0, gol de Paulo Isidoro, aos 48' do 2º tempo.
    -
    Outra coincidência: o treinador do Fluminense, Luiz Carlos Cruz, derrotado no último minuto, foi o mesmo que, em 2002, elevou o Fortaleza à 1ª Divisão do Brasileiro. Tudo parece ter conspirado pela vitória tricolor - tão importante quanto a conquista de um título. Por isso, as coincidências terminam sendo motivo de curiosidade.
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    Não deveria estar sendo assim caso o Fortaleza não tivesse tido uma temporada tão ruim. As "feridas" da queda para a 3ª Divisão ainda estão abertas. A fraca campanha, ameaçada até de mais um rebaixamento para a 4ª Divisão, machucou ainda mais essas "feridas". A quipe chegou fragilizada à esse prematuro fim de atividades nesta temporada.
    -
    O presidente do tricolor, Renan Vieira, usa o título estadual (o tetra) como escudo para evitar as críticas à desastrosa administração, iniciada por Lúcio Bonfim e terminada por ele. Na verdade, o tetra serve apenas para consolo. Uma forma de encarar o rival Ceará Sporting. Serve para torcer, para mais nada.
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    Esses dois gols do meia Paulo Isidoro vão para a história do clube com muita importância. Foram os dois melhores momentos durante toda a temporada. Caso tivesse perdido ou empatado o jogo dessa terça-feira, o Fortaleza estaria fora do Campeonato do Nordeste 2011. A vaga seria ocupada por outro time da Federação Cearense de Futebol.
    -
    Aos 36 anos de idade, provavelmente Paulo Isidoro não vestirá mais a camisa do Fortaleza para garantir conquistas como essas. Bem que poderia ter tido uma temporada melhor, com acesso à 2ª Divisão e conquista do Campeonato do Nordeste. Seria triunfal. Mesmo assim, sem exagero, pode ser chamado de "padroeiro tricolor".

    Parabéns, crianças!

    Hoje, 12 de outubro, é Dia das Crianças.

    Deveria ser, também, Dia do Palhaço, a mais pura essência da criança.

    Se existisse um palhaço em cada esquina, o mundo seria mais alegre.

    Um palhaço, uma criança, juntos, resultam numa bela palhaçada.

    Deixemos, pelo menos hoje, saltar de dentro de cada um de nós a criança que nunca morre.

    Às vezes, lutamos contra a "nossa" criança e que mal fazemos!

    Acho que o maior pecado é mesmo ficarmos adultos de verdade.

    E nunca mais digamos que a estupidez de um adulto é uma palhaçada.

    Palhaçada é sinônimo de alegria, ingenuidade, riso, pureza. Só a criança acumula tanta riqueza.

    E nada cobra. Quando muito, pede um brinquedo.

    Su puder, não espere por isso.

    quarta-feira, 6 de outubro de 2010

    Campeões de votos da bola

    Confesso que não iria mais opinar sobre as eleições 2010, mas resolvi retomar o tema porque continuo sendo bastante perguntado sobre o desempenho, nas urnas, dos nossos candidatos ligados ao mundo da bola. Na verdade, alguns candidatos são relacionados ao futebol, por motivos diversos, embora nem todos tenham origem nesse segmento.
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    Poderíamos listar dez deputados cearenses, entre estaduais e federais, situados dessa forma. Dos cinco candidatos ao parlamento estadual, três conseguiram o objetivo, sendo três reeleições. Dos cinco candidatos à Câmara Federal, dois passaram, sendo duas reeleições. O que prevaleceu, mesmo, foi a força de voto do candidato ou do partido, porque o esporte puxou poucos votos para quem não tem proposta concreta ou serviço prestado nesse segmento.
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    O caso, por exemplo, dos deputados federais José Airton Cirilo (PT/CE), Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE) e Marcelo Teixeira (PR/CE), que integravam a Comissão de Turismo e Desporto, em Brasília. O deputado Airton Cirilo obteve reeleição com 103.611 votos - 3º melhor da legenda. Paulo e Marcelo não conseguiram reeleição.
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    José Airton Cirilo continua em Brasília graças à força da legenda, portanto, sem carregar qualquer influência do esporte. Tomemos como outro exemplo o deputado federal Eugênio Rabelo (PP/CE), ex-presidente do Ceará Sporting, cuja candidatura está emperrada pela "Ficha Limpa". Ele não teria recebido a votação esperada, contando com a real ajuda da torcida alvinegra como aconteceu no pleito anterior, em 2006.
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    O deputado estadual Gomes Farias (PSDC/CE), sim, foi eleito pelo voto do esporte, em 2006, como narrador esportivo, torcedor confesso do Ceará. Passada a euforia do torcedor, Farias obteve 21.674 votos e não conseguiu reeleição no pleito do último dia 3 de outubro. Foi punido pela falta de projetos concretos.
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    A torcida alvinegra mandou o mesmo recado de insatisfação ao presidente do clube, Evandro Leitão (PDT/CE), que só obteve 31.850 votos, na sua primeira investida como candidato a deputado estadual. Leitão também ficou pelo caminho. Ele e Farias disputavam votos, basicamente, entre os torcedores alvinegros.
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    Observem que o também dirigente do Ceará, André Fugueiredo (PDT/CE), que fez campanha casada com Evandro leitão, obteve um desempenho bem melhor nas urnas, com 115.647 votos e chegou à Câmara Federal - único da legenda. A diferença de votos a favor dele foi de 83.797, fruto do desempenho político fora do segmento esportivo.
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    O deputado estadual Idemar Citó (DEM/CE), vice-presidente da Federação Cearense de Futebol, carimbou a reeleição com 35.952 votos - único da legenda. Citó é outro que não pode creditar a reeleição ao voto do esporte porque só chegou à FCF no início do ano e mal aparece na mídia esportiva.
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    O deputado estadual Gony Arruda (PSDB/CE) é outro exemplo que a reeleição não contou com o voto do esporte. Torcedor confesso do Flamengo e presidente da Comissão Parlamentar para Assuntos da Copa 2014 da Assembleia Legislativa, Gony também mal aparece na mídia esportiva. Os 54.049 votos são oriundos, basicamente, de redutos no interior do estado.
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    Por último, o deputado estadual Moésio Loiola (PSDB/CE), narrador esportivo, carimbou a 6ª reeleição consecutiva, com 65.564 votos - 3º melhor da legenda. Moésio (foto) nunca deixou de narrar futebol, também nunca tentou captalizar votos com discurso de torcedor, além de ter avançado em número de redutos no interior do estado. Ao contrário dos perdedores, Moésio polarizou a votação.
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    A receita dos candidatos vencedores é a melhor. O voto "tabelado" pelo esporte pode até eleger esse ou aquele candidato, contudo, certamente não garantirá reeleição gratuita. O recado vai para os novos deputados Bebeto Tetra, eleito estadual pelo Rio de Janeiro, com 28.328 votos, e Romário, eleito federal também pelo Rio, com 146.859 votos.
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    A lição pode ser aprendida pelos que amargaram o insucesso na primeira candidatura. Se quiserem ir buscar exemplo mais distante podem consultar o deputado federal José Rocha (PR/BA), ex-dirigente do Esporte Clube Vitória, reeleito pela 4ª vez consecutiva. Embora também trabalhe pelo esporte, Rocha nunca esperou sentado pelos votos da torcida rubro-negra.

    'Viajei' com Bahia 4 x 1 Santa Cruz

    Bahia e Santa Cruz jogaram, nessa terça-feira, pelo Campeonato Nordeste, no Estádio Alberto Oliveira, o Jóia da Princesa, no bairro Sobradinho, em Feira de Santana (BA). Se a intenção era levar atração à cidade Princesa do Sertão, o marketing falhou. O estádio estava vazio.

    Lá, o torcedor só sai de casa para ver o Fluminense de Feira. Os outros clubes locais não têm o mesmo prestígio, nem mesmo o Bahia de Feira - para o qual eu torço. Acho até que o ECVitória tem mais prestígio que o ECBahia com o torcedor feirense.

    Nessa época do ano, a temperatura costuma ser baixa. Para uma cidade sertaneja, os termômetros chegam a marcar bem abaixo dos 20º centígrados. Às vezes, chove. Não foi o caso dessa terça-feira, mas o torcedor feirense preferiu ficar em casa.

    Acompanhei o jogo pelas emissoras de rádio. Matei saudades ao ouvir as Rádios Sociedade e Subaé. Não consegui ouvir as Rádios Cultura e Carioca de Feira. Meu começo no rádio, entre 1979 e 1980, deu-se na Rádio Subaé.

    Minha primeira entrevista foi realizada no estádio Jóia da Princesa sob um sol escaldante do meio-dia. O entrevistado foi o saudoso Geraldo Pereira, à época, treinador interino do Fluminense de Feira, o que geralmente ocorria nos períodos de "vacas magras".

    O registro que não esqueço jamais: "Esqueci de acionar o botão 'rec' e não gravei nada". Já estava de volta para a emissora, caminhando, quando resolvi conferir o trabalho. O gravador Nathional, grande e pesado, permanecia mudo. Voltei, assustado, suado, e encontrei o "Seu GP".

    Não posso fazer queixas do início. Foi atropelado, mas generoso. Aquele mulato, alto, voz pausada, brincalhão, banho tomado, bateu nas minhas costas e não negou a reentrevista. Precavido, no entanto, o paciente GP, pai do treinador cearense Lula Pereira, conferiu se o gravador estava gravando. Deu certo até hoje.

    Obrigado, "Seu GP"!

    terça-feira, 5 de outubro de 2010

    O palanque do esporte

    Francamente, a avalanche de votos despejados na urna a favor da candidatura do palhaço/humorista, Tiririca, para Deputado Federal, pode ser considerada um fenômeno, sim. O que entendo é que essa votação não deve ser encarada como surpreendente, sobrenatural ou coisa semelhante. Já tivemos situações parecidas, inúmeras vezes. Vou lembrar só o caso do Cacique Juruna - índio de verdade.
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    O que devemos ter cuidado em analisar é o comportamento do eleitor consciente ou do eleitor que está melhorando o nível de consciência antes de votar. A votação expressiva em candidatos como Tiririca indica que milhares de eleitores ainda estão longe da consciência necessária para eleger candidatos verdadeiramente comprometidos com as causas sociais.
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    A questão não é "ser ou não ser" palhaço, humorista, jogador de futebol, carroceiro, vendedor de verduras, ambulante, motorista de ambulância, enfim. A questão é: o candidato tem vocação, tem algum trabalho em uma comunidade sequer, tem conhecimento para exercer função tão importante...?
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    Questionar Tiririca, em alguns casos, soa discriminação. Tiririca não é o primeiro, nem será o último candidato eleito no Brasil sem pré-requisitos naturais para exercer o parlamento. Quando querem dar o poder a alguém arranjam todas as justificativas do mundo para a falta de pré-requisitos. Vide o Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. Quando não querem, vale tudo.
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    A TURMA DA BOLA
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    Por hora, mudemos o foco. Do outro lado do cenário, onde estão os eleitores conscientes, sentimos o reflexo da mão pesada da punição aos que eleitos não fizeram nada e a mão abanando aos que nada têm a oferecer e lançaram-se candidatos. Dos novatos, o ex-goleiro Danrlei de Deus Hinterholz (foto), 37 anos, aí sim, obteve surpreendentes 173.787 votos dos gaúchos para Deputado Federal .
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    Danrlei parou de jogar em dezembro de 2009, mas já tinha militância no PTB e subiu ao palanque com propostas. Podem ter certeza que não será reeleito caso não cumpra as promessas, entre elas, criar a obrigatoriedade do atleta de base completar o nível fundamental escolar, sob pena de não poder deixar o país como atleta. Esse é um voto de propostas.
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    Danrlei deve buscar inspiração no ex-artilheiro Roberto Dinamite, que eleito pelos cariocas procurou trabalhar. Dinamite não foi omisso diante da crise administrativo-financeira do Vasco da Gama, clube que ele defendeu vários anos, candidatou-se à presidência, brigou em todas as instâncias, recebeu a confiança dos vascaínos e está tirando o clube da lama. A resposta foi a reeleição para a Assembleia Legislativa com 39.730 votos.
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    O exemplo desse eleitor observador podemos buscar no Pará. O deputado José Robson do Nascimento, ex-artilheiro Robgol, não conseguiu reeleição. Obteve apenas 11.814 votos dos paraenses. O vereador Túlio Humberto Pereira Costa, o ex-artilheiro Túlio Maravilha, não conseguiu votos suficientes para chegar à Assembleia Legislativa de Goiás. Apenas 4.526 votos dos goianos, apesar de ser campeão de projetos na Câmara de Vereadores.
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    É bom lembrar que volume de projetos nem sempre significa eficiência. É preciso saber quantos projetos foram válidos e quantos foram aprovados. O pugilista baiano, Acelino Freitas, o Popó, tetracampeão mundial de boxe, foi secretário de Esportes, fundou um Instituto para promover o esporte e ainda assim não convenceu o eleitor. Com 60.338 votos ficou fora da Assembleia Legislativa da Bahia por falta de 3 mil votos.
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    O fato de Popó ter sido acusado de mandante de um crime, em Salvador, embora inocentado mais tarde, parece ter atrapalhado a campanha. Como a pobre história política e a tumultuada história de cartola atrapalharam a campanha do carioca Eurico Miranda, que não se elegeu como Deputado Federal com apenas 17.228 votos.
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    Para a conversa não ficar mais esticada vamos citar alguns candidatos malsucedidos por causa da falta de trabalho ou falta de credibilidade: ex-atacante Dinei, ex-atacante Marcelinho Carioca, ex-goleiro paranaense Rafael, ex-volante Marcos Vampeta, treinador Valdir Espinosa. Voltaremos a tratar desse assunto, avaliando os candidatos mais próximos (eleitos ou não) que buscam apoio no esporte.
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